Ou se corre ou se vai ao ginásio. Não dá para fazer as duas coisas, a menos que vocês sejam primos do Robocop. Não tenho corrido, mas tenho ido ao ginásio. E a única coisa que me custa nisso é que no ginásio demoro muito tempo. Quando corria demorava menos porque, evidentemente, não corria duas horas nem aqui nem na China.

Apercebi-me que não corro há dois meses. E há toda uma tragédia grega a acontecer nas minhas coxas por causa disso. A corrida da Golegã foi a última (até agora). No ano 2016 comecei a correr e apurei o sentido. No início acabava as corridas com vontade de me atirar para o chão. Às vezes atirava-me mesmo. Queria lá saber. Percebi que o motivo que me fazia voltar a ir era mais do que pura loucura. Não era, nem sou, maluquinha das corridas. Os outros é que são. O meu motivo era simplesmente o que sentia quando a corrida acabava, aquela sensação de alívio, tipo “graças a Deus que acabou”!

Quando a pessoa se começava a habituar a uma rotina regular de corrida teve um problema no joelho. Pois é, ocupou-me tempo e dinheiro esta brincadeira das corridas. Cheguei a pensar que gostava mesmo daquilo, mas, atentem bem…só pensei isso durante os meses em que não podia correr, depois quando voltei passou-me tal ideia.

Fiz os primeiros dez quilómetros e dei por mim feliz com isso. Mas calma, não ia dali para as maratonas. Eu ainda sou daquelas que gosta de correr a ver as vistas, nada de competir. Se tiver que demorar duas horas quem quiser que espere. Sempre tive a sorte dos meus companheiros não se irem embora e mesmo quando eu chegava em último (tipo sempre) eles diziam que eu era a maior. Amigos mentirosos dão jeito em algumas alturas da nossa vida, conservem-nos.

Começou a ficar frio… e confessei que não me considerava uma corredora. Porque eu não sou dependente disso. Porque eu só corro quando me apetece. E agora começou a ficar calor e eu não meto as pernas a mexer há mais de dois meses. Eu sou a diva das desculpas. E os corredores não dão desculpas.

Dei, portanto, uma oportunidade ao ginásio e a semana passada fui às sete da manhã. Percebi que ficava com mais tempo no dia se fosse cedo, além de que tinha companhia e caso contrário nada me faria ir pelos meus próprios meios sozinha. Esta semana estou a fazer ao contrário e tenho ido ao ginásio às nove da noite. Comigo é assim, viver a vida no limite! Oh god, quem és tu e o que fizeste à Andreia? Quanto mais tempo vais demorar a devolvê-la?

Não gosto de andar lá a puxar ferros e acho muito irritante dar ao braço para a frente e para trás em movimentos repetitivos. De facto há muitas coisas irritantes no ginásio, até já vos falei disso aqui. Prefiro ir às aulas e tenho variado nas modalidades. Entre trabalhar a bunda, fazer body pump, step e dança… tenho uma grande agrado por dançar. Ninguém acha que isto é uma grande coisa, já sei, mas encontro nas aulas de dança aquilo que as outras pessoas dizem que encontram no yoga. Eu liberto-me a dançar. Saem as azias más por todo o lado. Abro os braços e lá vão os demónios à vida deles. Aproveitemos essa sensação em dias mais pesados.

Ah e esquecem aquela coisa bonita de dizer que isso nem faz transpirar. É mentira, eu sou uma lady e transpirei até mesmo dos pêlos dos braços. Nunca tal me tinha acontecido.