Não sou nada dada aos fundamentalismos e como uma fatia de bolo nas maiores, antes de ir para a cama se for preciso, assim só para aconchegar. Mas um dia comi sopa e olhem, até nem me fez mal. Um dia dei por mim à procura de coisas saudáveis para comer. E um dia encontrei o blog da Vânia.

Os blogs têm substituído os sites de cozinha, pelo menos para mim. Há blogs incríveis e histórias fascinantes por aqui. Um dia encontrei o Lolly Taste e fiquei com a sonoridade bonita deste nome na cabeça. Digam alto o nome, não soa bonito? Tive a oportunidade de conhecer a Vânia pessoalmente no Bloggers Camp. Caramba, bastou ela abrir a boca que gerou uma onda de empatia à sua volta. Afinal não era só o nome que me soava bem, a pessoa por trás dele também tinha uma boa energia contagiante. A Vânia tornou-se uma boa influência para mim e é hoje uma das minhas companheiras no projecto Páginas Salteadas. Hoje dou-vos a conhecer um bocadinho da pessoa que ela é através das suas palavras e de uma das receitas que está no blog dela que eu já reproduzi.

Não há uma tradução, segundo sei, para o nome do teu blog, Lolly Taste. Então que significado ou tradução lhe dás tu?

Efectivamente gostava de ter uma explicação espetacular para o significado de Lolly Taste mas infelizmente não tenho. Não foi minimanente pensado, porque na realidade eu tive tantos blogs antes deste (que nunca duraram mais de um ano) que nunca olhei para este como algo diferente e por isso não tive grande preocupação com o nome.

Eu estava num trabalho que não gostava, estava muito entediada e enquanto comia um chupa de limão decidi criar um blogue. Lolly vem de Lolly Pop e Taste vem do limão ser dos meus sabores favoritos em tudo, sobremesas, comida, bebidas ou mesmo cheiros.

A verdade é que nunca em momento algum pensei que ao final de sete anos o blogue estivesse vivo e de boa saúde, por isso o nome foi algo muito espontâneo, mas hoje em dia gosto tanto deste nome e deste blog, que foi criado sem qualquer pretensão, mas que tem crescido de uma forma tão bonita, que já não o imagino com outro nome. Porque na realidade eu partilho muito sobre amor próprio, saborear a vida e procurar ser feliz, por isso acho que um nome baseado num sabor que eu tanto adoro até acaba por casar bem.

Fui ter com a Vânia e contei-lhe, envergonhada, que tinha feito uma receita dela mas que não me correu bem. Ela ficou mesmo contente. Não por não me ter corrido bem, mas sim por haver pessoas que seguem as dicas dela. De imediato me desafiou a fazer a receita dos muffins de espinafres com banana mas eu torci o nariz e revelei-lhe a esquisita que sou…espinafres é que não! Acham que ela se assustou e nunca mais me ligou nenhuma? Eu já estou habituada a que as pessoas me revirem os olhos e achem que eu morro para aí à fome só porque não gosto de folhas verdes. Mas a Vânia não. A Vânia achou-me normal. Ou talvez sejamos só as duas um pouco loucas.

Acreditas que uma pessoa possa mudar a sua alimentação e começar a gostar de coisas que até então não gostava? É verdade aquela coisa da habituação ao paladar? (Ainda há esperança para mim?)

Vou-te ser muito sincera: eu acredito que as pessoas têm de ser felizes a comer, porque só assim conseguem manter uma alimentação equilibrada e sem altos e baixos. Dando-te o meu exemplo, eu não gosto de brócolos e ano passado quando fiquei doente por causa de uma dieta muita restrita que fiz, todas as minhas refeições tinham brócolos porque era isso que diziam que tinha de comer para alcançar o corpo espectacular que eu tanto desejava. E a verdade é que o consegui, mas fui infeliz. Fui infeliz sobretudo porque comer para mim era um martírio, porque comia sempre as mesmas coisas e muitas delas sem gostar nas esperança que o meu paladar aprendesse a gostar. Infelizmente não aprendeu, eu continuo sem gostar de brócolos e fiquei doente, por isso a maior lição que tirei disto tudo e que tens de te sentir bem com a comida.

Tens de olhar para o teu prato e sentir-te feliz, porque na realidade se comes contrariada acabas por enviar ao teu cérebro indicativos que não estás satisfeita e mais facilmente cais em tentações. Felizmente a natureza é tão rica em opções que é só uma palermice obrigarmo-nos a comer coisas que não gostamos só porque são saudáveis.

Vocês estão a ler bem isto? Não preciso de comer o que não gosto, estão a ver? Sim, sim, sim! A Vânia tem este discurso que apela muito ao amor próprio. Ela diz que o essencial é gostarmos de nós mesmos e aceitarmos as nossas escolhas de forma consciente. A partir do momento em que encontramos o nosso ponto de equilíbrio não há brócolos que venham estragar isso. Graças a deus (e à Vânia) não precisarei de comer brócolos para ser mais madura e muito menos para ser mais saudável pois tenho mil outras opções de aprender a ser feliz comendo bem.

Por isso é que decidi experimentar não a receita dos espinafres mas a receita dos muffins de cacau. Foram tão fáceis de fazer e ficaram tão perfeitos, que alegria!

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É fácil inventar receitas? Como nasceu esta receita? Qual é a história destes muffins?

Muffins são sempre a minha opção quando quero fazer alguma coisa rápida, porque com uma base de farinha e alguns pózinhos mais para dar sabor consegues fazer coisas espetaculares sem grande esforço e para além disso…muffins  cozinham rápido o que é óptimo quando queres impressionar amigos e não tens tempo.

Estes muffins surgiram como praticamente a maior parte das receitas que crio para o blogue, são feitos com o que tenho por casa na altura, porque na realidade eu não penso no que fazer com antecedência. Normalmente faço este tipo de receitas ao domingo de manhã porque acabam por ser uma boa opção para snacks durante a semana. Quanto aos sabores, confesso que sou um bocadinho aventureira e apesar de já ter feito junções que à partida podem parecer improváveis – como os muffins de banana e espinafres –  a verdade é que até hoje nunca correu mal.

Estes acabaram por ser fáceis porque manteiga de amêndoa para mim é vida tal como cacau portanto à partida pareceu-me uma boa combinação. Os nibbles de caramelo salgado foram assim um tiro para o ar que correu bem, porque a verdade é que os muffins voaram nesse dia e eu fiquei sem snaks para a semana!

Então vá, vamos seguir já para a receita dos muffins de cacau e manteiga de amêndoa e banana que a Vânia me deixou partilhar com vocês:

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  • 2 cups de farinha de aveia
  • 1/2 cup de cacau em pó
  • 1 colher de sopa de fermento
  • 1 colher de chá de bicarbonato de sódio
  • 1/2 colher de chá de sal
  • 1/4 cup manteiga de amêndoa (ou outra que mais gostem, eu usei de amendoim)
  • 1/3 cup açúcar de côco (ou outro que mais gostem)
  • 1/2 cup leite de amêndoa (ou outro que gostem)
  • 2 colheres de sopa de vinagre (eu usei balsâmico)
  • 2 bananas grandes e maduras
Opcional: A Vânia usou nibbles da nakd de caramelo salgado e eu usei pepitas de chocolate.

Dica:Para converterem cups para gramas vejam este link

Pré-aquecer o forno a 220 graus. Colocar a farinha num processador de alimentos. (Caso não tenham farinha, mas tenham aveia em flocos usam a mesma medida, colocam no processador e misturam até ficar farinha). Juntar o cacau em pó, o fermento, bicarbonato de sódio, sal, manteiga de amêndoa, açúcar de côco, leite de amêndoa, vinagre e as bananas cortadas e misturar tudo até ficar uma pasta consistente. Se notarem que estão a ter dificuldade em misturar tudo juntem mais uma medida de leite. Depois de obterem uma pasta, juntem as pepitas de chocolate ou os nibbles da nakd e misturem com uma colher para se incorporarem na massa. Colocar nas formas para muffin e levar ao forno durante 5 minutos com a temperatura inicial. Depois baixar a temperatura para 175 graus e deixar cozinhar durante mais 5 minutos.

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Agora enquanto comem dois ou três, não se esqueçam de ver todas as outras receitas para sermos felizes no blog Lolly Taste e já agora podem até mesmo subscrever a Newsletter e recebem um e-book lindo, lindo! A Vânia não fala só de receitas, fala de viagens, de sítios bonitos e inspiradores, fala de desporto, fala do que faz bem ao corpo e à mente. Fala essencialmente de amor-próprio. Este blog reflete mesmo a energia positiva com que a Vânia está na vida. Se nos podermos inspirar um bocadinho, why not?