ioga

O ioga não é para mim. Já experimentei, não estou a falar por falar, fiz a minha parte e simplesmente não resulta comigo. Lido bem com isso e estou a aqui com a maior das calmas a admitir. Não é porque meio mundo faz ioga que eu tenho de o fazer. Aceito e respeito. Compreendo e admiro a filosofia do ioga. Apenas não é a minha.

Há uma certa tendência para fazermos aquilo que está “in”, “na moda” ou seja lá o que for. Mas isso não é, muitas vezes, bom para nós. Porque o que faz bem a umas pessoas não faz a outras. O truque é encontrar aquilo com que nos sentimos bem. E assumir isso sem problema. Não me levem a mal…mas o ioga não é a minha cena.

A primeira vez que experimentei fazer ioga já sabia que não ia gostar. Mas decidi ir na mesma para deixar de ser parva e parar de achar que sei sempre tudo. Decidi dar uma hipótese aos meus preconceitos relativamente aquela matéria que eu desconhecia. Não gostei, mas ao menos percebi que me conheço minimamente.

A senhora disse para nós levantarmos a perna direita e colocarmos o pé de lado na parte interna da perna esquerda. (Está a dar para entender? Estão a visualizar?) Depois pediu para juntarmos as palmas das mãos e as elevarmos acima da cabeça. Disse que nós éramos árvores e que podíamos balançar se sentíssemos desiquilíbrio, porque as árvores também baloiçam o vento. Olha o que ela foi dizer. Ainda bem que eu era uma árvore e não um desenho animado se não já me estavam a sair balões da cabeça com o meu pensamento…estaria ela a falar mesmo a falar a sério? E estava. Toda a gente achou super normal. Mas, por favor, já é difícil ser Andreia Moita Moita normalmente quanto mais a fazer de árvore. Aquilo não estava a dar. Tentei mais uma vez. Teimosa! E quando toda a gente fechou os olhos…eu abri. Abri para ver o que estavam as pessoas a fazer. E elas estavam realmente a sentir aquilo. E eu não.

O que é o ioga e a diferença em relação à meditação

Resumidamente, e de acordo com o sei, o ioga é uma prática física que nasceu na Índia. Está associado ao exercício físico devido às suas posturas e ao mesmo tempo está ligado às práticas meditativas. É conhecido por trabalhar o corpo e a mente ao mesmo tempo e por ter inúmeros benefícios para a saúde.

Sabendo eu que ambas as práticas podem estar intimamente ligadas, eu faço uma distinção quanto ao ioga e à meditação. Não me identifico com o intuito e a prática do ioga. Nenhuma posição de me diz nada. Lamento, mas muitas fazem-me sentir apenas ridícula. Não levem a mal, é a minha opinião, não me sinto confortável a fazer ioga.

Contudo, tenho alguma vontade de aprender mais sobre os benefícios da meditação. Já experimentei fazer com a Rute Caldeira e no final do mês passado fui ao Wanderlust. Sempre achei que era preciso não pensar em nada e por isso não ia conseguir, mas, começo a perceber, que não é bem é esse o conceito. Podemos até pensar em alguma coisa. Desde que estejamos concentrados. A dar atenção. A estar presentes. A meditação é uma coisa muito própria e que não é encarada de forma igual para toda a gente e isso sim, agrada-me.

O que não gostar de ioga diz sobre mim

Eu não gosto de ioga, mas e sei que isso não me define. Não faz de mim uma pessoa sem sentimentos, nem desconectada. Mas diz claramente algumas coisas importantes sobre mim. Só que não têm que ser obrigatoriamente coisas más.

Sou uma pessoa que, ao nível do exercício, gosta de fazer coisas mais “mexidas digamos”. Gosto de saltar. Prefiro zumba, step, body attack. O ioga, com todo o respeito e esforço que exige, não me preenche. Consigo relaxar e não pensar em nada a correr, por exemplo. Talvez encontre mais rapidamente a minha forma de meditação em exercícios energéticos do que no ioga. Sou uma pessoa com foco e concentração, mas tenho um bichos carpinteiros. As actividades paradas ou repetitivas causam-me tédio, desconforto e desmotivação.

Não sinto que tenha que fazer ioga para pertencer à tribo. Eu interesso-me por vários temas. Eu sou uma pessoa consciente, quero alinhar-me, descobrir-me, conhecer-me. Quero pensar, refletir, receber respostas. Quero viver o silêncio que me custa tanto a encontrar. Quero ser uma pessoa melhor e entender todas coisas que tenho dentro de mim. Só não acho que tenha que o fazer com as pernas cruzadas, costas direitas e a dizer mantras em sânscrito. Aliás se o fizesse só porque sim e sem o sentir verdadeiramente é que estaria a ser muito incorreta comigo e com aquilo que o ioga ensina e pretende transmitir às pessoas. Penso naquilo como uma filosofia de vida, apenas não faz parte da minha.