Grande Gatsby

Há coisas em 2018 que vão ser novas, mas há outras que não vão deixar que existir só porque virou o ano. As coisas boas, que me dão prazer, vão continuar. O Chapters & Scenes é uma delas. O tema de janeiro é “que aconteceu noutro século” e eu escolhi o filme “O grande Gatsby”.Muitos de vocês devem conhecer o livro de ou então pelo menos já ouviram falar. Mas como neste desafio só tenho trazido livros E ele permite também filmes, desta vez decidi fazer ao contrário.

Há várias versões deste filme. Eu vi a do ano 2013 com Leonardo Dicaprio no papel principal. Não é por ele ser espetacular mas costumo gostar dos filmes com ele, à excepção do “The Revenant“, aquele em que ele ganhou o óscar, curiosamente.

O Grande Gatsby é um romance que acontece nos chamados “loucos anos vinte” nos Estados Unidos. Não fui buscar uma coisa de um século muito antigo mas eu gosto desta parte da história. A loucura instalada na sociedade e depois o crash da bolsa e a grande depressão. Foi uma época marcante no chamado “sonho americano”.

É nesta sociedade consumista e consumida por um espírito louco de emancipação que vive o misterioso Jay Gatsby. Montou um pequeno império e dá festas todas as semanas numa mansão de luxo onde toda a sociedade gosta de ir ostentar. Os cabelos curtos, os vestidos com farripas. As mulheres a fumar cigarrilha e os homens charutos. Não quero adietar a razão destas festas nem quais são as verdadeiras ambições do Grande Gatsby e muito menos porque foi apelidado de “grande” mas quero dizer que é um romance e que há mensagens deixadas de forma leve, mas sublime, na história.

Lições escondidas na história de Grande Gatsby:

A esperança e ilusão: O protagonista não esqueceu as suas origens nem aquilo que o fez crescer com o carácter que tem hoje. Por trás de um homem misterioso há uma pessoa terna e lutadora que não perdeu a esperança nem a capacidade de sonhar. Mas é importante não confundir esperança com ilusão. A esperança faz nos andar crendo em dias melhores. A ilusão é matreira pois pode fazer-nos acreditar em coisas que não existem e com as quais acabamos por sofrer.

Não podemos viver no passado. Nem revivê-lo tal como ele foi. Nem alterá-lo nem nada. Temos de encontrar um fio condutor na nossa vida com base nas nossas escolhas passadas, sim, mas que nos guie no presente. A nossa condição presente é aquilo a que devemos prestar atenção.

Não podemos obrigar ninguém a amar-nos nem a querer as mesmas coisas que nós. Esta é provavelmente a mensagem mais dura. Muitas vezes queremos impor as nossas regras, os nossos gostos, as nossas vontades e não percebemos porque os outros não concordam connosco. Aceitar isto é um passo em frente na direção do futuro. Mas ninguém disse que era fácil.

Devemos manter relações mas não dedicar a vida aos outros anulando-nos. Ninguém consegue ser feliz sozinho, é certo. Mas o contrário disso não deve ser um vida de entrega e devoção que nos faça esquecer de nós próprios. Devemos verificar quem realmente merece a nossa atenção. E ter a certeza que nos rodeamos de pessoas verdadeiras e boas. A primeira frase do filme é “Devemos sempre encontrar o lado bom das pessoas”.

Se não consegue falar então escreva. Esta é a minha preferida. Porque às vezes não conseguimos ou não queremos falar. Mas podemos sempre escrever. Podemos mostrar coisas a escrever, revelar sentimentos, falar da essência. As coisas mais verdadeiras surgem quando escrevemos. Como se não desse para mentir ao papel e à caneta.

Já viram este filme? Ou outra adaptação desta história? O que acharam?

Este texto faz parte do desafio Chapters & Scenes do blog da Mariana It’s Ok.