o que fazer em Singapura

Quando pousei os pés em Singapura percebi que aquilo ia ser uma Ásia diferente. Logo no caminho do aeroporto para o hotel, olhando pela janela do grab, e soube que esta segunda vez na Ásia não ia ser igual à primeira.

Sabem as crianças chatas a perguntar se já chegámos? Era eu nos seis meses que antecederam esta viagem. Foi tudo marcado em Janeiro e só fomos em em Junho. É muito tempo de espera para uma pessoa ansiosa como eu. (Já sobre o tempo em que lá estive não posso dizer o mesmo. Toda a gente sabe que as unidades de tempo têm medidas diferentes. Passam muito mais depressa em férias do que nos dias normais de trabalho.)

Olha a dica: Apesar da espera ser enorme, a maior parte das vezes compensa em, termos monetários, comprar com antecedência. Além disso, quando chegar a hora da viagem já nem se lembram do dinheiro que já foi gasto! As nossas viagens foram pagas em Janeiro, por exemplo. Todos os hotéis reservados com base no nosso plano de viagem (mega organizado, por sinal). Alguns foram pagos nessa altura e outros no momento de chegada. Assim podemos gerir melhor os gastos para não serem todos feitos de uma vez só.

E se eu vos disser que Singapura não estava nos meus planos?

Eu queria mesmo era ir à Indonésia. Singapura apareceu por acaso. Era uma possibilidade lá fazer escala, e era até mais barato do que ir directamente para Bali. Escolhemos ficar um tempo em Singapura e aproveitar para conhecer. Parecia-me pouco provável viajar de propósito para lá ir, então decidimos aproveitar a oportunidade de riscar mais um país do mapa dos conhecidos.

Eu não sabia o que fazer em Singapura porque nunca tinha pensado ir, mas por outro lado não havia expectativa. Fiquei tão surpreendida com aquilo que conheci naquele país. Tinha total abertura para absorver aquela cultura nova que me soube mesmo bem ver um país onde não tinha planeado ir.

Porque é que digo que Singapura é uma Ásia diferente?

Eu visitei a Ásia pela primeira vez em 2018 com a viagem à Tailândia. E apesar de ter visto uma Banguecoque cheia de gente, barracas de rua, sem-abrigo, pobreza, ratos e baratas também vi uma cultura extraordinária. Gente verdadeira, beleza natural e as mais belas praias de sempre. E apaixonei-me pela Ásia ali. Agradeço à Tailândia o facto de querer sempre voltar à Ásia.

Singapura tem ruas limpas, calmas, largas e na estrada respeitam o trânsito. As pessoas que circulam estão sempre com ar intelectual, sabem? Há arranha céus por toda a parte. A certa altura senti que para ver aquela cidade teria de andar com a cabeça virada para cima, arriscando uma dor de pescoço permanente. Singapura é industrializada, desenvolvida, moderna. focada, séria e toda a gente parece organizada. Vocês deviam ver aquele metro. Ninguém entra sem que antes toda a gente saia. Não há cá movimentos atrapalhados, cotoveladas ou empurrões. São gente civilizada.

O que fazer em Singapura em dois dias ou três dias?

Vocês já estavam a ver que nunca mais chegava a parte interessante. O que fazer em Singapura? Bom, andar a vaguear é o mais interessante, mas como isso é cliché, vou-vos mostrar o que fazer em Singapura pela minha ótica.

Marina Bay, Art science museum, Merlim Parl

Esta é a zona mais excêntrica, por assim dizer, da cidade. É aquela imagem típica do cartão postal. que mostra uma cidade inteira completamente focada em ser um polo de desenvolvimento. Eu não sou nada de deixar para trás estas partes turísticas. Eu gosto disto. Gosto de ver como os meus olhos as coisas que só vemos nas imagens do google. Vi muito esta imagem só meu ecrã, então poder estar lá a contemplar neste momento fazia todo o sentido para mim. Não me interessa se toda a gente vai, se vai estar cheio ou se é demasiado turístico.

O Marina Bay apesar de ser quase como um ponto de visita da cidade é também um hotel. Tem aquele poder de ostentar porque é realmente caro (o hotel e todo o centro comercial e restauração que tem dentro dele). Tem a maior piscina infinita do mundo, localizada no 57º piso (tão alto que nem sei dizer o número, ainda bem que isto é por escrito). Digo-vos, se puderem ter esta experiência, de lá ficar alojados, e dar um mergulho na piscina é do outro mundo.

Gardens by the bay

Outra das atrações mais famosas são os Gardens by the bay. Preparem-se para passar largas horas aqui, mas pelo amor da santa não deixem de ir. É um espaço verde no meio da cidade com um jardim incrivelmente bem cuidado e uma estruturas coloridas gigantes que parecem árvores. Para entrar não é preciso qualquer bilhete. É preciso pagar, sim, para subir às estruturas, que acabei de falar, e para entrar nas estufas. Aqui vão ver as mais variadas espécies de plantas e ecossistemas. O que achei dos Gardens é que é um espaço enorme com imensa qualidade e cuidado ao pormenor, diferente de qualquer outro jardim do mundo.

Clarke Quay

Esta é a zona mais boémia da cidade. Então se é assim Andreia Moita tinha que ir. Dá para dar um belo passeio e está cheia de restaurantes e bares. É por isso uma zona mais movimentada do que a área da marina. Adorei o estilo desta zona da cidade, recomendo mesmo que passem por aqui ao final da tarde ou à noite, por exemplo.

Little India e China Town e Masjid Sultan

Aqui, gente, parece que entramos num portal do tempo e deixamos de estar em Singapura. A sério. Podem não acreditar mas é verdade. Quase que me senti na Ásia que vi na Tailândia outra vez. Na little India deparamo-nos com uma zona bastante mais pobre a fazer contraste aos grandes edifícios. Temos o cheiro a especiarias. Temos imensas lojas de ouro, mas uma coisa inacreditável, parece mesmo que somos transportados para outra realidade, o que é incrível. Na China Town (há sempre uma em todos os países, não é mesmo?) vemos bastante comercio de rua e edifícios típicos como se da China se tratasse.

Se há uma coisa que eu gosto de sentir em viagem é a diferença de culturas. Singapura tem edifícios modernos e gigantes (e muitos ainda em construção) ao lado de pequenas estruturas desajeitadas com pessoas completamente diferentes. É esta diversidade que me faz viajar.

Ilha Sentosa

Se não souberem o que fazer em Singapura passado algum tempo, vão à ilha Sentosa. Nós fomos porque nos sobrou tempo. É chamada ilha resort por ter alguns hotéis de cinco estrelas, uma pequena praia e alguns divertimentos e atrações. Precisamos apanhar um comboio, mas é relativamente rápido e passa-se um dia diferente, pelo que acho giro darem uma olhadela.

Como é o tempo? Os preços? E a comida?

A cidade é bastante húmida e está calor mesmo quando está tempo chuvoso. Sentimos mesmo aquela coisa peganhenta na pele, para que saibam. Tem imensos centros comerciais e todos eles estão com o ar condicionado na Sibéria. Muitas vezes bastava ficar perto da porta de um para sentir o frio que vinha lá e dentro e aliviar. No entanto, eu não sou a melhor pessoa para vos falar de temperaturas. Eu aguento bem o calor, por mim vivia no verão.

Os preços são um pouco mais caros relativamente aos que praticamos em Portugal, mas tudo depende dos sítios que pretenderem frequentar. Um restaurante dentro do Marina Bay ou junto ao rio ficará muito mais caro, mas isso também é o que se passa cá.

A comida é bastante variada. Não há propriamente bacalhau à brás, mas há comida chinesa, indiana, tailandesa e por aí a fora. Não há algo propriamente típico de Singapura a não ser o facto muitas vezes a comida vir sem qualque guardanapo. Aprendam a dizer guardanapo em inglês, porque vão estar sempre a pedir.

Para comer mais em conta têm por exemplo os chamados Hawkers que é comida de rua A partir das 18h da tarde. Mas atenção não façam como nós: uns amigos tinham-nos recomendado precisamente comer nos Hawkers. Ora, pois bem, era hora de almoço, nós cheios de fome, não víamos nada disso e fomos a um café/restaurante chamado mesmo Hawkers achando que era ali. A comida era terrível. Má, mesmo má. Tivemos de voltar mais tarde para realmente provar o que era suposto.

E os hotéis? E como fazer as deslocações na cidade?

Para hotéis posso recomendar o Yhotel que tem um conceito moderno e funcional. É aquele tipo de quarto pequeno onde até a cama encolhe para termos espaço para passar e estica para nos deitarmos. Eu adoro este género. Ou então o Destination que fica noutra parte da cidade, mais junto à Little India e que também tem todas as comodidades necessárias. (Fiquei em ambos, um no início da viagem e noutro aquando da escala final para voltar para Portugal.)

É possível andar na cidade a pé, perfeitamente. Mas convém dizer-vos que eu não me importo de andar, muitas vezes faço-o até ficar com dores nos joelhos. Isso é bastante estúpido da minha parte. Não há necessidade de ficarem cansados a este extremo. O metro é óptimo, mas já agora deixo a dica: o bilhete diário compensa em preço mas tem que se fazer um depósito que é devolvido se o entregarmos no prazo de cinco dias. Caso não o entreguem nesse prazo perdem o depósito. Outra dica é usar o grab que é mais barato do que o táxi (é só instalar a app e funciona como o uber).

Considerações finais

Singapura foi o exemplo de viagem que nunca quis fazer. Ou seja, eu não sonhava conhecer Singapura e, como disse no início, não era esse o plano. Mas ter ido sem expectativas foi das melhores coisas que podia fazer. Deixei-me surpreender e gostei imenso de tudo aquilo. Encontrei uma cidade muito limpa e organizada completamente diferente da Ásia que me lembrava. Singapura é um polo desenvolvido e rico.

De Singapura fui para Kuala Lumpur, na Malásia e garanto-vos que a coisa foi bem diferente ao nível do choque cultural. Mas isso, fica para outro dia.

Gostaram deste post? Estão curiosos com o resto da viagem? Se tiverem interesse e precisarem de dicas podem deixar nos comentários que eu tentarei ajudar no que souber.