Há muita comida que eu não gosto, sou uma esquisita assumida. Mas nunca encontro grandes dificuldades em experimentar restaurantes novos porque a oferta está de facto cada vez mais e melhor em Lisboa. Adoro comida mexicana e quando encontro um restaurante que serve este tipo de comida os meus olhos saltam das órbitas. Por isso mesmo fui conhecer o El Clandestino.

Situado numa rua pequena do Principe Real, o El Clandestino assume-se como restaurante que serve comida peruana e mexicana. Achei o nome totalmente apropriado quando lá meti o pé. Claro que já tinha visto fotos e lido críticas mas nada é igual quando lá entramos. Ser clandestino é coisa que foge à legalidade, que é feito às escondidas. Assim que passamos da porta existe até mesmo uma cortina, pode ser só por causa do frio ou ter outra razão qualquer, mas eu preferi entrar no espírito e interpretei como um meio de esconder o restaurante, para não se ver lá dentro, para dar mesmo o aspecto de que estamos a entrar numa coisa proibida, que ninguém pode saber.

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Lá dentro a decoração é fantástica. O restaurante apostou nas madeiras, com mesas, cadeiras e loiças que não combinam umas com as outras. Mais uma vez achei que isto tinha tudo a ver com o nome do espaço e com aquilo que devíamos sentir enquanto lá estamos. Até mesmo o chão tinha um aspecto antigo. E a luz. A luz tinha toda a importância naquele contexto, pois se queremos estar a comer num clandestino não podemos estar ali com tudo iluminado, não vá alguém descobrir-nos. Jantamos portanto à média luz criando aquele ambiente mais escuro e perdido. Pode parecer parvo mas achei estes pormenores fatores importante capaz de distinguir este restaurante dos outros com o mesmo género de comida. Hoje em dia é preciso criar elementos diferenciadores para tornar a experiência de facto diferente e merecedora de um regresso da parte dos clientes.

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Claro que isto tudo não importava nada se a comida não fosse boa. Mas é. Eu adoro comida mexicana, não me dou alegremente com a parte do picante mas sou capaz de comer um bocadinho. Fico com a língua de fora mas não faz mal. Pedimos, como não podia deixar, o nosso adorado guacamole com nachos que estava perfeito. Depois escolhemos uns tacos para dividir, um era mais picante que o outro, mas estavam os dois bastante agradáveis, tal como a nossa bebida cocktail que nos acompanhou durante o jantar. A sobremesa foi uma salada de frutas com mousse e crumble e doce de leite e foi explosão de sabores diferentes.

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A comida não tem o mesmo aspecto do sítio em si, podiam pensar que vinha assim tudo no tacho, como se fosse uma tasca onde mandamos as cascas para o chão. Não é assim. A comida vem servida com bastante requinte, como se fossem desenhos no prato, feitos com atenção, detalhe e muito sabor. Acho esta dicotomia bastante interessante e é algo que eu aprecio num restaurante é que nos consigam surpreender. O serviço foi bastante rápido, apesar de o restaurante estar cheio, os pratos não demoraram nada a ser servidos o que também é um ponto a favor.

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