As minhas preocupações com a alimentação não são de hoje. Mas há dias em que dou muita importância o que como. E depois há outros em que não ligo assim tanto, para ser o mais sincera. Acho mesmo que esta é a forma mais certa e honesta de comer. Mas mesmo assim, com esta convicção, resolvi procurar alguém que perceba mais disto de alimentação do que eu. Querem saber o que aprendi com a minha nutricionista?

Houve um tempo em que contava calorias e deixava de comer o que continha demasiadas, só que eu nem sequer sabia o que isso era. Houve outra altura em que comia torradas com manteiga ou cereais ao jantar. Mas isto não era equilíbrio. Era só eu fazer o que me apetecia.

De há uns anos para cá comecei a encarar a alimentação de forma diferente. E isso não quer dizer que deixei de comer chocolates. Muito embora continue a ser uma esquisita do pior, já tenho mais noção da realidade. Há coisa que continuo a não gostar e não percebo aquela coisa de fazer um esforço para comer. Se não gosto, não gosto. Mas quanto às coisas que ainda não experimentei, talvez possa mudar de opinião. Comecei a interessar-me mais por estas questões e iniciei aqui no blog uma série de posts sobre a minha história com a comida.

Proibições e obrigatoriedades de fora

O “não podes comer isto” e “tens que comer aquilo a esta hora” não funcionam comigo. Isto pode ser demasiado bruto, mas para mim a obrigatoriedade de comer determinada coisa ou proibição de comer outra faz parte de um fundamentalismo que negarei até ao fim. Lia muitos livros mas nunca frequentava consultas de nutrição por causa disto mesmo. Porque eu simplesmente não ia cumprir as “regras”.

Este ano decidi consultar uma nutricionista porque a minha motivação não era o peso. Eu não como fritos, por norma. Nem enchidos. Nem gosto de queijo, mas tenho colesterol elevado e o meu objectivo era aprender a comer melhor no sentido de compreender isto. Foi por mero acaso que me “calhou ” a nutricionista Daniela Duarte, do Agita Kalorias e a experiência foi espetacular.

A Daniela não me obrigou a comer nem a deixar de comer nada. Por isso ganhou a minha atenção. O que aprendi com a minha nutricionista foram dicas e receitas. A Daniela explicou-me coisas e motivou-me. O trabalho de querer ou não comer alguma coisa…era meu.

O que aprendi com a minha nutricionista foi fazer escolhas melhores, mas à minha medida

O que aprendi com a minha nutricionista não foi que o leite faz mal nem que os ovos têm colesterol. A Daniela não me deu um dia livre de soltura para comer batatas fritas e bolos. E não me deu uma palestra sobre hidratos à noite e isso só somou pontos a seu favor. Ensinou-me coisas, tirou-me dúvidas, deu-me valências e liberdade para fazer as minhas escolhas. E isso faz toda a diferença. O que aprendi com a minha nutricionista foi por exemplo, a não comer em frente ao computador enquanto trabalho. É preciso fazer uma pausa para o cérebro se aperceber que o corpo está a comer.

A Daniela tirou-me dúvidas e deu-me a capacidade de perceber que podia comer outras coisas em vez daquelas que eu comia por hábito e facilidade. Isto era o que mais fazia confusão: Saber o que comer. Então se as bolachas têm açúcar, o que é que como em vez delas? O que aprendi com a minha nutricionista é que queijo fresco com marinheiras pode ser um excelente lanche.

É importante explicar que eu sei distinguir a fome emocional da fome natural. Eu sou bastante racional e sei quando quero comer bolachas porque me apetece e quando quero comer bolachas porque tenho fome. Sei muito bem quando estou a comer o que me faz mal e tenho noção das minhas escolhas. O que aprendi com a minha nutricionista tem muito a ver com o entendimento dos rótulos, e das quantidades de açúcar ou gordura que cada produto tem, por exemplo.

O combate ao açúcar e pequenas mudanças que fiz:

• Reduzi o consumo de massa como algo fácil. Como é a minha comida preferida comia muitas vezes. Como é evidente não deixe de comer, só pesquisei outras formas de o fazer. A mesma coisa com o arroz. Descobri um arroz basmati integral óptimo.
• Deixei de comer bolachas. Eu consumia bolachas de uma maneira parva. Não tinha nada para levar para o lanche e levava bolachas. Tinha fome antes de dormir e comia bolachas. E achava que se fossem integrais eram boas para mim. A quantidade de açúcar que comia através delas era absolutamente descabida.
• Reduzi muito o açúcar que coloco no café. Eu não consigo beber sem açúcar, mas despertei para o tamanho de um pacote de açúcar e para a quantidade que ingeria por dia. Hoje um pacote dá-me para três cafés.
• Comecei a ter muito mais atenção à quantidade de açúcar presente no leite, nos iogurtes e no pão.
• Faço o meu próprio molho de tomate em casa triturando tomates e juntando ervas aromáticas. Tomo muito mais atenção aos conservantes que vêm nas latas.
• Comecei a comer mais coisas verdes. Já me tinha iniciado nos espinafres, mas agora já como feijão verde sem passar a sopa. E já experimentei espargos

Eu já comia muito poucas gorduras e então o foco do plano alimentar que a Daniela trabalhou comigo foi o açúcar. O que aprendi com a minha nutricionista foi a misturar frutos secos na fruta para reduzir o índice glicémico. Estou bastante contente com os resultados no meu corpo, mas sobretudo com as mudanças na minha cabeça em relação à minha percepção da comida. A Daniela tem sido uma óptima companhia e mentora neste processo.

Granola Agita Kalorias

A Daniela também é uma empreendedora. E criou recentemente a sua própria receita de granolas que podem comprar aqui. Têm a Jasmin com pasta de tâmaras e aveia. A Violeta que não tem açúcar, mas tem perpetua roxa, uma flor comestível, e erva doce o que faz dela a minha preferida. E a Alfazema que é uma granola salgada, boa para sopas e saladas, com curcuma e flocos de arroz.

O que aprendi com a minha nutricionista foi importante não para perder peso, como disse no início, mas sim para aprender mais sobre os alimentos e sobretudo para mudar alguns hábitos e me sentir melhor com as minhas escolhas.