mulherzinhas

O clássico “Mulherzinhas” já faz parte da minha estante há muitos anos. Li-o quando era criança talvez ainda sem capacidade de compreensão suficiente para perceber a complexidade escondida por traz de uma história tão simples. 

Não tenho o hábito de reler livros, mas “Mulherzinhas” ficou no meu imaginário. Vi os desenhos animados e tudo quando deram na televisão, na época. Corri tudo à procura do livro, lá por casa, para o voltar a ler, depois de fazer trinta anos. Lembrava-me dele perfeitamente, um livrinhos pequenino com quatro meninas na capa. Mas não o encontrava em lado nenhum. Comecei a procurar resumos da história para me avivar a memória e descobri que existia um outro, de continuação, pelas mãos da Louisa May Alcout. “Boas Esposas” dá continuidade à vida das quatro irmãs (Meg, Jo, Beth e Amy) depois do casamento da mais velha. Comprei os dois exemplares da mesma coleção porque queria ter os livros iguais. (Manias!) Como é óbvio, o livro que eu não encontrei apareceu depois de eu ter comprado o novo!

De que fala o livro “Mulherzinhas”?

À partida pode parecer um livro infantil mas garanto que gostei de o ler tanto com 10 como com 30 anos. Os clássicos têm esse poder. “Mulherzinhas” trata a história de uma família governada por mulheres, já que o pai está ausente em trabalho. Meg, Jo, Beth e Amy têm personalidades muito diferentes e marcadas. Aprendem muito do que sabem com a sua mãe, a senhora March. É através de vários episódios da vida familiar que vamos nós aprendendo também lições básicas para a nossa conduta.

A vida familiar das March nem sempre é fácil, uma vez que são uma família pobre que tem que aprender a conviver com o resto da sociedade sem vestidos novos. A verdadeira lição deste livro está na capacidade que temos de nos adaptar à nossa condição mostrando sempre orgulho e dignidade e sem deixar de trabalhar para manter aquilo que temos e sermos mais e melhor.

Além disso, “Mulherzinhas” é também uma verdadeira lição de girl power (falei disso neste post), uma vez que através das várias personalidades destas cinco mulheres vamos vendo que somos sempre capazes de nos superar. E reparem que na época em que este livro foi escrito, o poder feminino ainda não era tido em conta, apesar de ser o grande suporte da família desde sempre.

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A minha explicação da receita

As relações e a família são pontos bem vincados neste livro se não mesmo o ponto fundamental. A relação de mãe com as filhas. A relação entre irmãs, nem sempre pacífica, é certo, mas muito mais criativa e engraçada do que qualquer outro relacionamento familiar. A relação com entes mais afastados ou por quem não sentimos afinidade. E a relação entre amigos que passam a fazer parte da família, a chamada família que escolhemos.

Sendo este um livro cheio de histórias de família eu decidi trazer também uma das minhas histórias e relacioná-la com o projecto Páginas Salteadas foi fácil. Todas as famílias adoram comer e passar horas à mesa. Ninguém quer meter a mesa nem lavar a loiça no final, mas todos na minha família me pedem o meu cheesecake. Não é uma receita saudável. Mas ninguém na minha família me perdoaria se cortasse no açúcar. Vou partilhar a receita do meu cheesecake e que a minha família gosta tanto. Não é fit e vamos assumir isso, porque de vez em quando nós podemos.

Receita de cheesecake de frutos vermelhos

  • 300g de bolacha (uso digestiva)
  • 250g de margarina
  • 1 pacote de natas (uso frescas)
  • 1 embalagem de leite condensado
  • 2 pacotes de queijo para barrar (uso philadelphia)
  • 4 folhas de gelatina
  • 1 caneca pequena de leite
  • compota de frutos vermelhos

Começar por desfazer as bolachas. Costumo usar a técnica rudimentar de as meter dentro de um saco de plástico (daqueles de congelar) e depois parto-as mesmo com as mãos. Derreter a margarina num tacho e juntar a bolacha até ficar tipo soltinha. Às vezes é preciso acrescentar mais bolacha ou manteiga. É difícil para mim funcionar com medidas, vou vendo! Espalhar esta “massa” numa forma amovível e deixar no frigorífico.

Bater as natas, misturar o queijo e o leite condensado. Derreter as folhas de gelatina em água. Pegar nelas e mexer dentro de um pouco de leite aquecido (numa chávena de meia de leite, por exemplo) e juntar ao preparado. Deitar esta “massa” branca em cima da bolacha e deixar no frigorífico por umas horas. Depois por cima juntar a compota e desenformar.

Vejam as receitas das outras participantes do Páginas Salteadas sobre este livro e sobre os outros:

Joan of July

Às cavalitas do Vento

Lolly Taste