O que é que mais odeias fazer em casa? A maior parte das pessoas dirá “tudo”.

Eu não. Eu é pouca coisa. Das vinte e três tarefas domésticas eu não me importo de fazer talvez duas. Um vez por mês, mais ou menos.

Se eu pudesse escolher entre passar a ferro e lavar as casas de banho, escolhia passar a ferro. E foi o que fiz, porque na verdade eu pude escolher. Cá em casa eu nunca lavo as casas de banho e passo sempre a ferro. E se o acordo “o último a sair faz a cama” se quebrou passado poucos meses, este continua intacto após três anos.

Queres arrumar as compras ou ir estender a roupa? Bem, não gosto de  mexer na carne, mas escolho sempre arrumar as compras. Sempre.

Quanto a limpar o pó e o chão, tudo bem. O pior é mesmo quando vem a parte de dobrar a roupa, acabada de apanhar, sob pena de ficar em cima da mesa da sala largos dias. Roupa lavadinha e cheirosa que deixou de fazer monte no cesto da roupa suja mas que vai passar a empilhar-se no cesto de passar a ferro. (Dobrar roupa que vai ficar escondida dentro do cesto até que decida passá-la é só estúpido.)

Mas, até aqui a coisa vai-se suportando. Vai-se fazendo mais cedo ou mais tarde porque não são tarefas diárias. Mas limpar a arrumar a cozinha é. E a máquina de lavar a loiça está sempre cheia de loiça já lavada. Arrumar esta loiça é a coisa mais insuportável de toda a vida, tanto que, por vezes, até dou por mim a lavar a loiça à mão para não arrumar tachos, copos e talheres.Outras vezes, há técnicas que resultam melhor:

Ele: Tiras-me um café?

Eu: Sim, claro que sim. E, entretanto, vai arrumando isto que eu vou só à casa de banho e já venho ajudar.