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O mês de Dezembro é mágico. E como tal, este mês não escolhemos um livro para o Páginas Salteadas, escolhemos uma história. Harry Potter. O miúdo especial. The boy who lived. Enquanto lermos histórias de magia, seremos sempre crianças. “Of course it is inside your head Harry, but why on earth should that mean that it is not real?”

Comecei a ler  “Harry Potter e a pedra filosofal” com 11 anos. A mesma idade com que Harry descobriu que era um feiticeiro e foi admitido em Hogwarts. Hagrid entrou-lhe em casa com a novidade e ainda conseguiu sentar-se em cima do bolo. Recebi o livro de uma vizinha, no natal, curiosamente. Não sabia que ia ser a minha história preferida, nem que ia segui-la até hoje, com trinta anos. Aposto que ela também não sabia.

Acho que somos uns sortudos, nós que começamos a ler a história com esta idade. Porque isso permitiu-nos acompanhar o crescimento de Harry à mesma medida do nosso. Esperávamos, ansiosamente, por mais um volume, assim como ele esperava, impaciente, pelo fim do verão, para voltar à escola.

Depois dos livros vieram os filmes. Sei que já tenho idade para ter juízo mas ainda sinto uns certos arrepios quando tocam os acordes daquela música. Ainda na semana passada li “Os contos de Beedle, o Bardo“. Ainda digo “acio” mas o comando não vem ter comigo. E, sim, ainda continuo à espera da minha carta de Hogwarts, um dia ela chega.

“The ones that love us, never really leave us”

Momentos e frases de Harry Potter e o que nos ensinaram

Amor e amizade

Uma das mensagens mais poderosas da história é o amor. Foi isso mesmo que a fez nascer, aliás. É o amor de Lily, mãe de Harry, através de um feitiço protetor, que o salva na noite da morte dos pais. Harry nasce num círculo familiar sem amor por ele, mas mesmo assim tem bondade no coração. É um bocadinho o amor pelos pais, pelo padrinho (Sirius Black) pelos amigos e pelo diretor que o guiam. É o amor que nos deve conduzir a nós também durante a nossa vida.

“Do not pity the dead Harry. Pity the living and above all those who live without love”

A amizade é outro valor muito importante e sempre presente durante toda a história. A honestidade, a lealdade e o espírito de sacrifício estão intrinsecamente ligados na relação de amizade de Harry, Ron e Hermione. No final do primeiro ano, Dumbledore faz a equipa dos Gryffindor ganhar ao atribuir pontos de última hora aos três amigos, após o confronto com Voldmort, e atribui os últimos dez a Neville Longbotton.

“It takes a great deck of bravery to stand up to our enemies, but just as much to stand up to our friends”

Sentido de humor

Apesar de toda a carga dramática os tempos de diversão merecem ser lembrados. O jeito meio desengonçado de Ron proporciona sempre bons momentos. Lembram-se do medo dele de aranhas? Ou de quando ele e Harry tomaram a ‘poção polisuco’ e fingiram ser os amigos de Malfoy e mais tarde ainda entraram assim “mascarados” no ministério da magia? E quem não se lembra de Hermione tentando ensinar Ron a executar um feitiço de fazer levitar uma pena?

“It’s Leviosa, not Leviosáá”

Todos temos luz e trevas dentro de nós

Quando Harry Potter percebe que tem mais coisas em comum com o senhor das trevas fica assustado. Lembra-se que poderia ter ido para a equipa dos Slytherin se não tivesse implorado ao chapéu para não o fazer. Todos temos temos luz e trevas dentro de nós. Todos somos capazes das melhores e das piores coisas. Mágicos e muggles. Cabe-nos escolher através de qual queremos traçar o nosso caminho. E este para mim é dos maiores ensinamentos da história. É o que mexe com a nossa conduta enquanto seres humanos. São as nossas escolhas.

“It is our choices that show us what we truly are for more than our abilities”

A vida não é fácil. Ponto final. E os mágicos não têm a vida facilitada só porque a loiça se lava sozinha. Temos que ver sempre todos os lados. Muitas vezes o caminho mais curto nem sempre é o melhor. Ou nem sempre o mais fácil é o mais correto.

“We must all face the choice between what is right and what is easy”

Sonhar e ser feliz

É muito importante sonhar e ter objectivos mas não nos podemos deixar consumir nem prender por eles. Não temos um vira-tempo, para alterar pormenores do passado, portanto de nada adianta sofrer com ele e não andar para a frente. É esta a mensagem que Dumbledore passa a Harry enquanto ele olha para o reflexo dos pais no espelho dos invisíveis.

“It does not do to dwell on dreams and forget to live”

A escuridão é pesada. Mas podemos sempre escolher levantar-nos e sacudir a poeira. Harry Potter nunca baixou os braços mesmo quando tudo poderia parecer perdido. Podemos sempre ser felizes, mesmo sem poções mágicas. O feitiço expecto patronus é um dos mais poderosos porque ele precisa de pensamentos felizes para ser formado e assim derrotar os dementors, criaturas maléficas, que sugam as memórias boas e deixam só o que é sombrio e triste. E esta mensagem é muito forte. Podemos sempre encontrar algo de positivo, algo feliz. Este ano eu fiz por ser mais positiva e encontrar o meu patronus.

“Happiness can be found even in the darkest of times if one only remember to turn on the light”

Receita de Bolachas de manteiga de amendoim e caramelo

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  • 1 ovo
  • 1 chávena de farinha de aveia
  • 1 chávena de manteiga de amendoim e caramelo da prozis
  • Pasta de açúcar de bauninha da Vahiné
  • Bisnaga de chocolate da Vahiné para decorar

Misturar os três primeiros ingredientes. Formar pequenas bolinhas depois “esmagar”, com as palmas das mãos em formato de bolacha. Levar ao forno a 180 graus durante 15 minutos, mais coisa menos coisa. Com um rolo da massa, esticar a pasta de açúcar até ficar o mais fina possível. Cortar à medida das bolachas. Usar o corante para desenhar a gosto.

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Minha explicação da receita

Imaginei os Gryffindor na sala comum, numa noite fria, de lareira acesa, a comer bolachas vindas de um pote. O conforto e a segurança daquela sala sempre me fizeram pensar em bolachinhas caseiras. Podiam ser uma iguaria da senhora Molly. Até a mademe gorda ia gostar de comer, se pudesse. ´Bolachas de manteiga de amendoim e caramelo’ também me parece um a boa senha de acesso. Também pode um bom snack para distribuir num jogo de Quidditch. Tenho outra ideia: Que tal substituir a manteiga de amendoim por cera de ouvido e servir algumas, com chá, a Dolores Umbridge?

Espero que as minhas palavras através deste texto vos tenham deixado com água na boca. E que, já agora, vos tenha deixado inspirados também até porque como dizia Dumbledore “Words are, in my not humble opinion, our most inexhaustible source of magic”.

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Acompanhem as receitas da Joana no Às cavalitas do vento e da Vânia no Lolly Taste, nas próximas segundas, e da Catarina no Joan of July que já está disponível.