Eleanor Oliphant é a protagonista da história do livro deste mês do Páginas Salteadas. Em “A educação de Eleanor” conhecemos uma rapariga de trinta anos bastante reservada mas com um humor requintado e…certas manias. Contudo, há uma história de vida dura e um passado meio nublado. Escolhi uma taça de açaí para acompanhar esta história, porque é fresco, doce e irá de certeza proporcionar dias melhores ao virar da página.

Vejo em Eleanor algumas parecenças comigo. Aquele sentido de humor apurado, aquele rasgo de ironia. No entanto, desconfio que ela não sabe disto. Fá-lo de forma natural. A sua forma de agir é espontânea. Aquilo sai-lhe da boca sem pensar. São as melhores pessoas! É pena que, a par disto, esteja recorrentemente preocupada com tudo. Elabora cenários possíveis para qualquer tipo de problema. Como se se estivesse a preparar para o pior. Sempre. (Acho que é por isto que gosto dela. Somos parecidas aqui também o que é péssimo!)

“Oh Eleanor não pode ser assim tão fácil, pois não? Sabia por experiência própria que a vida nunca era assim tão simples, por isso tentei antecipar quaisquer potenciais problemas e a melhor reação possível aos mesmos.”

A escrita que não nos conta tudo é a melhor

A forma como este livro está escrito leva-nos a conhecer Eleanor pelas ações dela. Não há muitas descrições físicas além da cicatriz na cara. E eu adoro isso num livro. Porque nos deixa imaginar. Descreve uma personagem pela sua personalidade. Não nos faz a papa toda, sabem? E eu gostei mesmo muito desta Eleanor que eu imaginei!

“Comprei leite, um pacote de pão e uma lata de argolinhas de massa em molho de tomate. Tencionava comprar letrinhas, mas, por impulso, optei pelas argolinhas. É bom manter a mente aberta, apesar de eu saber perfeitamente que as argolinhas e as letrinhas sabem ao mesmo. Não sou estúpida.”

Há todo um secretismo à volta do passado dela. Até para ela própria. Há uma história meio nublada na cabeça de Eleanor. Um passado escuro e do qual ela não se lembra bem. Uma recordação. Uma perda. Há uma mãe que neste caso não é a como as outras. Não é a melhor mãe do mundo. E a dada altura, Eleanor faz a pergunta, para mim, mais importante do livro. “Será a maldade hereditária?”

Taça de Açaí fresca e fácil

Este livro é um big yes, Recomendo muito! A sério, vão entrar numa história conturbada e difícil, mas ao mesmo tempo vão se divertir muito com esta personagem. Escolhi acompanhar este post de Junho do Páginas Salteadas com uma taça de Açaí. É uma receita muito simples porque Eleanor precisa de facilidade, de leveza, de frescura e de verão. (E também precisa de se livrar um pouco da vodca, na verdade!)

Espero que tenham gostado desta taça de açaí e que também se animem para ler “A educação de Eleanor” um dos melhores que li este ano, até agora. Parece que as histórias com Eleanor no nome resultam bem. Já tinha adorado ler, no ano passado, “Eleanor & Park”, outro livro que já fez parte aqui das receitas do Páginas Salteadas. Lembram-se? Fiz brigadeiros na altura.

Aproveitem para espreita também as receitas da Catarina, que já está no Joan of July, e da Joana que fica disponível para a semana no Às cavalitas do vento.