Eu quero conhecer todos os países. Isso é ponto assente. A Europa é o continente que tenho mais preenchido no meu mapa mundo. Talvez por ser mais acessível e mais perto. Há países que sempre quis visitar, que fazem parte dos meus sonhos. E depois há outros que surgem em oportunidades quando não estamos à espera. A Suécia foi um desses casos. A visita a Estocolmo aconteceu por acaso.

A ideia inicial era ir a Copenhaga. Mas, enquanto pesquisava roteiros por estes blogs fora, apercebi-me que muita gente aproveitava a ida à Dinamarca para dar um salto à Suécia. Quando vi isso…pus-me logo a inventar. Por que não aproveitar a oportunidade e apanhar o avião de Copenhaga para Estocolmo e assim ficar a conhecer duas cidades em 5 dias? Os voos entre estas duas cidades saem bastantes vezes ao dia, quase de hora a hora, e são bastante rápidos e baratos. Pelo menos mais baratos do que ir de Lisboa. E assim fizemos. Fomos de férias para o frio cinco dias.

Quando chegámos ao aeroporto da capital sueca percebemos que teríamos de apanhar o comboio para o centro. O Arlanda Express é a forma mais rápida de chegar ao centro da cidade. Esta viagem é cara, mas a parte interessante é que é 100% ecológica. Já tinha referido, quando vos falei do livro Lagom, que a Suécia era um país preocupado com as questões ambientais.

Ao chegar ao centro de Estocolmo fomos conhecer o hotel que era o Clarion Hotel Amaranten e, claro, mudar de roupa. Ou melhor, vestir mais roupa! Estava muito mais frio do que em Copenhaga. Já era de noite quando saímos à descoberta. Nós somos assim, não perdemos tempo e fomos diretamente para a cidade velha, no centro de Estocolmo, para ver como era e encontrar depois um sítio para jantar.

Ainda nessa noite visitamos o Ice Bar onde estão menos cinco graus. Porque achámos que não estava frio suficiente cá fora, percebem? A ideia é ter a experiência de entrar num bar onde tudo é de gelo. Desde o sítio onde nos sentamos, às mesas e até mesmo os copos de onde vamos beber. À entrada dão-nos umas cobertas para conseguirmos aguentar o frio. A experiência é muito engraçada, mas o bar é pequeno e gelado pelo que não aguentamos muito tempo lá dentro e a parte pior… pagam-se vinte euros por pessoa.

Estocolmo - ice bar

Estocolmo - Ice Bar

eSTOCOLMO, Dia 1

Acordámos bem dispostos e prontos para ir palmilhar mais uma cidade. As previsões eram de chuva e foi assim que passámos os primeiros momentos da manhã. Depois de tomar o pequeno-almoço no enorme salão do hotel e com uma vasta escolha, saímos para a rua fria de Estocolmo, ainda bem cedo. A  cidade é fantástica e naturalmente linda. Não posso deixar de notar a arquitetura. Casas baixas e coloridas tão engraçadas que parecem de bonecas. É esta a magia que me atraí nestes países.

Estocolmo cidade

Conseguem perceber o fascínio desta cidade nórdica? Chego mesmo a pensar que só com aquela temperatura fria é que as coisas se sentem desta maneira. Consegui perceber o Lagom e o Fika de que falei aqui anteriormente. A ideia de fazer uma quebra a meio do dia para beber um café e comer um bolo num local quente nunca fez tanto sentido como aqui, na cidade de Estocolmo.

Estocolmo fika cafés

A cidade velha

Foi absolutamente incrível percorrer esta parte da cidade. É a área mais antiga e portante onde estão as bases de Estocolmo. Confesso que as ruas me fizeram lembrar as ruelas de Praga. Houve qualquer coisa que me soou familiar. Aquelas paredes castanhas com casinhas pequeninas e quase labirínticas são o encanto de qualquer cidade. Melhor do que ler, vejam as fotos.

estocolmo cidade velha

estocolmo

museu vasa

Já da parte da tarde caminhámos junto ao rio até ao Museu Vasa. É uma longa distância desde o centro da cidade até lá. Mas fomos todos contentes, a pé, junto ao rio, de casaco apertado até cima e gorros na cabeça. É um passeio muito giro na medida em que de um lado tínhamos imensos barcos atracados e do outro os prédios ao estilo deles, bem estreitinhos e longos.

estocolmo barcos

cidade de estocolmo

O Museu Vasa custa cerca de 13 euros e nós fomos conhecer. O Vasa era um navio que naufragou ao sair da Suécia em 1628. No museu ficamos a saber toda a sua história, desde a sua construção até ao dia em que naufragou. O Vasa tem uma grande percentagem do navio restaurada e está exposto no seu original neste museu.

De início não estava a perceber o interesse de ver um navio naufragado mas na verdade é mesmo muito interessante. Todo o trabalho de reconstrução que é feito, as exposições que nos mostram o seu interior e o filme que explica os acontecimentos da época e depois também perceber o que terá corrido mal com a construção do navio para que ele naufragasse mal saiu do cais.

Vasa museu

Museu Abba

Depois de almoçar nas instalações do Vasa seguimos para outro museu. Alguns quilómetros mais à frente do Vasa fica o Museu dos ABBA. É extraordinária a fama deste grupo de músicos, bem como era a fila que estava para entrar no museu de tributo ao grupo.

Como amante de música eu fazia questão de visitar este centro de homenagem a cantores que deixaram a sua marca no panorama musical mundial. Sei algumas músicas e gosto bastante. O museu é completamente interativo o que para mim foi espetacular porque pude cantar e dançar à vontade, toda a gente lá estava a fazer o mesmo: figuras! São 25 euros, eu sei que ainda é bastante, mas eu gostei muito.

abba museu

abba museu

Estocolmo, dia 2

Era o último dia da viagem e portanto o último dia na cidade. Confesso que já sentia um cansaço grande nas pernas pelos muitos dias a andar a pé. Mas se tivesse de escolher entre continuar a descobrir países e voltar para casa, a escolha não seria nem um pouco difícil.

Nesta manhã estava realmente bastante frio. Acho que foi mesmo o dia mais frio. Tanto que queríamos passear mais um pouco a pé pela cidade mas não era mesmo possível porque o frio cortava-nos. Apanhámos, pela primeira vez, o metro.

Skansen

O Skansen é conhecido por ser um museu a céu aberto. O que era realmente incomodo visto estar um frio do caraças, mas lá fomos. Jamais deixaria que o estado do tempo me impedisse de ver alguma coisa que queria. O objectivo deste museu é mostrar o modo de vida dos suecos nos últimos séculos, e isso vai desde a época rural aos tempos mais industriais. O museu apresenta a composição de uma cidade à escala real. Lá podemos ver e entrar em todos os domínios da vida sueca. Temos a escola, a igreja, os estábulos com animais, as oficinas, a padaria, as casas tradicionais e tudo aquilo que compõe a vida de antes e de agora.

Passámos lá a manhã inteira para viver tudo ao máximo. As casas por dentro estão aquecidas para combater o frio que se fazia sentir. A determinada altura começou mesmo a nevar, o que tornou tudo mais especial e bonito. Os trabalhadores do museu, não são trabalhadores comuns. Eles estão vestidos a rigor e encarnam as personagens do tempo e das casas que estamos a visitar, tornando tudo mais interessante e real.

Este museu, para terem ideia, pode ser como o nosso Portugal dos Pequenitos, em Coimbra. Com a diferença de que aqui nós cabemos mesmos nas casas. O espaço é enorme. E mesmo com o estado do tempo a agravar-se quisemos experimentar assar a nossa própria salsicha, nos assadores comunitários, tal como eles fariam em tempos antigos. Claro que ao comprar o pão e as salsichas deixámos logo cair um pão, para não variar nos disparates. Por isso é que na foto só vão ver um!

skansen estocolmo

considerações finais

O dia acabou bem cedo porque começou a anoitecer perto das 16h. Hoje em dia, com o Inverno bem avançado, estará a escurecer mais cedo ainda.

Esta cidade é muito bela. Sem dúvida que a qualidade de vida é altíssima. As pessoas são muito simpáticas e parecem mais do que habituadas ao frio imenso com que vivem. Nota-se uma grande diferença relativamente ao resto da Europa, mas uma diferença para melhor. Uma cidade evoluída e talvez por isso um pouco mais cara para o português. Fora o preço e o frio é realmente digna de visita, passam-se dias fartos em cultura. E aconselho a visita a mais do que um país, tal como eu fiz, porque as viagens entre eles compensam mais que a partir de Lisboa.

cidade de estocolmo