raparigas como nós

Raparigas que espreitam da janela o que os rapazes fazem atrás do pavilhão da escola. Nunca mais querer lavar a mão porque o amor da nossa vida nos tocou nela (ainda que sem querer). Fotografias tiradas à socapa e guardadas num diário fechado à chave. O primeiro amor tem tanto de mágico como de trágico. E conduz, um pouco, o resto da nossa vida. É este o cenário (do qual nos lembramos bem) que podemos encontrar no livro “Raparigas como nós”, da Helena Magalhães.

Eu gosto de ler Young Adult. Percebi isso depois de “Eleanor & Park”. E “Raparigas como nós” tem um efeito comum nas pessoas que o leem: o regresso aos dias em que ouvíamos músicas deitadas na cama a olhar para o tecto. Este livro é a regresso ao tempo do coração acelerado quando “ele” falava connosco. É voltar ao sobressalto que sentíamos quando os nossos amigos (estúpidos!) “nos obrigavam” a sentar lado a lado deixando-nos as bochechas coradas.

Conheço a Helena e ouvi-a falar do livro algumas vezes. Ela estava a terminá-lo quando andávamos a preparar o Blogging for a Cause, antes do Natal passado. Tinha muita curiosidade de saber o que ela andava a preparar. Quando li o “Diz-lhe que não” não a conhecia. É bastante diferente lê-la agora porque a ouço falar em muitas passagens.

Raparigas como nós. E rapazes como eles. Afonso e Simão.

A Isabel é a personagem principal e conta-nos a sua história de amor juvenil com o Simão depois de se apaixonar pelo Afonso. Ali a determinada altura deixamos de estar em 2004 e vamos fundo em 1999 de regresso à juventude onde tudo tem mais importância do que realmente tinha, não é? É assim que conhecemos as personagens nas diferentes fases da sua vida, Aos 14, quando o mundo pode desabar a qualquer momento. E aos 18, um pouco mais crescidos, mas loucos por uma boa história de amor na mesma.

Há dois tipos de amor: aquele que serve de comparação e ao qual comparamos todas as pessoas que vamos conhecendo ao longo da vida (…) e outro tipo de amor (…) aquele que acaba com todas as comparações porque tudo o que vivemos até então deixa de ter relevância” – tive de cortar aqui alguns partes para não ser spoiler! Tudo por vocês!

“Raparigas como nós” conta-nos histórias comuns a todos os adolescentes. Enfim, cada um irá identificar-se mais ou menos com cada parte da história. Miúdos atrás do pavilhão. Festivais de verão. Influências dos amigos. Comportamentos extremos. Relações. Amizades. Aqueles nomes feios que atribuíamos uns aos outros. Drogas e bebidas alcoólicas. E o coração sempre a tremer de amor.

Não conto com quem ela ficou no final. Só conto que sou do team Afonso. Senti falta de saber mais sobre ele. Helena Magalhães, quero uma versão desta história contada pelo Afonso, estás a ouvir? É que sou fã de um homem apaixonado.

Receita de bolo de cenoura e laranja com cobertura de chocolate

Ora bem. Espero que esteja aqui tudo. Porque eis o que aconteceu: Faltou-me a farinha de milho. Eu queria fazer 3 medidas do iogurte para imitar o básico bolo de iogurte, mas não tinha suficiente para a terceira media. Então inventei e meti farinha de arroz que era o que havia. Na verdade, não sabia se esta receita ia correr bem, precisamente porque resolvi inventar.

Ingredientes:

  • 4 ovos
  • 1 iogurte natural
  • 2 medidas da embalagem de iogurte de farinha de milho
  • 1 medida da embalagem do iogurte de farinha de arroz
  • 3 cenouras raladas
  • Raspa de uma laranja
  • 1 colher de sopa de mel
  • 1 colher de sopa de canela
  • 1 colher de sopa de lucuma
  • 1 tablete de chocolate

Juntei os ovos com as farinhas e misturei as raspas de cenoura e laranja e as restantes coisas. Meti no forno sobre uma folha de papel vegetal para não estar a untar a forma e levei ao forno a 180 graus até passar no teste do palito. Derreti o chocolate no microondas mesmo e espalhei por cima do bolo já cortado em quadrados. E não é que ficou bom?

Curiosos para ler o “Raparigas como nós” da Helena Magalhães? Um livro que tem uma principal objectivo meter os jovens a ler. E a ler um livro cuja história se passa antes de haver redes sociais. E gostaram desta associação do bolo ao livro? Não queria um bolo muito doce porque todos os amores tem a sua parte amarga. Mas no final fazem-nos bem, sabem? Amar, no final, faz bem. E então reguei o bolo de chocolate! Foi tão piroso, isto. Paciência! O amor é piroso.

Podem seguir a Helena e o Book Gang, um instagram só dedicado a livros. Aproveitem e vejam também as receitas da Catarina, da Vânia e da Joana e preparem-se porque este mês de Agosto cada uma escolheu um livro diferente para o Páginas Salteadas. Espero que gostem.