chiang mai

Voltar a escrever sobre a Tailândia é uma enorme felicidade. Faz-me, em certa medida, voltar para lá. Hoje vou-vos levar a conhecer Chiang Mai.

Já vos disse que para mim viajar é mais do que só ir. A minha viagem começa muito antes do dia da partida. Começa quando escolho o destino, continua enquanto faço pesquisas sobre o local, enquanto escolho o que quero visitar e construo o meu roteiro. E prossegue muito depois de terminar a viagem propriamente em si, durante o tempo em que escrevo e descrevo aqui no blog as coisas que vi, fiz e senti.

A viagem à Tailândia foi feita entre amigos como já vos contei neste post. Foi planeada antecipadamente e o roteiro decidido entre todos o que pode tornar as coisas mais complicadas mas efectivvamente muito mais ricas. O truque para viajar com amigos, que têm naturalmente interesses diferentes, passa por cada um fazer o que mais gosta,  individualmente, sem que isso prejudique o grupo e consequentemente as memórias da viagem. O meu grupo concordou em tudo, excepto num ponto: A visita ao Santuário dos Elefantes em Chiang Mai. A coisa resolveu-se. Quem queria ir ia e quem não queria não ia. Não acham uma solução bastante adulta?!

Decidi não ir. Porque não fazia parte do meu ideal de viagem nem do que eu tinha idealizado fazer na Tailândia. Apesar de ser um dos pontos principais e onde toda a gente vai, eu não fui. E tudo bem com isso. Contudo quis conhecer a região de Chiang Mai e por isso estive lá um dia e meio, com parte do grupo, e no dia seguinte alguns de nós partiram para o próximo destino, enquanto o restante grupo ficou.

Uma região do interior: Chiang Mai

Chiang Mai é uma região a Norte da Tailândia e a segunda maior cidade do país. Está, claramente, muito longe da confusão turística de Banguecoque, em termos práticos e geográficos, já que fica a 800km. É que não tem absolutamente nada a ver. É um ambiente bastante mais calmo. Nota-se pela pouca quantidade de pessoas que se vê na rua que é uma região mais do interior. Mais quente, mas muito acolhedora, confortável, pacata, bonita e incrivelmente cheia de cultura. Eu adorei conhecer esta cidade, bem como os templos de lá. Talvez tenha apreciado mais Chiang Mai do que a capital.

chiang mai

Fomos de avião de Banguecoque para Chiang Mai e ficámos no hotel Arch39 que foi uma lufada de ar fresco depois do hotel anterior. A primeira coisa que tivemos de fazer foi entrar descalços e deixar os sapatos à porta. O hotel era super clean e tinha um ar jovem e descontraído. O quarto era o mesmo para todos e para subir para a minha cama havia uma parede de escalada, que eu adorei. Quando chegamos, simpaticamente, ofereceram-nos um gelado e eu culpo-me até hoje de ter o rejeitado, tal foi a cara de desilusão da senhora.

Depois de pousar as mochilas partimos à aventura. Deu logo para perceber que era uma cidade onde a religião estava intensamente presente. Havia monges nas ruas, enfeites, santuários, elefantes de pedra espalhados por todos os cantos. Tudo com ar bastante cuidado e amoroso.

arch39

Templo Wat Chedi Luang

Fica no meio da cidade e portanto achámos que íamos lá chegar com a maior das facilidades com o gps. Não aconteceu assim. Caminhámos durante horas até o encontrar! (Talvez horas seja exagerado, mas fica para a história). Quando lá chegamos alguns de nós tiveram de pagar e outros entraram sem lhes ser cobrado nada. Os primeiros não pagaram e os últimos a entrar sim. A entrada não é vigiada, não há indicação que é cobrado um bilhete nem cancelas. Portanto, estou para perceber o que aconteceu.

Gostei imenso deste templo porque a arquitetura é muito diferente daquela que encontrei em Banquecoque. Não tem nada ver. É uma construção bastante antiga. Não tinha quase ninguém lá dentro pelo que me deu muito mais gosto andar por lá sem demoras e a sentir verdadeiramente as coisas em vez de andar aos encontrões (ou com pessoas dentro das minhas fotos!)

À saída retomamos a grande saga desta viagem que foi encontrar um restaurante para comer. Encontrámos um giríssimo. E provei uma comida diferente que foram spring rolls. A partir daqui pedi sempre isso e nenhuns foram iguais a estes. Fica a dica: os melhores spring rolls são no See you soon. (E seja presságio do nome ou não, a verdade que lá voltamos para lanchar ao fim do dia.)

Templo Doi Sutep

A região de Chiang Mai é uma zona montanhosa a norte da Tailândia. Um dos mais emblemáticos templos, aquele que aparece em todos os guias como um must see, é precisamente lá em cima.

Apanhámos uma espécie de táxi-carrinha-vermelha para nos levar lá. Não gozem porque o transporte nesta zona é mesmo assim, numa carrinha destas. Era perfeito para nós porque íamos todos juntos a cantar montanha acima. Tudo muito giro mas atenção a um pormenor importante quando forem. Saibam que o caminho é subir e às curvas (não preciso dizer muito mais, não é?).

Adorei este templo, sinceramente. (Já sei que parece que gostei de todos, mas pronto, aceito a crítica) Este aqui tinha a particularidade de ser no cimo da montanha e ter vista sobre a cidade nos pátios à volta do templo dourado. Paga-se a entrada (não muito caro) e tem uma grande escadaria para subir, que fica no meio de uma extensa mata. É preciso ter cuidado com a roupa, já sabem nada à mostra!

Na volta para a cidade, no mesmo táxi, que ficou à nossa espera, apanhamos uma grande chuvada tropical. Um calor do caraças e chuva a cair forte durante uns minutos. Foi épico. Houve até mesmo apostas para ver se conseguíamos chegar enxutos ao táxi, depois de descer a escadaria.

Night Bazar

À noite fomos jantar a um restaurante que não tem nada de bonito, digo-vos já. Mas estava em todas as recomendações de amigos que já tinham visitado e fomos. A aparência não era apetecível mas a comida revelou-se bastante boa e por isso deixo o nome: Kanjana.

Era hora de dar uma volta pela cidade à noite e fomos conhecer outro atrativo que é o Night Bazar. É um mercado noturno com barraquinhas e música, perfeito para comprar coisas típicas para trazer para casa. Íamos passeando e tentando negociar preços. (Uma vez penso que nos terão rogado uma pragazinha. Uma senhora ficou com cara de poucos amigos porque não concluímos a compra e proferiu umas palavras na sua língua de modo desagradável. Até agora nada de mau aconteceu!)

Conclusões gerais

Gostei muito da paz desta cidade. Do estilo pacato de vila distante e quase paradinha no tempo. Senti-me muito bem lá. Naturalmente que existem mais coisas para ver. Este é o relato das coisas que eu escolhi ver. O nosso estilo de viagem englobava passar por vários sítios em 15 dias. E isso significa fazer muitas escolhas.

No dia seguinte, uma parte do grupo foi então visitar o parque dos Elefantes e o restante aproveitou uma manhã livre a andar de bicicleta antes de apanhar o avião para o próximo destino e motivo do próximo post: Puket.