Prova de vinhos na Adega Mãe
Depois dos trinta anos decidi beber vinho. Como se fosse uma coisa que se decide. Vinho branco já tinha provado. Mas achei que a consagração da idade só acontecia quando provasse vinho tinto. Se quando somos crianças temos a idade dos porquês, então que os trinta sejam a idade das afirmações e das decisões. Fui fazer uma prova de vinhos.
Bebi pela primeira vez vinho tinto no aniversário de uma amiga minha. Ela fez trinta, só para saberem! Depois voltei a provar o vinho vermelho numa prova de vinhos organizada por outro amigo meu. Foi o dia em que bebi mais vinho tinto na minha vida. Mais vinho, no geral. E achei que ali, sim, os trinta anos estavam a começar a fazer sentido.
Breve história da minha relação com o vinho
Beber vinho não significa apreciar vinho. São mesmo duas coisas diferentes. Abanar o copo e olhar com ar intrigado não significa saber o que estou a fazer. No entanto, faço na mesma. Agito o copo, olho lá para dentro, cerro os olhos enquanto faço um olhar entendido. Depois cheiro (ou inspiro dentro do copo) e finjo que percebo imenso enquanto todos à volta da mesa falam de colheitas e castas. Acho que sim, concordo com tudo. Alguns vinhos arrancam-me uma valente careta, com direito a de língua de fora e tudo. Nessas alturas o que faço é despejar o que está no meu copo, de modo elegante, no copo de alguém com um paladar melhor do que o meu.
Assim ia seguindo a minha vida. Mas um dado dia, os meus amigos decidem, do alto da sua vida adulta, com trinta anos, que vamos fazer uma prova de vinhos, numa adega. Não sou de negar programas e às dez da manhã de sábado lá estávamos a caminho de um Brunch, com prova de vinhos, na Adega Mãe, em Torres Vedras.
A Adega Mãe
Éramos os únicos a visitar a adega nessa manhã. O que foi logo um ponto positivo. A nossa guia foi a Inês e conduziu-nos pelos caminhos da fábrica, da vinha, do laboratório e por todos os sítios importantes porque onde passa o vinho que produzem. Enquanto íamos conhecendo o caminho das uvas, desde a sua colheita nas vindimas, até chegar à nossa mesa, a Inês ia nos contando a história da criação da Adega Mãe. Sou louca por histórias e como tal acho fascinante e bonito que dois irmãos tenham criado este negócio como forma de agradecer à família tudo o que lhes proporcionou ao longo da vida. O nome Adega Mãe vem mesmo daí. Não vou revelar muito mais coisas porque acho mesmo interessante que possam conhecer este lugar e a história que existe por trás do negócio e espírito empreendedor desta família.
Fiquei bastante impressionada com a forma de trabalho por aqui. É uma adega bastante mais tecnológica do que outras que já visitei, por exemplo. (Podem ver aqui a visita que fiz às caves do vinho do Porto). Também gostei igualmente de conhecer as fases porque o vinho passa e a forma como isso acontece e muitas vezes durante bastante tempo. Durante a visita é nos explicado o ciclo do vinho e a forma como ganha a cor e o tempo que demora até ser engarrafado. Vemos a vinha, que nesta altura do ano não tinha uvas, vemos as máquinas de produção, as pipas, o laboratório, a sala de provas e vários recantos importantes para a produção do vinho.
Brunch e prova de vinhos
No final da visita passámos ao brunch. Fizemo-lo num ambiente intimista na loja da adega. O facto de estarmos sozinhos proporcionou um ambiente amistoso e simpático para podermos degustar os queijos e enchidos. E ainda as compotas produzidas na região. Tudo isto numa mesa bem bonita e composta e com seis vinhos de colheitas diferentes para experimentar. A Adega Mãe produz vinho tinto e branco. Nós pudemos provar três de cada.
Depois de ter percebido o processo pelo qual passa o vinho, foi muito interessante provar e perceber as diferenças que existem. Nunca pensei conseguir detetar diferenças de sabor, cor e textura. Perceber se era um vinho mais seco ou mais fresco, mais líquido ou mais denso. E que tipo de comidas vão bem com cada vinho. Para mim, até aqui, o vinho era bom ou era mau. Mas aqui a Inês ia explicando os aromas e a composição do vinho e de seguida nós provávamos. Posto isto, achei uma experiência super agradável e engraçada até mesmo para mim que não me considero apreciadora de vinho.
Eu estou sempre interessada em conhecer coisas novas. E recomendo muito a visita à Adega Mãe e a degustação por vários motivos. Ficamos a perceber mais sobre os vinhos que bebemos e a sua criação. Conhecemos uma fábrica e a profissão com muitas especificidades interessantes e que desconhecemos. Conhecemos uma história familiar bonita e inspiradora e claro, passamos tempo de qualidade com os nossos amigos à volta da mesa.
Como é que é a vossa relação com o vinho? Já fizeram alguma prova? Contem-me se são entendidos ou se como eu nunca percebem nada das conversas à volta da mesa de copo na mão?
Rosarinho & Susana
Andreia, tal como tu sempre gostei mais de vinho branco. Mas a chegada dos trinta trouxe-me o tinto! Como eu gosto de beber um copo de vinho tinto na companhia de amigos, ou abrir uma garrafa, lá em casa, para um jantar a dois, numa noite de sábado. Não sou entendia. Gosto ou não gosto… mas sempre tive curiosidade em aprender mais sobre este mundo. Por isso, este mês, tenho uma visita marcada à Quinta da Bacalhôa (inclui visita ao palácio, Museu/Adega e prova de vinhos). E claro irei contar tudo no blog! Beijinhos 🙂
Rosarinho
Daniela Santos
Eu adoro vinho, mas vinho tinto é um amor especial. Já tive a oportunidade de ir a uma prova vinhos e foi tal e qual como descreveste ahaha
Não sou entendida no assunto, mas gosto de beber e tenho imensas saudades :b
Beijinhos
Green
Deve ser giro a prova de vinhos com brunsh, mas eu não gosto mesmo nada de vinho, tinto então… credo! Mas pronto, faço 30 anos em Novembro ainda tenho desculpa, ahahahah