Páginas Salteadas | Bolo de romã e um livro de Zafón

Foi a primeira vez que li um livro de Zafón. Quer dizer, ainda não li, estou a ler. Muito atrasada mas acompanhada de um bolo de romã. “A sombra do vento” é o meu último livro de 2018 e é ele que fica com a responsabilidade de encerrar este ano de Páginas Salteadas.
Para dizer a verdade estamos todas atrasadas na concretização do Páginas Salteadas. Esta receita pertencia ao mês de Novembro. Mas com os trabalhos, o Blogging for a cause e outros afazeres de final de ano, que todas tivemos, resolvemos atrasar o Páginas. Esta é a última receita do ano mas para o ano voltamos em força. Este projecto é muito querido por todas.
Zafón, o autor mistério
Nunca li nenhuma obra de Zafón. E estou verdadeiramente agradada com a surpresa que tem sido. “A sombra do vento” tem todos os ingredientes que me agradam num livro. Está bem escrito. Boas personagens, que nos fazem querer conhecê-las e um mistério. Confesso que este último é o que me atrai mais. Haver um mistério na história, para uma curiosa como eu, é suficiente para me deixar agarrada ao livro. Mas este mistério que eu ainda não sei em que é que vai dar parece-me diferente. Normalmente começo a especular. A tentar adivinhar. Mas aqui, não. Não faço mesmo ideia nenhuma de qual vai ser o desfecho disto. Quero, ainda, destacar o humor deste livro. Principalmente as partes cómicas protagonizadas por Fermín. Gosto da forma divertida como está escrito e da forma como imagino os diálogos entre Fermín e Daniel.
Daniel Sempere é o rapaz protagonista desta história. Trabalha na livraria do pai, tal como o senhor Fermín. Pequena pausa para apreciar o facto de a história se passar neste cenário. Uma livraria. Sou louca por livros cujo enredo se passa numa livraria. Não sei porquê. Adoro imaginar esse espaço. E de todos os livros que já li passados numa livraria sempre a imaginei de forma diferente. É o poder dos livros. Continuando. Daniel, personagem principal, vai encontrar, pela mão do pai, o cemitério dos livros esquecidos. E só pode escolher um livro para levar. E é a partir desse livro, e do seu autor misterioso, que toda a intriga se desenvolve.
“Não podia evitar pensar que se eu, por acaso, havia descoberto um universo num só livro desconhecido no meio da infinidade daquela necrópole, dezenas de milhar mais ficariam inexplorados, esquecidos para sempre. Senti-me envolvido por milhões de páginas abandonadas, de universos e almas sem dono, que se afundavam num oceano de escuridão, enquanto o mundo que pulsava fora daqueles muros perdia a memória, sem se aperceber, dia após dia, sentido-se mais sábio À medida que esquecia”
Receita de bolo de romã
- 4 ovos
- 1 iogurte (do sabor que quiserem)
- 3 medidas do iogurte de farinha
- 2 medidas do iogurte de açúcar (eu usei de coco)
- Canela a gosto
- 1 romã
O bolo de romã é o típico bolo de iogurte mas com pedaços de romã. Portanto não há aqui um elemento surpresa muito grande sem ser exatamente esse, a romã. Por acaso faz toda a diferença. Aprecio o facto de ser um elemento mistério que aparece ali no bolo e que ninguém está a espera. As pessoas quando olham não percebem logo que é um bolo de romã porque elas ficam com uma cor diferente uma vez quentes e inseridas no bolo. A preparação é tão simples quanto juntar todos os ingredientes na batedeira e juntar a romã no final (sem bater) e deixar no forno por trinta minutos (ou mais, conforme ditar o teste do palito).
Vejam também as receitas da Vânia, da Joana e da Catarina com base neste livro.
Green
O livro parece ser de facto interessante e quanto à receita, adoro romã por isso o bolo deve ser delicioso. Claro que para mim é sempre sem canela.
Andreia Moita
A canela é tipo um ingrediente extra uma vez que a receita funciona mega bem sem ela também.
vania duarte
esta receita já me conquistou porque a pessoa adora bolo de iogurte e adora romã por isso é uma sugestão super vencedora 🙂 a ver se me despacho com a publicação da miha receita ihihihihi
Andreia Moita
Amante de bolo de iogurte, de canela e de romã por aqui também!