lá onde o vento chora

Kya é uma menina abandonada em “Lá, onde o vento chora”, A mãe foge de casa por sofrer de maus tratos. Mais tarde os irmãos fazem o mesmo e até o pai agressor acaba por desaparecer um dia. Kya vive sozinha, no pantanal, desde criança. Não vai à escola. Mal tem dinheiro para comer. Vai crescendo longe da civilização e torna-se aos olhos de todos, a miúda do pantanal.

“Por fim sentiu medo, um medo mais profundo do que o próprio mar. medo por saber que ia ficar de novo sozinha. possivelmente para sempre. Uma condenação perpétua.”

“Lá, onde o vento chora” é a história da miúda do pantanal. É sobre inocência, solidão ou abandono. Ou então é sobre a procura de um culpado por um crime.

Durante muito tempo pensei que não seria possível uma criança sobreviver da maneira que Kya sobrevive. Mas depois a sua inocência dá lugar a uma rapariga corajosa e a uma adulta determinada à medida que a história se desenvolve. Este livro é sobre muitas coisas, mas é sobretudo sobre sobrevivência e muitas formas de solidão.

“Lá onde o vento chora” ou, como também se podia chamar, A Miúda do Pantanal

Kya vive sozinha no pantanal sem confiar em mais ninguém a não ser nos seus animais selvagens. Um dia conhece Tate, que vem de barco, e a ensina a ler. Podia ser uma história de amor se algo não tivesse acontecido. Depois conhece Chase. Mas sabemos pela sinopse na capa do livro que ele está morto.

“Lá, onde o vento chora” vai contando a história de Kya desde que era criança até à idade adulta, intervalando com capítulos do tempo atual, em que Chaase está morto e a polícia procura o culpado da sua morte. E…o culpado não é quem vocês estão a pensar. Pelo menos não foi quem eu pensei. Obviamente que isso me chateou um bocado! Não por não ter adivinhado quem era, mas por ter pensado mal de uma personagem erradamente. (A verdade é que Todos temos luz e trevas dentro de nós, já Dumbledore dizia, não é?) Mas pronto, resumindo isto significa que este livro cumpriu o seu proposito de me levar completamente para dentro da história e nutrir sentimentos pelos personagens – eu já tenho saudades da Kya, do Tate e do Saltos.

“Bom nesse caso o melhor será escondermo-nos bem longe, onde o vento chora (…) _ Onde o vento chora? O que queres dizer com isso? A mãe costumava dizer isso – kya recordava-se que a mãe estava sempre a encorajá-la a explorar o pantanal _ Vai tão longe quanto puderes, até onde ouvires o vento chorar. _ Significa apenas bem longe, no mato, onde ainda há criaturas selvagens e estas ainda se portam como tal.”

Receita de Papas de Aveia

lá onde o vento chora

Durante anos Kya só comeu papas de aveia. Não tinha dinheiro para comprar mais nada. Não costumo fazer nenhuma refeição que apareça nos livros ou que seja assim tão óbvia, mas gostei tanto da miúda do pantanal que tinha que fazer papas de aveia. Ou isso ou esmigalhar pedaços de pão para dar às gaivotas (só quem ler vai entender!)

Usei aveia puff, (é aveia integral) e sem açúcares que adicionei à bebida de amêndoa a ferver com um pedaço de raspa de limão. Não sei dizer quantidades porque eu gosto das minhas papas de aveia mais grossas, portanto é fazerem a olho para dar a consistência que preferirem, acrescentando mais bebida vegetal / leite ou mais cereal. Cinco minutos depois juntei um pouco de mel e frutas várias que tinha cá por casa: amoras, banana e morangos. Se tiverem pepitas de chocolate, experimentem! (Também podem adicionar coco ralado, eu é que não gosto.) Depois comam quentinho e não esperem que fique frio depois de tirarem mil e quinhentas fotos, como eu fiz!

Boas leituras e bom lanche com esta minha sugestão que faz parte do projeto Páginas Salteadas – Vejam também a opinião sobre o livro e as receitas da Joana, da Vânia e a da Catarina.