Penso muito em livros. Nas histórias dos livros, no tempo para ler livros e nos livros que quero ler. Irremediavelmente há sempre livros que ainda não li.

Leio desde sempre. Passei por todas as fases. Desde os livros da “Anita” aos de “Uma aventura”. Adoro receber e comprar livros. Perco muito tempo a vê-los na estante em casa e nas livrarias. A olhar para eles. E faço listas dos próximos que quero ler, são “os livros que ainda não li”.

Acontece frequentemente a lista crescer mais do que diminuir. E isso acontece porque acrescento títulos a uma velocidade maior do que aquela a que leio. E eu considero que leio muito. Tenho sempre um livro na mesa. Estou sempre a ler alguma coisa. Umas vezes mais depressa, outras mais lentamente, faz parte, mas considero-me uma leitora.

Há títulos que estão em lista de espera há muito tempo. Mais tempo do que eu gostaria. Percebo que vou sempre pondo outros à frente destes e é daí que resulta esta lista.

Livros que ainda não li:

“1984”, George Orwell

Péssimo da minha parte. Apetece-me quase chicotear-me por nunca o ter lido e por todas as vezes que peguei nele na loja e não o trouxe. É o título mais antigo da minha lista de livros que ainda não li. E nem sequer o tenho. Penso que não tenho salvação deste mundo.

“Cem anos de solidão”, Gabriel Garcia Marques

Já sei. Já sei o que pensam. Que toda a gente devia ter Gabriel Garcia Marques. Com este livro a história é diferente da anterior. Já o comprei, já está na minha estante na parte dos livros a ler o que faz de mim uma pessoa má por ainda não ter pegado nele.

“Orgulho e preconceito”, Jane Austen

Sou a pior a nível dos grandes clássicos. E tenho noção. Li muito poucos clássicos. E este faz parte dos livros que ainda não li. Sei que há o filme. Mas não o quero ver sem antes ler e portanto o filme está a ser adiado também e pode ir para lista dos filmes que nunca vi.

“O memorial do convento”, José Saramago

Na escola li muitos clássicos, como naturalmente, todos vocês. Adorei “Os Maias” e “Amor de Perdição”. Detestei “A Aparição”. Já “O memorial do convento” não fez parte dos obrigatórios e portanto não li na altura nem nunca mais. Na verdade e a bem dizer não li nenhum livro do Saramago o que pode até ser uma blasfémia e até fazer de mim uma ignorante literária.

Há mais mil e quinhentos livros que podiam fazer parte da lista da vergonha, mas por hoje já chega de me achincalhar em público. Digam-me quais são os livros que vocês nunca leram. Não se inibam. Estamos juntos.