O pai natal não existe?
Há alguma coisa no pai natal que não bate certo. E nem é o facto de ele não existir. É alguma coisa ainda mais complexa do que isso. Não sei se é das barbas brancas ou da roupa vermelha. Nem sei se é do meu imaginário. O pai natal é como a história das bruxas, em que ninguém acredita, mas que as há, há.Eu gosto da história do pai natal e acho piada que as crianças acreditem que há uma pessoa que vive com as renas e duendes a preparar as prendas delas numa terra longe daqui. Acho um história bonita para envolver toda a gente no espírito do natal. Mas. Todas as coisas têm um “mas” nesta vida. E há pequenas incongruências nesta história, desculpem lá. Vamos analisar as três problemáticas que eu encontrei.
Problemática número um: mãe há só uma, já pais natal há bastantes
Há um certo misticismo nisto de falarmos numa pessoa que não existe mas que está em todo o lado. Dezembro chega e há pais natal em todas as ruas, em todos os centros comerciais, em todas as feiras de natal. E não há só um. Há vários, até. Como é que querem que as crianças achem que o pai natal só aparece se elas se portarem bem se depois ele está em todo o lado? Como é que depois mais tarde, quando quiserem parar com isto, lhes vão dizer que ele não existe?
Problemática número dois: o pai natal é uma pessoa mascarada
O pai natal não agrada a todas as crianças. Eu conheço muitas que têm medo dele. Eu acho normal. Eu mesma não adorava ficar perto do pai natal e muito menos dar-lhe beijinhos. Vejam bem a situação: É um estranho mascarado que nos entra pela casa. E tem comportamentos suspeitos: só traz prendas para nós, tem a cara tapada até aos olhos, e não fala nada, só diz “ho ho ho”. Tudo isto acontece enquanto a família toda está aos berros virada para ti e a dizer “Filha, é o pai natal, ele veio!”. Opah, a sério, isto é estranho. O pai natal é uma pessoa mascarada. Como se o carnaval começasse em Dezembro. Como não ter receio de uma pessoa que não mostra a cara e fala por mono sílabos?
Problemática número três: há sempre alguém que não vê
Há sempre uma pessoa da família que nunca o vê. Essa pessoa tem sempre vontade de ir à casa de banho, ano após ano, mesmo na hora que o pai natal bate à porta. É um grande azar. E ninguém se lembra de chamar essa pessoa, no meio de tanta berraria e entusiasmo.
Quem por aí tinha medo do pai natal? Ou então alguém como eu que não lhe dava muita confiança e muito menos bejinhos? Há alguém mais destemido que lhe tenha puxado as barbas ou que tenha descoberto as roupas dentro do armário dos pais?
Rita
Foi com o problema número 3 (e as botas iguais às do meu Pai) que descobri a coisa toda e fiquei tão chateada, andava eu a dar bombons todos os anos ao Pai Natal com tanto carinho e descubro que o guloso do meu pai é que os recebia.
Andreia Moita
AHAHAHA. Que máximo. Lá está o natal a construir memórias em nós e proporcionar as melhores histórias!
Bjs e um feliz 2018
Green
Acho que tens razão, se havia alguma magia na existência e na ideia do pai natal, ao longo dos anos isso foi-se perdendo porque este passou a ser muito comercial, eu acho que é pena, pois ser criança, inocente e crente é algo tão bom que não lhes deveria ser tirado logo desde tão cedo, no entanto, não falo do pai natal comercial que temos hoje em dia, mas sim do que existia há uns anos atrás.