livros que não gostei

De vez em quando acontece não gostar de livros. Não é comum, mas acontece. Há livros pelos quais passo na estante e não me lembro da história, sequer. Esses, não é que não tenha gostado, mas se não me lembro é porque foram indiferentes para mim. Depois há outros que é bem mais fácil o sentimento, são livros que não gostei. 

Eu não gosto de não gostar de livros nem gosto de não me lembrar deles. Mas aceito que isso aconteça. Há histórias que simplesmente não me marcam. Confesso que não fico muito confortável com isso. Não gosto de não gostar de livros. E depois tenho o hábito de os continuar a ler mesmo não estando a aproveitar a leitura. Não deixo um livro a meio. E isso torna-se uma perda de tempo e uma teimosia, mas tenho a ténue esperança que o livro vá melhorar algures no tempo. Trago hoje algumas das histórias em que isso não aconteceu e portanto são livros que não gostei de ler.

Rodrigo Guedes de Carvalho – Mulher em Branco

Li este livro há tanto tempo. É o mais antigo desta lista. Mas mesmo assim lembro-me de não entender grande coisa. Possivelmente era muito nova para ler aqueles assuntos. Lembro-me de ser um livro triste, melancólico, assustador, confuso, cru e muito pesado para a miúda que eu era na altura.

Deixo-vos a sinopse: “Uma criança desaparece. Estava à guarda do pai. O choque da notícia atira a mãe para um abismo de amnésia. Sem memória, é incapaz de chorar um filho que não sabe que tem. Como podemos continuar a viver se caminhamos vazios. E há um homem que arranja uma amante enquanto visita a mulher no hospital. Ladrões que roubam cinzas de uma morta. Há as maldades desumanas do amor, um sopro pérfido que o diabo sussurra aos ouvidos. Em fundo, a irracional violência do divórcio. A bestialidade das palavras que atiramos uns aos outros como pedras. Uma mulher que espera ainda e sempre, à janela. Porque o coração é um bicho e não ouve. E uma pergunta a que não se ousa responder: Para onde vão os amores que foram um dia?”

Paula Hawkins – Escrito na água

Este livro desiludiu-me e é pura e simplesmente isto. Há um crime. Quem o cometeu? Este é o género de livro que eu adoro ler. Mas nem toda a gente sabe contar este tipo de histórias. Paula Hawkins sabe e por isso este livro ser mau, irrita-me. Comprei “Escrito na água” porque o anterior livro da autora “A rapariga do comboio” foi brutal. E portanto pensei que outra história contada pela mesma autora só podia ser sucesso. Não é. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Aliás achei que ela foi na onda do sucesso do livro anterior e fez assim uma coisa meio à pressa para aproveitar.  Saibam mais sobre esta história neste post que escrevi para o projecto do Páginas Salteadas que acompanha uma receita de salame de chocolate.

Elena Ferrante – A amiga Genial

Sabem quando toda a gente anda a ler um livro? E toda a gente diz que é bom? Demoro muito tempo a lá chegar. Não leio logo assim que ouço as criticas. Cheguei tarde à história tão bem falada de Elena Ferrante e olhem não achei nada de especial. Não é envolvente, tem um ritmo parado e chato e tem muitas personagens o que se torna uma confusão. Além disso era suposto sentir alguma coisa pelas duas personagens principais, e eu não senti nada.  Não me puxa para querer saber o resto da história nos livros seguintes. Também este foi um livro do páginas salteadas pelo que podem ler aqui a minha opinião mais detalhada.

Valter Hugo Mãe – A desumanização

O caso da “A Desumanização” é diferente e só aparece na lista dos livros que não gostei por causa da história, que me pareceu uma coisa despejada ali meio à bruta. Mas tenho as melhores coisas a dizer sobre a escrita de Valter Hugo Mãe. Acho que só li o livro até ao fim para ler algumas passagens que estão extraordinariamente bem escritas. Gosto de sentir as palavras dele apesar de não sentir nada em relação à história do livro.

“A religião era uma forma de teimosia. As preces faziam-nos perseverar. E acreditar que deus se ocuparia também dos nosso destinos era uma casmurrice, talvez. Uma pretensão toda a dar-se importância. Tão pouca gente podia ser uma coisa grande do tamanho da alma. Mas eu não conseguia acreditar nisso. Achava-nos tristes. Ridículos. Deus certamente bocejaria se assistisse ao espectáculo pequenino das nossas vidas. Estaria indubitavelmente olhando para outro lugar. ”

Rute Silva Correia – O ano em que não ia haver verão

Eu não sei quem é esta autora. Só o título me chamou a atenção e levei-o para as férias de verão de propósito. Não me lembro de nada. Só que era uma seca. Faz mesmo parte dos livros que não gostei. Até mesmo a sinopse não tem interesse nenhum, querem ver?

“Gizela Espinosa é uma herdeira deslumbrante que acumula dinheiro e poder de sedução. Santiago é um artista interesseiro e dominador. Em Lisboa, toda a gente conhece os dois amantes. Quando o guitarrista Jonas Vasconcelos morre misteriosamente, um terrível segredo de família ameaça revelar-se e só a indiscreta Rosalina poderá, ou não, evitar um desfecho escandaloso.
Num diálogo de desencontros, as personagens deste romance urbano, decorrido na Lisboa dos dias de hoje, entram e saem das camas uns dos outros, do divã do psicólogo Raúl Veracruz e também de um obscuro clube secreto na Praça de Londres, onde máscaras e mentiras são os acessórios mais excitantes.”

Já leram algum destes livros e têm uma opinião diferente da minha? Contem-me tudo. Ou então revelem-me livros que vocês também não gostaram para trocarmos ideias.