praia ribeira do cavalo

Minha rica Sesimbra. Não há ano sem lá passar. Sou apaixonada por aquele mar sem ondas, pela vila piscatória, pelo cheiro a peixe naquelas ruas, pelos pequenos almoços da minha infância e por aquele gelado de groselha daquele café, que já fechou, mas que nunca mais encontrei igual. Ainda lá descubro coisas hoje. Como a praia de mar azul, a praia Ribeira do Cavalo.

Ah, minha velha e boa Sesimbra. Só me trazes memórias de dias inteiros no mar. Até os pés congelarem e as mãos ficarem enrugadas. Dos dentes a bater enquanto dizia “não, mãe, a água está boa, não quero sair já”. A minha mãe chamava pata. Podia ser sereia do mar, golfinho azul, peixinho dourado, mas não, era pata. Pronto é o que temos.

Quero lá saber se a praia está cheia de gente. Sesimbra e a praia da Califórnia fazem parte das minhas memórias mais saborosas de verão. Puxar a toalha para cima que o mar está subir. Fazer castelos na areia que a minha irmã teimava em destruir, “oh mãe olha elaaa”! O meu pai a encher o barco para irmos lá para o fundo, para onde não temos pé. Aqueles restaurantes com peixe fresquinho (que na altura não sabia apreciar porque tinha espinhas), as gelatarias mais famosas das férias e aquele café onde comia sempre o mesmo bolo ou o outro que trazia uma bolacha de canela. Os passeios à noite pelos caminhos da vila. O palco, depois da fortaleza, para as festas de verão, para onde eu insistia subir, para tirar fotografias, tornando aquilo no meu próprio espectáculo.

Mas hoje não é dessa praia que venho falar. Nem de memórias felizes de infância. Hoje venho mostrar que depois destes anos todos ainda descubro coisas fantásticas em Sesimbra. Como, mas como, é que eu nunca tinha ido à praia Ribeira do Cavalo, o caribe português? Meu deus, se aquilo não é uma praia do paraíso, ao nível das maiores belezas do oceano, então eu não sei o que é.

Mas sendo ela uma pequena delícia para os olhos não é fácil lá chegar. Só se pode ir de barco ou a pé. E para chegar lá a pé, que foi o que eu fiz, é difícil à brava, mas vale a pena todo o esforço. Chega-se de carro por uma estrada de terra batida, que suja o carro todo, perto do Clube Naval de Sesimbra e sobe-se até ao cimo da falésia. E depois daí é escolher o melhor trilho pedestre para descer até lá abaixo. Às vezes não é fácil perceber, mas eu seguia as pegadas. O caminho é feito por dentro da vegetação e a descida inclui pedras e pedragulhos. É assim tipo #viveravidanolimite.

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Dicas para chegar à Praia Ribeira do Cavalo, em Sesimbra:

  • Não é fixe ir de chinelos, nem carregados com tralhas nas mãos
  • O ideal é levar uma mochila às costas com a água e comida, porque depois lá em baixo não há nada, nem cafés nem vigilância.
  • Quando forem embora, a subida também não é fácil, apoiem-se com as mãos sem medos e façam tipo escalada 🙂

Depois de descer um bocado e começar a suar por todos os poros, algures lá em cima vê-se isto. E, oh meus, se isto vale a pena. Amantes de praia como eu vão compreender e dar um suspiro daí no conforto do vosso sofá.

Chegados lá em baixo, tirem a ideia de que vão estar a uma praia deserta só porque é difícil lá chegar. Tem gente. Mas ok, o ar é de todos e há espaço suficiente para ninguém estar em cima da vossa toalha a ler o vosso livro com vocês.

Eu não editei estas fotos. Juro por tudo que o mar é mesmo assim. Esta cor é verdade, é real. Opah, sou só eu que ligo a isto? Para mim que sou a miúda do sol, este mar, com esta cor significa…vida. São os dias de verão que me fazem ser mais eu, plenamente. É neste ambiente que sou mais despreocupada, mais calma, mais feliz.

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Já conheciam a praia ribeira do cavalo? Já foram? Gostas de praias deste género?