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Estou a fazer uns cursos online no Atelier Digital do Google e deparei-me com um chamado “Fortaleça a confiança através da auto-promoção”. Era bastante curto em termos de tempo e decidi clicar para ver. É sobre aprender a falar das nossas conquistas aumentando a nossa confiança e poder de persuasão.

Não é a primeira vez que toco neste assunto no blog. Na altura do Blogging for a cause já tinha dissertado um pouco sobre esta temática. Agora, depois de ver este tópico ser até considerado um curso pelo Google, decidi logo que ia voltar a falar sobre isto.

Há pessoas com tendência a dizer mal de si próprias e até a desvalorizar tudo o que fazem. Outras que apesar de se conhecerem bem a si próprias, ao seu valor e às suas capacidades temem mostrar essa segurança na hora de promover. Por outro lado, há pessoas para quem falar do que têm de melhor não é um problema.

O que é a auto-promoção?

A auto-promoção consiste em mostrar às pessoas as nossas competências e o nosso valor de forma enérgica (segundo este curso). Afinal que pessoa nos conhece tão bem quanto nós mesmos, não é? Que pessoa será capaz de falar a fundo sobre o que somos capazes de fazer se não nós mesmos?

Muitas vezes até podemos ser confiantes e seguros mas ficamos reticentes no que toca a falar bem nós. Ou seja, na hora de promover o nosso trabalho, as nossas competências, as nossas capacidades damos dois passos atrás. O acto de nos “vendermos” é duro. Por isso é que é uma arte saber falar de nós.

Muitas vezes, eu sou essa pessoa. Conheço-me. E conheço estas teorias, Mas, ainda assim, às vezes cometo estes erros. Às vezes não digo bem de mim. Muitas vezes não sei auto-promover-me. Vou contar-vos uma coisa. Antigamente, as pessoas quando me conheciam achavam-me convencida. Tinha um ar de quem estava muito segura. E estava só com medo. Ainda hoje prefiro mostrar o que sou a que dizer que o sou. E agora, às tantas vocês acham que estou para aqui armada em boa a falar disto, mas olhem…já está!

Há de facto pessoas assim. Realmente convencidas, realmente centradas em si mesmas, realmente focadas nas suas valências de uma forma desmedida. Há. Talvez o truque esteja na maneira de falar, na forma de agir. Excesso de confiança é prejudicial, sim. A falta dela também.

Mas então por que é que é tão difícil auto-promovermo-nos?

É difícil fazer a nossa auto-promoção porque isso é confundido frequentemente com gabarolice. E ser gabarolas é que não! A auto-promoção incomoda as pessoas porque ouvem na sua cabeça aquelas coisas típicas como “sê discreto” ou “não te exibas”. É isso que este curso nos diz. Mas não precisava de ter ouvido os senhores do Google a dizê-lo. Eu já sabia. Já sabia que temos medo de parecer convencidos. Temos medo da imagem que passamos. E, portanto,tendemos a dosear a quantidade de coisas boas que dizemos sobre nós. Tendemos até a dizer mais mal. Mas e então, neste caso, já não temos medo de parecer demasiado humildes? Não. Porque ser humilde é considerado bom e saber “vender o nosso peixe” é considerado narcisismo.

Já muitas vezes fiz saber às pessoas aquilo que não sou capaz. E têm que ser essas pessoas a dizer que sim senhora, sou capaz. Outras tantas vezes nem disse nada. Fiquei calada. É incrível termos que esperar pelos outros para nos capacitar. Termos de esperar que os outros se lembrem que somos bons em algo. Vou contar-vos outra coisa. A primeira vez que fui ao Bloggers Camp disse que o meu blog tinha o meu nome. Fiz uma pausa e senti necessidade de dizer que provavelmente seria egocentrismo. E nisto, a Catarina do Daydreams disse-me que não era. Que era branding. Que isto era a minha marca. Porque não haveria de ter o meu nome, se o blog é sobre mim? E é meu?!

#Iamremarkable

Aposto que se nos pedirem uma lista de defeitos nossos estamos inteiramente à vontade. Como se fosse um orgulho sermos capazes de identificar os nossos defeitos. Então porque não usar essa qualidade fantástica que é saber tudo acerca de nós e escrever uma lista de qualidades nossas. Será mais difícil pelos motivos que já disse em cima. Mas tentem.
Eu escrevi aqui sobre as minhas 13 qualidades, numa resposta ao Desafio 1+3 da Carolina, do Thirteen, e adorei fazê-lo.

Neste mini curso do Google eles pedem a pessoas para fazer uma lista de coisas em que são boas (#Iamremarkable). As pessoas assustam-se. Mas depois quando leem em voz alta faz-lhes muito sentido. Eu, por exemplo, acho que sou boa a organizar e planear coisas (viagens e eventos, por exemplo). Ou que sou boa a fazer rir os outros, a comunicar, a ter ideias. E agora? Pareço-vos mais arrogante por ter dito isto assim? Sentiram-me com excesso de confiança? Devo sentir-me mal com esta auto-promoção?

O que acham em relação a este assunto? Estamos a deixar-nos escapar por causa daquilo que vai parecer? São capazes de fazer uma lista de coisas em que são bons e partilhar aqui para eu ver?