Eu acho mesmo que isto merece uma dissertação exaustiva. Umas calças de ganga hoje já não são um assunto assim tão simples. Eu olho para o meu armário das calças e o meu critério para comprar outras é a cor. Tipo, sei lá, preciso de umas calças um tom de azul abaixo das outras trinta que já tenho ali. Sinto que há um sem fim de tipos de calças de ganga que eu estou a ignorar na minha vida.

Se eu for a analisar a quantidade de géneros de calças de ganga que existem posso ver que as minhas são todas iguais por culpa minha que não arrisco. Mas convenhamos eu não consigo compactuar com isto das calças com um rasgão até ao joelho, quer dizer, são farrapos de calças, onde há mais buracos do que tecido. Quando eu quero andar com as pernas ao léu, uso uns calções. Portanto, sim acabo por variar na cor das calças de ganga o que para os mais distraídos pode ser parecer que são sempre as mesmas.

Eu queria evitar a frase “no meu tempo”, mas a verdade é que no meu tempo as calças eram só calças. Umas mais largas outras mais estreitas. E pronto, era pegar, ver se assentava bem no rabo e siga para bingo. Mas analisemos então a variedade que temos disponível hoje:

Skinny jeans: este tipo de calças é aquele que é justo desde cima até baixo. Custou-me muito aderir a este conceito, há uns anos atrás, mas depois de as ter vestido já não quis outra coisa. São as melhores para meter por dentro das botas no inverno (isto ainda se vai usar, não é?) São as que me ficam-melhor e quando começam a alargar já não lhes consigo dar uso. Aquele espacinho a sobrar ali nos bolsos do rabo ou junto aos joelhos é o fim.

À boca de sino: estas calças são justas em cima e vão alargando na parte de baixo. Foram as calças da minha adolescência. Se pudessem começar a alargar logo desde o joelho e depois ir aumentando até ao pé… melhor. Andava eu contente da minha vida quando estas calças desapareceram e tive que experimentar as skinny. Lembro-me que não gostei nada da mudança, foi uma coisa uhuh radical, estão a ver?

Cintura subida: Eu fui comprar umas calças destas porque achei que ia esconder o pneuzinho da barriga lá dentro. De facto, sim, isso acontece, o que é óptimo, o problema é que as calças vão até ao umbigo e não eu suporto ter nada a tocar no meu umbigo. É um problema que eu tenho, e passo a vida a ajeitar-me para que fiquem mais acima ou mais abaixo e é óbvio que não dá jeito nenhum nem é essa a ideia.

Mom jeans: São um tipo de modelo muito largo, reto e de cintura subida que não favorece em nada as formas femininas. Não percebo grande coisa de moda e tenho a mente um bocado fechada a estas coisas, podem dizer!

Boyfriend jeans: calças que são muito direitas, largas e com um “gancho” grande para parecer que roubamos as calças aos homens. Não percebo. É só isto que tenho a dizer. Não percebo a finalidade de comprarmos calças todas descaídas (isso não era antigamente?) para isso mais valia usar efetivamente as deles.

Não sou entendida de moda, já disse. Na verdade isso nota-se na medida em que o meu modelo preferido de calças de ganga são as skinny sem rasgos nem tachas, nem desenhos, nem folhos. No máximo podem ter aquela vertente meio desgastada a parecer que foram à lixívia, como a da foto. Eu sei que isto está prestes a ver a extinção. É bom que eu conserve os pares que tenho até a moda dar a volta. E entretanto uso vestidos ou assim.

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Podem ver os outros textos da rubrica “Vamos falar de moda” onde já falei de forma muito entendida de mochilas, de saias plissadas e até mesmo de meias.