Como já vos contei aqui, as idas ao supermercado feitas pelas duas personagens desta casa não são só idas ao supermercado. São epopeias.

Certo dia venho eu carregada, pelos corredores do supermercado, com latas de salsicha (aka salva-vidas do pobre quando não há jantar) mais umas quantas de milho e grão quando vejo o nosso carrinho. Começo a meter tudo lá dentro e vejo um requeijão que não estava lá antes. Lá está ele a inventar coisas que não estão na lista, pensei eu. Achei estranho porque quem inventa coisas, que acabam por nos encarecer a conta, sou eu. No entanto fiquei ali a analisar o tal requeijão, era light e até me parecia boa ideia.

Nisto vejo a outra alminha (que dá pelo nome de meu namorado) parada junto às frutas com um carrinho ao lado. Ele tinha um carrinho ao lado, atenção a isto. Intrigado, diz-me do outro lado do corredor:

– Mas o que é que tu estás a fazer a mexer nas coisas das outras pessoas?

Eu? A mexer nas coisas de outras pessoas? Impossível. Larguei lá as coisas e fui ter com ele.

– Aquele carrinho não é o nosso? Pensei que tinhas lá metido um requeijão!

De rabo entre as pernas fui buscar as coisas ao carrinho das pessoas. Não olhei em volta para ver se os donos do carrinho assistiram a esta triste cena. Talvez estivessem a ver entre os iogurtes. Fiquei de todas as cores, e disse-lhe:

– Ao menos podiamos levar um requeijão igual ao dos senhores? Tinha bom aspecto.

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