A palavra “solidão” entra diretamente para o grupo das palavras fortes e pesadas. É uma palavra triste, pronto. Eu acho que a solidão não se escolhe. Pode até sobreviver-se e até mesmo ser-se feliz sozinho. Disso eu não duvido. Mas estar sozinho é uma escolha. Ser solitário não. 

A solidão é triste porque é imposta. Porque é contra vontade. A solidão é um estado de espírito que se apropria do ser humano. A solidão é um fardo que pesa nas costas de quem o carrega. Não encontro qualquer forma de tornar a solidão feliz. Porque na solidão afundamos em mares pretos e escuros e fundos e longínquos. A solidão é o monstro que vive fechado no castelo até a Bela se apaixonar por ele.

Acredito que estar sozinho é uma coisa e ser solitário é outra. Precisamente porque uma coisa é estar e outra coisa é ser. Conseguem perceber a diferença entre estar e ser? Uma pessoa está sozinha de vez em quando, porque quer, porque até gosta. Eu às vezes gosto outras não, mas eu escolho. Mas estar sozinho não é o mesmo que ser solitário. Porque o ser é uma característica que define alguém. A solidão é como uma fotografia a preto e branco. É chuva e cinza.

 

Este é um texto para o desafio #palavrasquaseperfeitas do blog da Cris e podem ver o texto dela no blog a vida não tem que ser perfeita.