banguecoque

Chegou a hora de falar da minha estadia na Tailândia. Já tinha saudades de escrever sobre viagens. Vou tentar dividir os textos em várias partes conforme os sítios a que fui, e mesmo assim não prometo que fiquem pequenos. Hoje o post é sobre a capital, Banguecoque. Uma cidade muito movimentada, com gente por todo o lado, carros, motas e tuc-tucs, tudo ao mesmo tempo e onde todos os cheiros se misturem desordenados. É uma cidade pouco dada às questões ambientais, mas constitui um grande centro cultural e muito religioso.

Éramos sete amigos de viagem com uma mochila às costas. Entusiasmados depois de vários meses a preparar aquela que ia ser a nossa aventura conjunta. Chegámos a meio da tarde do dia 15 de Abril à cidade de Banguecoque. A primeira experiência como viajantes começa no aeroporto quando temos de perceber o “mecanismo” necessário para apanhar um táxi. Tínhamos levado muitas recomendações para negociar os preços. E foi o que fizemos sempre que apanhamos um transporte dentro da Tailândia. Mas no aeroporto o processo é diferente. Tivemos de ir para uma fila onde nos era indicado o nosso táxi e o preço era muito mais difícil de negociar.

Banguecoque: Kaoh San Road

Escolhemos pernoitar na rua mais movimentado da cidade de Banguecoque: A Kaoh San Road. Uma rua cheia de comércio, bancas com comida, restaurantes, bares e hotéis. E gente, muita gente. Quando metemos o pézinho fora do táxi fomos “atacados” por bisnagas de água. Sem saber muito bem o que se estava a passar fizemos a rua inteira até ao nosso hotel a apanhar verdadeiros banhos de baldes com água. Estranhei mas depois comecei a achar piada. Percebemos mais tarde que aterramos em Banguecoque no último dia da festa de ano novo que se festeja precisamente atirando água aos outros.

O nosso hotel foi o D&D Inn no centro da confusão. Uma vez que era na rua principal e não tinha bom acondicionamento do som e até as janelas tremiam com a música. Não me vou alongar porque não recomendo o hotel.

Banguecoque é uma cidade de movimento. De dia e de noite. Há sempre muita gente na rua. A música é animada. Há bancas com comida de rua (da mais normal à mais estranha). Achei uma cidade um pouco velha, suja, mal cuidada e onde não se importam muito com isso. Vi mesmo alguns animaizinhos rastejantes (baratas, ratos) que não me fazem impressão pessoalmente mas que ainda assim não acho bonito de ver a passear na rua.

Banguecoque

banguecoque

Mas não vou dizer que não gostei da experiência porque gostei muito. Aliás eu saio da Europa é precisamente para ver estas coisas. Eu adoro o choque cultural. Gosto de perceber como vivem as outras pessoas. Como gerem as suas cidades, como levam as suas vidas. A maior parte das pessoas que vivem ali consideram aquilo bom e normal porque nunca tiveram a sorte, que eu tenho, de ver que há mais além daquilo. Portanto, as pessoas adaptam-se à realidade ondem vivem porque de facto não conhecem outra. E isto é o que me enriquece enquanto viajante, perceber a minha sorte, dar valor ao que eu tenho como aquelas pessoas dão valor ao que têm ali e que culturalmente é tão diferente.

Os templos budistas

Os templos são a grande atração da cidade, para onde estão voltadas todas as atenções. De facto parece que entramos noutra dimensão quando estamos perto daquelas obras de culto a Buddha. As regras são claras e estão em qualquer site de viagens, só não vai preparado quem não quer. Não é possível entrar de ombros e pernas à mostra e isto aplica-se a homens e mulheres. Outra regra básica é que nos devemos descalçar para entrar em qualquer templo. Os pés são considerados a parte mais impura do corpo e como tal devemos entrar sem sapatos.

Grand palace e Temple of Emerald Buddha (Wat Phra Kaew)

Percorremos as ruas de Banguecoque debaixo de grande calor até chegar ao Grand Palace. O dia estava encoberto mas foi o dia mais sofrido em termos de calor. Eu amo calor, atenção. Adoro. Quero para sempre. Mas as minhas pernas escorriam neste dia. Até o meu nariz escorria água, pensei que ia ficar doente, mas foi mesmo só do ar deste dia, depois passou-me.

A entrada para o Grand Palace custa 500 baths o que equivale sensivelmente a 13 euros. Vale bastante a pena, eu adorei conhecer. É um sítio notoriamente de culto e é impressionante a beleza daquelas construções. As cores e a maneira como tudo se conjuga. É bastante diferente daquilo que estamos habituados a frequentar e é aí mesmo que reside a beleza da coisa. Dá para lá passar a manhã inteira a rodar, mas claro não vão para lá achar que vão ficar sozinhos na fotografia porque não vão. São vocês e duzentos chineses.

grand palace

Templo do Buda reclinado (Wat Poh)

Um dos templos mais conhecidos da Tailândia é aquele que tem o buda deitado. É uma figura com 43 metros de comprimento. Para terem uma ideia é impossível tirar uma foto inteira ao buda de tão comprido que é. Dizem mesmo que é maior do que o Cristo no Rio de Janeiro e quase do tamanho da Estátua da Liberdade em Nova Iorque.

Quando entramos no complexo Wat Poh há vários budas mas o deitado é a maior atração. Para lá entrar é preciso pagar 100 baths e descalçar os sapatos que podemos transportar dentro de uns sacos que nos dão. Para ver o Buda é preciso estar em silêncio, mas há ainda mais curiosidades. Uma delas são os pés de buda que têm esculpidos na sola vários símbolos. Depois há um corredor das esmolas, que fica nas costas do Buda reclinado. O objectivo é que depois de percorrer a estátua gigante se distribuam moedas na fila de taças que lá está.

buda dourado

Wat Arun Ratchawaran

Para ir para este templo é preciso atravessar o rio de barco. Uma viagem que nos custou cinco minutos e cerca de cinco cêntimos. É um templo completamente diferente dos que visitámos anteriormente e é um espaço muito mais vazio. Não há tanta gente a visitar e portanto anda-se muito mais à vontade. São arquiteturas diferentes onde a cor predominante é o branco que pessoalmente achei muito bonito. Há também a particularidade de se poder subir a uma das torres e para visitar este espaço, do outro lado do rio, e não é preciso pagar.

Comer em Banguecoque: Pad Thai

Já tinha referido no meu primeiro post sobre a Tailândia que a comida ia ser o meu maior problema. Não seria o trânsito, nem os bichos, nem a línguas, as pessoas e muito menos o calor. A comida era do que eu tinha mais medo. E no princípio (e durante bastante tempo) mantive uma postura bastante dura relativamente a este assunto. Analisei cada restaurante ao pormenor obrigando os meus amigos a escolher sempre o de melhor aspecto.

Importa dizer que no final de quinze dias ninguém passou mal com nenhuma comida. E ainda experimentamos comida de rua. Não foram propriamente gafanhotos (acho eu) mas sim espetadas de frango (repito: acho eu). Da primeira vez achei aquilo um monte de gordura. Da segunda já gostei e comi tudo.

Mas falemos então do prato típico da Tailândia e que todos os turistas querem comer. Eu comi durante muito tempo até me aventurar noutras escolhas. O Pad Thai é uma espécie de noodles com rebentos de soja, carne (ou camarão) amendoim e lima. Essencialmente é isto mas depois há variações que podem levar ovo, por exemplo.

Ama

O Ama é um restaurante perto do mercado (que visitámos e cheirava muito mal por causa do peixe seco). Tem um ambiente espetacular, descontraído e animado. Quando lá chegámos devíamos estar com uma cara mais morta que viva porque o dono depressa nos serviu um taça de alumínio com gelo para passarmos na testa e nos pulsos. Ele disse que aliviava o calor. E foi verdade.

Thips Samai

Recomendo também o Thips Samai. O restaurante mais cobiçado de Banguecoque. Qualquer local nos indicava ir lá. Fomos no último dia. Escapamos por pouco à fila e entramos num sítio decorado com as recomendações e avaliações de vários sites e jornais de todo o mundo. Ficámos admirados com o preço baixo de todos os pratos. O Pah Thai aqui é diferente, vem envolvido em ovo. É tão delicioso que toda a gente devia experimentar.

É claro que há mais coisas para ver e fazer em Banguecoque. É uma cidade grande. Há o mercado flutuante por exemplo, ou o mercado do comboio, onde nós não fomos por isso não referi aqui. São escolhas e cada viajante deve fazer as suas. Eu estou muito feliz com as nossas e por estar agora a recordar esta viagem aqui pelo blog. O próximo post sobre a Tailândia, ainda não será sobre as praias, esperem, será sobre a cidade de Chiang Mai para onde fomos de seguida.

Gostam deste género de texto? Acham interessante? Faz-vos viajar um bocadinho também?