Os domingos de manhã não são todos iguais. Nem todos têm o sol. Alguns têm o céu muito escuro e pingos de chuva incessantes. Alguns oferecem cheiro a café, acabado de fazer, com torradas e manteiga derretida. Outros dão-nos ovos mexidos com sumo de laranja. Os domingos de manhã não são todos iguais.

Há domingos de acordar cedo. De madrugar e gozar o dia. Espreguiçar devagar. Passar os olhos no jornal. Ver as novidades nas redes sociais. Domingos de tempos modernos. Manhãs lentas em que passamos da cama para o sofá numa clara atitude de não fazer nada. Há domingos de acordar alvoraçado que já é tarde. Domingos de engolir um bocado de leite dentro de uma caneca à pressa e sair de casa. Não devia haver domingos destes, mas há.

Há domingos de acordar tarde porque queremos. Porque o sono exige de nós o descanso para qual o domingo foi feito. Porque a cabeça precisa da almofada de manhã tanto quanto precisa à noite. Ou mais. Domingos de dormir. De relaxar, de não pensar.

Diz-se que os domingos são para descansar. Deviam ser. Mas há mais domingos. Há domingos de limpezas, de organização da casa e preparação da semana. Há domingos de ver filmes. Há domingos de compras, dia fora de casa. Há domingos para comer bolos. Há domingos de visitar a família. Há domingos bons em que sentes que valeu mesmo a pena e há domingos chatos sem sentido. Aos domingos não há rotinas. Porque os domingos não são todos iguais.

Este domingo quando acordei não tinha pequeno-almoço e parecia mesmo inverno lá fora.