Páginas Salteadas | Eleanor & Park & brigadeiros
Eleanor & Park tem uma linguagem jovial. Fala com “tipo” e “bué fixe”. É tão leve, tão fácil lê-lo. Assim como o amor deve ser. E ao mesmo tempo é um livro complexo e tão profundo. Exatamente como o amor é. E é isto mesmo que eu sinto. Este livro é amor. Devíamos ter sempre tempo para ler sobre amor. Nunca devíamos parar de procurar livros sobre amor porque o amor não é só entre duas pessoas, nem entre família ou amigos. O amor é sempre o sentimento máximo que nos move em tudo o que fazemos.
Um livro juvenil com 30 anos…porque não?
Podem pensar que há idade para ler. Mas não há. Os estilos de livros que lemos não nos definem. Não percebo as pessoas que têm vergonha de dizer que leem isto ou aquilo. Ler é muito mais do que isso. Se lermos já nos devemos sentir orgulhosos. Cada um que leia o que lhe apetecer.
Os livros são uma entrada num mundo que não é o nosso. Mas que nos transforma, nos ensina coisas e nos faz sonhar, que é o mais importante. Ler literatura juvenil ou livros Young Adult cumpre todos estes requisitos por isso só pode ser bom, em qualquer idade.
Eleanor & Park. Dois inadaptados, um amor extraordinário.
A Eleanor é uma miúda que não tem grandes laços familiares e tem ausência de amigos por estar sempre a mudar de casa. Park é um miúdo coreano e senta-se no último lugar do autocarro, mas não se sente igual aos outros rapazes. Eleanor tem o cabelo aos caracóis, com vida própria, não gosta do seu corpo e veste roupas esquisitas. Park está sempre a ouvir música e a ler banda desenhada e não consegue tirar a carta de condução.
A história de amor entre os dois nasce no autocarro a caminho da escola. E cresce entre músicas e livros emprestados. Aumenta com o toque sensível e tímido de uma mão na outra. Fez-me lembrar de mim própria a escrever nos meus diários sobre todos os sentimentos exagerados (mas lindos|) que temos em adolescentes.
“Estar de mão dada com Eleanor era como segurar uma borboleta. ou um coração a bater. Como segurar algo completo, e completamente vivo.”
Quão bonito e natural é isto? A beleza do primeiro amor. Alguma coisa genuína quando ainda se está a descobrir que nome lhe dar. Há nesta história, e na forma como está escrita, toda a simplicidade de que é feito o amor.
À medida que a história de Eleanor & Park ia crescendo, à minha frente, eu estava tão envolvida que me esqueci de me preparar para o final. Eu achei que ia durar para sempre. E fiquei tão triste com aquele fim como há muito já não ficava com um livro. E quando um livro te deixa um sentimento prolongado assim, como este me deixou, e a desejar saber mais das tuas personagens, só pode ser bom.
“Bolas, ela tinha bochechas amorosas. Covinhas em cima das sardas, o que até devia ser proibido, e redondas como maçãs. Era tipo espantoso não haver mais gente a querer beliscar-lhe as bochechas. A avó dele ia beliscá-las quando elas se conhecessem.”
Receita de brigadeiros amorosos e saudáveis
Fiz estes brigadeiros para a festa de aniversário do Lolly Taste e portanto todas as minhas parceiras do Páginas Salteadas já o provaram. Recorri a eles para ilustrar o amor de Eleanor & Park porque tenho a certeza que este livro vai ser unânime e todas vamos sentir muito carinho por ele.
É fácil e simples. Tem ingredientes que não fazem mal, tem que ser feito com cuidado e sentimos vários sabores enquanto provamos. Assim, como todos os amores deviam ser.
Vejam também as receitas das maravilhosas:
Catarina Alves de Sousa, no Joan of July
Joana Clara, no Às Cavalitas do Vento
Vânia Duarte, Lolly Taste
Green
Não conhecia mas parece-me um livro bastante diferente e interessante, obrigada pela partilha 🙂
Andreia Moita
Se gostas de livros young adult lê este. Recomendo muito.
Kéké
Tão mas tão bom aspeto <3
http://www.keke.pt
Andreia Moita
Girl, obrigada. São tão bons! Beijinhos