Roteiro de 4 dias na Madeira # dia 1
Toda a gente me disse maravilhas sobre a Madeira. Comecei a ficar com medo de elevar as expetativas. Mas, afinal, as pessoas tinham toda a razão. A ilha está cheia de coisas fantásticas e vale super a pena visitar. Por isso desenhei aqui o meu roteiro de 4 dias na Madeira para vocês.
Fui fazer uma viagem a dois. Fizemos o nosso plano de viagem e escolhemos as coisas que queríamos ver antecipadamente. Como é óbvio algumas coisas tiveram de ser alteradas ou ajustadas, faz parte. Para conhecer a Madeira de uma ponta a outra e passar nos principais pontos é obrigatório alugar um carro no aeroporto. Já tínhamos isso tratado, foi chegar e andar. As distâncias parecem grandes mas depois na realidade nem são. Construímos um roteiro e vou mostrar tudo aquilo que vi em alguns posts. Convém dizer que este é o nosso ritmo. Há quem ande mais depressa e veja mais coisas e quem ande mais devagar e veja menos. Claro que há mais coisas para ver, claro que há pessoas que não foram a estes sítios e sim a outros, é normal, mas estas foram as que eu escolhi.
Roteiro Madeira: 4 dias
DIA 1: MACHICO, SANTANA, SÃO JORGE, PICO RUIVO E FUNCHAL (ZONA VELHA)
Não vemos necessidade de ir ao hotel assim que chegamos portanto começamos logo a explorar assim que saímos do aeroporto. Foram dez minutos até à primeira paragem do nosso mapa.
Machico
Pequena vista pela zona da praia e percebemos de imediato a lógica da ilha. As montanhas. As casas desalinhadas lá em cima. As subidas e descidas, as curvas, os caminhos. Que visão. Uma pessoa fica estarrecida a olhar em volta. A paisagem é sempre esta em cada canto e é sempre incrível observar em qualquer parte onde se vá. Machico é uma pequena aldeia organizada, o meu primeiro contacto com a Madeira.
De volta à estrada, de Machico a Santana foi cerca de meia hora. As estradas são em grande parte constituídas por tuneis. Às vezes são tantos seguidos que não se chega a ouvir uma música do principio ao fim no radio.
Santana
É o sítio onde ficam aquelas casinhas típicas de telhado de palha, o colmo. Antigamente eram casas habitacionais no piso térreo e serviam para guardar produtos agrícolas no sótão. Hoje não. Hoje mantém-se poucas e são essencialmente para os turistas visitarem. Uma delas serve de posto de turismo e outra de venda de produtos regionais, por exemplo. Foi lá que provámos a primeira poncha da jornada. Um golinho na ‘regional’ e na de ‘maracujá’ que era maravilhosa por sinal.
Depois disto, fizemos uma subida curta até São Jorge onde vimos a ilha de um pequeno Miradouro. E depois desci de novo até Santana para almoçar.
Restaurante O Colmo: Pedimos para entrada o tradicional do bolo do caco com manteiga de alho e uma dose de lapas. São duas especialidades da terra e encontram-se em quase todos os sítios. Espetada para a refeição principal que veio acompanhada com milho frito. Imaginei uma maçaroca mas não é. São pequenos quadrados de milho e foi a única coisa com que não simpatizei na ilha.
Depois de almoço para desgastar fomos fazer uma caminhada.
Pico Ruivo
É o ponto mais alto da ilha da Madeira (e o terceiro mais alto do país com 1862 metros de altitude, só a Ponta do Pico, nos Açores, e a Serra da Estrela são mais altos). Há várias formas de lá chegar e vários caminhos que cruzam até mesmo outros pontos de referência. Por exemplo, o Pico Ruivo tem ligação a pé ao Pico do Areeiro para quem quiser dar mais à perninha.
Há vários percursos bonitos para se fazer a pé na Madeira, são as chamadas Levadas e Veredas. Normalmente são dentro de florestas ou por caminhos montanhosos. É preciso ter alguma preparação para andar durante estes quilómetros. E é sobretudo preciso ter noção de que tudo o que andamos para lá, temos de andar depois para cá! Eu fiz desde Santana até ao cimo do Pico Ruivo e foram 5,7 km. Parece pouco, mas demorei cerca de duas horas a percorrer. É que é sempre a subir!
O caminho é feito por entre uma paisagem rochosa incrível e está muito bem cuidado e preparado para nos receber. Mas a verdade é que nunca mais acaba. Estou a brincar! Quando chegamos lá a cima a sensação é brutal. Eu achei que o que via era nevoeiro. Mas soube depois que não. No cimo do Pico Ruivo, 1862 metros depois, o que vemos são as nuvens. Estamos literalmente em cima das nuvens. Vale tanto a pena!
Só depois disto é que fomos até ao hotel, já era final de tarde. A zona dos hóteis fica situada em São Martinho. É uma zona muito mais citadina, marcando assim a diferença das vilas tradicionais. Daqui fomos a pé até ao centro do Funchal. Escolhi um restaurante na zona velha.
Restaurante O Gavião Novo: Não há como escapar. Bolo do caco e lapas novamente! Peçam sempre! E depois experimentei o peixe. Era realmente óptimo. Foi aqui que comecei a perceber que a comida era muito boa na ilha e olhem que eu sou uma esquisitinha do pior. Foi aqui também que vi que as pessoas são muito simpáticas com quem as visita. Importa-lhes explicar os pratos e como apanham os peixes e querem realmente saber a nossa opinião sobre os pratos.
Bar de Poncha Venda Velha: Na zona velha do funchal há restaurantes e bares. Adorei esta zona. A decoração era linda e os bares e restaurantes tinham todos bom aspecto. Aqui provamos a Poncha de Tangerina e a de hortelã.
Café do Teatro: Um dos sítios mais populares da zona mais nova da cidade onde servem refeições e também Ponchas para final de noite.
Já paramos tarde no hotel. O dia que começou às 5 da manhã estava terminado com aquela sensação de descobrir sítios novos cumprida.
Não deixem de ver a continuação deste post: Funchal e Câmara de Lobos , Seixal e Porto Moniz e considerações finais.
Green
Deixaste-me nostálgica, fiquei com saudades dessa ilha maravilhosa que tem tanto para dar 🙂
Andreia Moita
Foram tão bonitos os dias que passei lá! 🙂
João Almeida
Voltem que a Ilha está pronta a receber-vos… 🙂
Andreia Moita
Foi uma boa estadia, a ilha é linda e recebe tão bem! Quem sabe um dia não voltamos?!
Luiz Carlos Santana
Andreia. Boa tarde. Onde encontro os outros posts. Gostei demais do primeiro post. Irei para a Ilha no dia 10 de Março e ficarei 5 dias.
Obrigado.
Andreia Moita
Olá Luiz. Tenho quatro posts sobre a Madeira, estão imediatamente a seguir, cronologicamente, a este. Aqui deixo o segundo: https://andreiamoita.pt/2017/01/roteiro-de-4-dias-na-madeira-dia-2/ se pesquisares por “Madeira” no motor de busca encontras todos mais facilmente. E boa viagem e aproveita a Madeira que é um espetáculo.
Catarina
Boa noite, Andreia estamos a pensar em viajar para a ilha com dois bebés e 6 adultos. E possível fazer os trilhos com um carrinho adaptado a todo o terreno? Ou totalmente desaconselhado? Obrigada
Andreia Moita
Olá Catarina, eu não faria, sinceramente. Não conheço todos os trilhos, mas pelo menos este que eu fiz (Pico Ruivo) é um caminho que demora algum tempo a percorrer e é a subir o tempo inteiro. Talvez haja trilhos mais “a direito” digamos assim, mas não posso opiniar pois não conheço. Não tenho experiência a viajar com crianças, esta é a verdade, mas penso que estes trilhos não sejam a melhor opção. Espero que façam uma óptima viagem e que tragam boas recordações da Madeira. No que puder ajudar, aqui estou. Um beijinho e obrigada.
Fernando Araújo
Olá Andreia. Parabéns pelo teu blog, está muito bem conseguido. Na minha opinião não deve faltar muito para começares a ganhar algum reconhecimento pelas pessoas deste meio, pelos menos as mais reconhecidas.
Existem pessoas que têm sonhos maiores que outras, mas no meu caso, ou melhor, no caso da minha família, os meus tios tinham o sonho de ir à Madeira. Como eu disse, uns têm sonhos maiores que outros e cada um tenta concretiza-los à medida que pode.
Ajudei a concretizar este desejo dos meus tios, e levei-os à madeira o verão passado. Fomos em Setembro, e foi simplemente divinal ver a alegria deles quando aterraram no aeroporto. Bastou pisarem um bocado de terra para que todas as sensações possíveis e imaginárias saltassem do inconsciente deles cá para fora. Fiquei muito contente porque vi que cada esforço que eu e eles fizeram para concretizar este sonho, VALEU a PENA.
O meu tio é um apaixonado por vinho e por comida e tivemos oportunidade de participar na festa das vindimas https://www.livingtours.com/pt/tour/festa-vinho-madeira . Um dia que voltes lá Andreia, aconselho-te a participar neste festival.
Quero com isto passar a mesagem de que todos os nossos sonhos são possíveis, só temos de trabalhar para eles. Uns com grandes, outros com pequenos sonhos, mas todos não passam de sonhos até serem realizados
Fernando