Mais cinco minutos
Acordo com comichão. São seis. Ainda posso dormir. Eu adoro dormir mas adoro ainda mais a sensação de saber que ainda posso dormir mais…vinte minutos. A sensação de dormir mais dois ou mesmo um só minuto seria igual. Poder dormir só mais um bocadinho.
“Acordaaaaaa”*1. Soa o alarme. São 6h20. Quero lá saber. Tiro um braço para fora do amontoar de mantas em que a minha cama se transformou. Está frio lá fora. Carrego no botão a que eu chamo “mais cinco minutos” e volto a meter o braço dentro dos lençóis. Quentes!
E mais cinco minutos. “Tá na horaaaaa”. Soa o alarme. O raio do alarme outra vez. A berrar-me a esta hora! E só quero dormir. E penso nas trezentas e quarenta e três maneiras de partir a porcaria do telefone que me chateia! Mais cinco minutos. Todas as manhãs mais cinco minutos. Muitos cinco minutos! E depois esfrego os olhos. Penso no que vou vestir. Oh meu deus, o drama, o que vou vestir. Mais cinco minutos. Só para pensar. E depois, de mais cinco minutos, chego a horas!
Sim, o meu despertador grita “acorda” e “está na hora!” Sim.
Sim, o meu despertador toca com meio ano de antecedência. Sim.
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