Todos os dias vou para a televisão. Trabalho lá. Sei como funciona. Ontem fui à televisão. É diferente.

Estava tudo bem no dia anterior. Não estava nervosa. Afinal ia só à televisão. À televisão onde trabalho todos os dias, ainda por cima. Conheço os cantos. Conheço as pessoas. Foi, inclusivamente, de um colega, que partiu a ideia de ir falar do meu blog ao ecrã. A entrevista ia ser dada a uma colega querida e de quem gosto muito do trabalho. Estava tudo bem.

Ia falar de uma coisa que ninguém conhece melhor do que eu. O blog. Sei tudo sobre ele, fui eu que o criei e sou eu que o faço todos os dias. Não havia motivo para estar nervosa. Não ia correr mal.

De manhã pensei que ainda ia acontecer alguma coisa. Penso sempre. Mas não estava doente. Não me faltava a voz. Continuava tudo bem. Estranho. Durante a hora de almoço voltei a pensar no pior “se me sujo agora é que vai ser bonito”. Tinha uma camisola branca e o mais provável era deixar-lhe cair alguma coisa em cima. Mas correu tudo nos conformes. Tinha as mãos a transpirar, mas isso já é super normal. Agora mesmo estão. Portanto achei sempre que estava tudo bem. Vamos a isso. Não vai doer.

Entrei no estúdio no intervalo. Sentei-me e disse à Conceição Queiroz “Agora está a ficar sério”. Morro de medo de coisas sérias. A vida a brincar é muito mais fácil. Já estava com medo de fazer barulho com a cadeira, de bater com o relógio na mesa. O que fazer às mãos? Olhar para onde? Decidi, à última da hora, olhar para ela e conversar. Só isso. Acho que fiquei nervosa, sim. Fiquei. Dizem que é normal. Mas também acho que consegui passar a mensagem que queria.

Obrigada a todos. Ao Marcos pelo convite. À Conceição pela conversa. Às minhas colegas de trabalho todas que ficaram histéricas de felizes por mim e me incentivaram desde o principio. Aos meus amigos ‘top dos tops’ que mandaram mil mensagens durante o dia.

E depois à pessoa que mais contribuiu para este blog existir e que tira todas as minhas dúvidas em relação ao que está por trás deste mundo digital (e são mesmo muitas). Pela santa paciência e apoio incondicional obrigada. E, claro, obrigada à minha família. São os melhores. Acho que eles compraram pipocas para ver as notícias deste dia.