cabelo branco andreia moita blog

Tenho um cabelo branco. Um único a viver no meu cabelo escuro. Por isso é que se vê bem. Ter um cabelo branco não é motivo de orgulho. Mas esta não é a primeira nem a única vez que escrevo a humilhar-me.

Aos 15 anos fiz pela primeira vez madeixas. Daquelas horrorosas que vinham da raiz até às pontas. Duas de cada lado com cerca de dois centímetros cada uma. Convenci a minha avó a deixar-me fazer enquanto passava férias com ela. Depois apareci em casa dos meus pais assim. As coisas que uma adolescente consegue!

Depois disso nunca mais parei de pintar o cabelo. Fiz várias vezes madeixas. Eram quase sempre vermelhas ou qualquer coisa parecida. Ora eram de alto a baixo ora eram só na parte interior do cabelo para se ver só nas pontas! Depois deixei-me disso e pintei o cabelo todo de ruivo. No verão ficava mesmo muito claro e eu achava isso muito giro! A certa altura o meu cabelo parecia uma árvore de natal, mas eu achava isso o máximo. Nestes tempos cortar o cabelo era uma tormenta mas pintá-lo já era na boa!

Quando já me achava suficientemente adulta, achei por bem pintar o cabelo da minha cor natural. Olhem-me que ideia! E até hoje numa mais lhe meti uma pinga de tinta.

O dia em que a minha amiga deu nome ao meu cabelo branco

Agora a única cor no meu cabelo é um único cabelo que teima em ser branco. Quase não se vê…mas há dias em que está bem rebelde e vem dar um olá ao meu público. No outro dia estava ele no seu esplendor e uma amiga perguntou porque não o arrancava. Eu não o arranco não é por causa das teorias da conspiração de que isso faz crescer mais (quer dizer, também é) mas sim porque ele de facto não me incomoda muito. Não lhe ligo. Era por enquanto é um forever alone.

-Podias-lhe de dar um nome.

_ Queres batizar o meu cabelo branco, amiga?

_ Podia chamar-se Acácio!

Hoje vocês ficaram a saber da existência do Acácio. E não há problema nenhum com isso. Ele vive bastante na penumbra, escondido. Muitos não dão por ele. Mas às vezes da-lhe a rebeldia. Há dias em que tem vida própria e ninguém faz nada dele. Com a chuva então fica impossível. Mas permanece forte. Mesmo quando todos o querem arrancar. Ele sobrevive. E está feliz.