Coisas fantásticas que acontecem no ginásio

Eu não sei mas ir ao ginásio está a dar-me cabo da cabeça. Então cada vez que lá vou acontecem-me coisas fascinantes. O ginásio pode fazer-me muito bem ao corpo, mas há mente eu tenho as minhas dúvidas. Há muito que aqui falo das peripécias que me acontecem, de certeza, só a mim. Vou tentar fazer um resumo das coisas fantásticas que acontecem no ginásio.
Vamos começar pela minha capacidade de contar. Ora bem, eu nunca fui uma estrela a matemática, mas sempre consegui contar nem que fosse pelos dedos das mãos. Mas cada vez que me sento numa máquina, daquelas em que temos que levantar as pernas ou os braços, perco a capacidade de contar um, dois, três. E começo a trocar-me toda. Nove, doze, treze, quinze, vinte, já está, ufff!
Depois perco também o discernimento quanto ao tempo. Entro no ginásio e a coisa altera-se como se o tempo não passasse e depois no final já passaram duas horas e eu ainda não tomei banho. Sim, um minuto em prancha não é o mesmo tempo que um minuto na passadeira e muito menos é igual a um minuto no meu sofá. Não me lixem.
Esqueço-me frequentemente de levar coisas que só por acaso até me davam jeito ter levado. Sei lá os ténis, por exemplo. De repente parece-me adequado levar ténis para o ginásio. O cadeado, para fechar as minhas coisas no cacifo, também é coisa que não só não levo como perco frequentemente ou, imagine-se, esqueço-me do código. Já devo ter comprado uns trinta e cinco.
E depois a nível da minha função motora a coisa também não é lá grande coisa. E isso prova que o meu cérebro não está funcional no ginásio. Na hora de ir para os balneários, por exemplo, custa-me muito dar pontapés no ar para vestir as calças depois do banho. Porque toda a gente sabe que nenhuma calça de ganga entra com as pernas molhadas. É isso e descer/subir escadas depois de ter estado numa máquina do inferno a dar à perna para a frente e para trás. Não consigo nem andar a direito quanto mais alçar a perna para uma escada.
Acho óptimo o meu cérebro descansar no ginásio. Porque acaba por ser todo um acto da prática do mindfull. Raramente consigo não pensar em nada. Excepto realmente quando estou no ginásio. Quando estou no ginásio só penso nas dores que estou a sentir (e no alívio que é parar) tal como fazia quando corria. E é sempre é uma boa desculpa para usar quando se vê alguém conhecido e se está demasiado suado para cumprimentar, “Ah nem te vi. Estava aqui concentrada nesta dor ao puxar este ferro com movimentos parvos de cima para baixo para tratar deste músculo do braço com o qual depois vou sentir outra vez dor quando estiver a mexer o iogurte amanhã de manhã. E então, estás bonzinho?”
Green
Ahahahah, muito bom! Não tenho por hábito esquecer-me das coisas em casa ou perder cadeados, mas sem dúvida que a parte das dores concordo 🙂