A montanha entre nós

Depois de gente perdida numa ilha (Lost, a melhor série de sempre) e de gente perdida no mar, este filme é sobre duas pessoas perdidas numa montanha. Está claro que histórias sobre pessoas perdidas é uma fórmula segura para o sucesso. Mas será assim?

“Uma montanha entre nós” ou “A mountain between us” é um filme com uma regra básica que tem tudo para dar certo. A luta pela sobrevivência. Ficamos presos ao filme especialmente por causa desse detalhe. Porque todos nós queremos saber como se sobrevive fora das condições habituais, com frio e fome, no caso.

Uma jornalista e um médico partilham uma avioneta porque o voo deles foi cancelado. Ambos têm que ir para o destino o mais rápido possível. Ela porque vai casar e ele porque tem uma operação urgente para fazer. São dois desconhecidos que ficam presos numa montanha coberta de neve. Durante vários dias tentam sobreviver, comer as poucas coisas que têm, beber água quando o gelo derrete e abrigar-se o melhor que podem. Quer dizer, nem sei como é possível. A pessoa aqui em casa veste o pijama e um robe por cima. Enrola-se num cobertor. E ainda liga o aquecedor e fecha a porta. E estes dois sobrevivem dias numa montanha isolada com um frio do caraças! Está certo!

Kate Winslet é Alex e Idris Elba é Ben. Não senti grande química entre os dois actores, para ser sincera. Houve até uma certa altura do filme que me lembrei de Jack, ou Leonardo Dicaprio, em Titanic e pensei “é bem feita, agora também precisas de ajuda. Mas quando o Jack precisou de um bocadinho de espaço na porta tu nem te desviaste e ele morreu lá no mar gelado!” Há coisas que não se esquecem, não é?

Bom, a história tem contornos até bastante óbvios e que eu não vou contar, mas à parte disso aconselho a verem pela parte dos instintos de sobrevivência. Já pensaram o que faziam numa situação em que estão encurralados e sem recursos? À primeira vista penso que não ia conseguir, mas o filme demonstra uma coisa que é bastante importante e sobre a qual até já escrevi aqui. Somos capazes de fazer coisas que nem sabemos. Quando a necessidade aperta, quando precisamos de fazer algo, fazemos. E pronto. Não adianta pensar o que fazíamos numa situação ou outra, porque na hora certa conseguimos sempre. Porque tem que ser.

E vocês já viram o filme? O que acharam?