O grande problema das mulheres não é cortar o cabelo. Não é escolher a roupa de manhã (quer dizer isto não é o problema porque o problema é não ter nada para vestir). Não é combinar todos os produtos de maquilhagem. Não é estar gorda ou estar magra. Ser gira ou feia. Meu deus, o grande problema das mulheres é a mala.

Senhores. Ou a mala é grande e não se encontra nada lá dentro ou a mala é pequena e não cabe nem um alfinete. Pronto, é este o problema. Não sei mais o que fazer.

Eu gosto de malas grandes. Porque eu levo o mundo todo para fora de casa. Então, levo a agenda, um bloco e uma caneta. Mais. Levo a carteira com moedas e os cartões. (E graças a deus que a minha carteira é tipo um porta-moedas, não uso carteira das grandes senão era um descalabro.) Depois levo o telemóvel, as chaves de casa e do carro, uma bolsa com batons, phones e carregador. Os óculos de ver e os óculos de sol. Um creme das mãos. Umas bolachinhas ou iogurte. Em certas alturas levo um livro. Portanto tenho que ter uma mala grande.

O problema é que só a mala já pesa, quanto mais tudo o que lá vai dentro. Às vezes apetece-me abandonar a mala num qualquer lugar por ai, mas isso hoje em dia é praticamente um atentado. E o pior é a figura todos os dias para desencantar as chaves de casa. Eu parada à porta, às voltas na mala e nada. Perdi as chaves, pronto foi desta. Mando a mala para o ar. Despejo tudo no tapete. E lá estão elas. Num bolso qualquer. É óbvio que não fui eu que as meti ali.

Quando só vou dar um passeio não levo esta tralha toda. Só levo a carteira, que cabe bem em malas pequenas, o telemóvel, um baton do cieiro e as chaves. (Claro que depois vou precisar de algo que ficou na outra mala mas é a vida.) E só com isto a mala já vai apertada, já não vai fechar. É ver-me a puxar da força para que a fivela chegue ao fecho. Ou então a ter que escolher entre levar um baton ou os óculos de sol. Enquanto isto já está o armário revirado, com malas pelo chão, comigo a dizer que nunca tenho malas de jeito.

Depois é ver os homens maravilhosos de mãos a abanar e a criticar o peso excessivo da nossa mala, mas já com um olho lá dentro a ver se cabe a carteira deles. Quantas e quantas vezes!