Um dos exercícios que aprendi no Bloggers Camp foi pensar naquilo que eu sou e naquilo que eu quero ser. Se o Bloggers Camp fosse uma música era a “Every teardrop is a waterfall” dos Coldplay porque aquilo foi de facto uma cascata de emoções e ensinamentos.

O momento mais temido do encontro era o Picth. Aquilo que era a apresentação do nosso propósito acabou por ser a mais genuína e sincera troca de ideias, essencial para a criação de laços neste fim-de-semana. A prova disso é este post. Quando eu disse que o ia fazer, várias pessoas manifestaram interesse em fazê-lo também.

Podia vir falar das competências técnicas que adquirimos nos workshops com pessoas especializadas para o efeito. Foram esses ensinamentos na área da marca pessoal ou do vídeo, por exemplo, que me fizeram pensar mais naquilo que quero para o meu futuro e para o meu caminho. Gosto sempre de meter coisas novas para dentro da cabeça. Mas acredito que aquilo que aprendi a nível humano me fez abanar mais e pensar sobre aquilo que quero melhorar não só no meu blog mas também em mim. Foi por causa destas coisas que estes dias seguintes se têm mantido tão intensos quanto os dias que estivemos juntos.

Nesta edição do Bloggers Camp eu aprendi:

1.A Importância de sair da nossa zona de conforto

Só o facto de eu ter decido ir já era altamente fora da caixa para mim. Ter realmente posto lá os pés e não ter desistido antes nem durante foi o primeiro passo da mudança. Eu gosto de desafios mas sinto que passo o meu dia-a-dia sem que nada faça tremer a minha barriga. Decidi arriscar e não joguei à defesa, deixei que me conhecessem e fiz por conhecer pessoas. Senti-me completamente à vontade (mas que ambiente brutal era aquele? Eu pensei: que bruxaria é esta?)

2. A ganhar inspiração, motivação e espírito positivo

Apesar de eu ser uma pessoa com energia e ter humor para dar e vender, esqueço-me muitas vezes disso quando é preciso para mim própria (oh vida!). Tenho muitas ideias, lá isso tenho, algumas loucas até, mas tenho falta de motivação para as pôr em prática na mesma proporção da minha loucura. E custa-me ser positiva porque tenho medo da desilusão. Este fim-de-semana nunca, mas nunca, nenhuma destas coisas me passou pela cabeça. Porque conheci pessoas como a Mariana do It’s Ok que transmite frescura e leveza e Margarida Pestana, que ainda não tem blog, mas tem toda uma aura que inspira positividade e vontade de criar. Acho que tenho muito a aprender com ela. Não me vou esquecer do momento de felicidade dela quando recebeu a revista “Calm” e me disse que eu ia adorar (mesmo depois de eu lhe tendo dito que era muito céptica quanto ao Mindfulness.) Ela acreditou mesmo que eu gostar e eu então decidi confiar nela.

3. Que há coisas que fazem sentido em determinada altura da nossa vida

O bloggers camp funciona como um acampamento para bloggers onde não há lugares marcados. A ideia é puxar uma cadeira e almoçar na mesa de alguém com quem ainda não tenhamos falado . Foi assim que fui descobrindo histórias fascinantes e comecei a deixar a minha mente abrir-se a coisas que normalmente deixo. Há conversas que ficam marcadas por nos acrescentarem qualquer coisa como aquela que tive sobre o poder de acreditar que aquilo que damos é-nos devolvido mais cedo ou mais tarde. E isto foi possível com a querida Tiffany, a girafa do blog Ukuamba, a sorridente mulher do Norte, a Joana do blog Jiji e com a Xana do blog Uma chávena de Charme. que é cheia de boa energia e me contagiou desde o início.

4. Que ser humilde não é ser coitadinho

Muitas vezes achamos que ser humilde é deixar que nos passem por cima. Não é. Ser humilde é confiar no nosso trabalho ao ponto de nós próprios não precisarmos de passar por cima de ninguém.

5. Que a partilha é um acto bonito e um gesto que deve ser desprendido

Desde que escrevo no blog que tenho vontade de fazer coisas que não faço porque acho que me vou estar a auto-promover. Tenho medo que os outros achem que pelo facto de eu querer falar com eles ou deles queira estar a mostrar-me ou a aproveitar-me. Tenho medo de chatear os outros com as minhas coisas. Não é nada, mas nada disto. E aprendi isso com a Catarina do Joan of July, a Ana do Infinito mais Um e a Catarina do Daydreams. Este fim-de-semana assisti a pessoas a partilharem ideias para os trabalhos das outras pessoas, genuinamente interessadas e sem qualquer pretensão, sem querer nada em troca e sem medos. Só pessoas muito confiantes podem partilhar desta maneira desprendida.

6. Que inspiração é uma coisa, imitação é outra

Em todos os domínios da nossa vida devemos encontrar a nossa voz, o nosso lugar no mundo e agir de acordo com aqueles que são os nossos valores. É difícil tudo isto, mas é isso que vai garantir que o nosso trabalho seja único, que nós sejamos únicos. É quando temos estas características bem definidas na nossa cabeça que vamos conseguir inspirar-nos nos outros e não imitá-los. A Sofia do blog asofiaworld tem um post sobre isto, espreitem.

7. Que a generosidade não é um mito, ela existe

Há pessoas boas. Ponto final. Há pessoas que querem ajudar os outros e fazem disso um propósito de vida. Só pessoas de coragem e de cabeça resolvida e erguida é que conseguem ultrapassar os seus próprios pesadelos para se dedicar aos sonhos dos outros. Conheci a Raquel do The Brunette Tofu e rendi-me.

8 Que a vida saudável é mais do que comer alface, é amor próprio

Às vezes precisamos de levar um abanão. Espera aí que isto não é bem assim, estão a ver? Outras vezes é preciso parar. Há histórias que nos prendem. Aprendi com a Vânia do Lolly Taste que acreditar em nós é a coisa mais valiosa que temos. Gostar de nós, então, é o nível máximo de estar bem na vida. É uma sorte conhecer pessoas assim. Ser saudável não é só puxar peso no ginásio e mostrar o músculo, não é só comer cenouras baby e cenas verde (God! Tudo menos agrião!), ser saudável é atitude gente! Vejam no blog da Joana, o Limited Edition as histórias e receitas que ela tem por lá. E já agora na mesma onda motivadora de nos aceitarmos e tratarmos de nós conheçam a Ana Monteiro, do 2beleza que me mostrou o poder que temos quando realmente cuidamos de nós.

9. Que o tempo é importante, mas a vontade é fundamental

Todos nós no bloggers camp nos queixámos um bocadinho de falta de tempo, mas ninguém se queixou da falta de vontade. Isto revela que entre as nossas vidas mais ou menos agitadas todos tínhamos muita vontade estar ali. Todos temos muita vontade de escrever, de fotografar, de passar alguma coisa com conteúdo verdadeiro para esse lado. Todos temos muita vontade de criar, de partilhar, de motivar, de conviver. Foi isso que fizemos. Vamos continuar a fazê-lo.

10. Que afinal consigo mostrar quem sou

Aprendi que seu eu quiser, se eu me permitir, facilmente consigo mostrar quem eu sou e passar uma mensagem às pessoas. Descobri que aquilo que me dá mais prazer com este blog é quando alguém me diz que soltou uma gargalhada ou um sorriso com alguma coisa que eu disse. Certamente um disparate. Eu sou boa a dizer disparates. Então talvez seja isso que eu quero passar às pessoas, alegria e boa disposição. Acho que consegui. Vejam o cartão personalizado que a Raquel do Meek Sheep me ofereceu. A Raquel é grande em emoções e em acções.

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Naturalmente estiquei-me aqui no tamanho do texto. A culpa é deles, aprendi imensas coisas. O mundo dos blogs não é só egos que pensam “o meu blog tem mais likes do que o teu”. Não. Também há aqui dedicação e talento, ora vejam por exemplo a maravilha de lanches com que a Lídia da LCake nos encheu as barrigas ou a bonita prenda que a Nuts for paper nos ofereceu.

Também vos quero deixar aqui o trabalho maravilhoso da Ana Paula com o Eletrico28 onde ela mostra tudo o que de bom se faz em Lisboa. Espreitem porque isto vale a pena. Quero dar a conhecer também a Joana do blog às cavalitas do vento que tem um ar sonhador muito bom, a Filipa do Deixa ser, que tem uma bonita paixão por palavras e livros, a Sílvia do O dia da Liberdade, a Sónia com o Blog o melhor vem a seguir, a Lisete que vive na Irlanda com o Pineapple T&T, a empreendedora Madalena (que diz que não é preciso gostar de vinho para visitarem o seu Entre vinhas), a Natália com o blog Viver, fotografar, sonhar,  o Nuno que sabe tudo sobre cinema e partilha no Antestreia, a Joana e o seu Viajar em Família e a Evódia que ainda não tem blog mas vocês vão ouvir falar dela pois tenho a certeza que o seu Afropolitana vai fazer furor aí.

Acredito nestas pessoas. Isto é gente capaz de partilhar, de motivar, de ajudar. É com estas pessoas que eu quero seguir. Foi uma sorte tê-las encontrado.

As we saw oh this light I swear you, emerge blinking into
To tell me it’s alright
As we soar walls, Every siren is a symphony
And every tear’s a waterfall
Is a Waterfall
Oh
Is a Waterfall
Oh Oh Oh
Is a, Is a Waterfall
Every tear
Is a Waterfall
Oh Oh Oh

(Coldplay, Every teardrop is a waterfall)