Ah e quando pensamos que os ginásios já não têm mais nada para dar eis que surgem temas. E quando pensamos que já não há nada mais que possa ser dito e comentado, eis que eu trago uma coisa importantíssima a ser debatida.A sério, já falámos aqui das coisas mais irritantes dos ginásio, já falámos sobre o estranho mundo dos balneários, até já abordámos a parvoíce do descanso activo! Mas ainda não tínhamos falado daquele flagelo que é…encontrar alguém conhecido no ginásio.

Vamos lá ver. Haverá alguma coisa mais constrangedora do que encontrar uma pessoa conhecida quando estamos com roupas de treino, com o cabelo desgranhado, sem maquilhagem e ainda a transpirar e a fazer caretas numa qualquer máquina da morte na sala do ginásio? Pensem. Ao pé disto, as pessoas que andam nuas nos balneários a meter creme são o menos importante. Ao pé disto os assentos triangulares das bicicletas não são nada. Toda a gente sabe que nas alturas em que não podemos encontrar ninguém é quando vamos mesmo encontrar. É como quando vamos só ali ao lixo de calças de fato de treino e rabo de cavalo. Nessa altura vai aparecer um vizinho giro no elevador.

É que é assim, quando estou a falar de encontrar pessoas não estou a falar dos nossos amigos com quem jantámos na semana passada. Com esses eu vou ao ginásio, não os encontro, percebem? Eu estou a falar daquelas pessoas que não vemos há anos e queremos tudo menos que nos vejam naquelas tristes figuras. Estou a falar da vizinha invejosa. Estou a falar de alguém do trabalho, por exemplo. Daquela inimiga que vai amar contar como dançavas fora do ritmo na aula de zumba. Estou a falar daquele crush que tínhamos quando andávamos na escola (mesmo que tenha sido há duzentos anos, não interessa). Estou a falar de pessoas que não podem, em circunstância alguma, ver-nos a celulite a abanar no step, percebem?

Se isto acontecer o que é que fazemos? É que se estivermos a fazer o running a pessoa passa tipo rápido porque não se pode parar o contador e estragar o tempo, né? Mas no ginásio, dizemos um “olá tudo bem” e fazemos de conta que não estamos nem aí? Damos um “oi” tímido de longe? Acenamos com o braço colado ao corpo de modo a não verem o nosso músculo do adeus demasiado caído? Usamos o truque de “estou ver qualquer coisa no telemóvel e não te estou a ver a ti”? Fingimos que não vemos, porque afinal, toda a gente sabe que vemos mal ao longe? Admitam, já viram alguém que não queriam em pleno ginásio quando estão a dar tudo, não já?