Adaptação a novas rotinas | Série Mudar de Emprego – parte 8
A adaptação a novas rotinas nem sempre é fácil. As mudanças custam. Mas ambas as coisas são extremamente positivas!. Até aqui nada novo. Estas frases feitas servem para nos dar grandes lições, principalmente a quem não gosta delas. Eu não gosto de rotinas. Nem de frases feitas. Mas passei a adorei a mudança.
Quando estudava e imaginava o meu emprego nunca quis ter um que fosse sentada a uma secretárias todos os dias. Escolhi ser jornalista para poder falar com pessoas, escrever histórias, descobrir coisas e laurear a pevide. Calhou que o meu trabalho passasse muito pela redação. O que adorei nos primeiros anos. O ambiente, o barulho, a produção e os bastidores arrebataram-me. Mas depois o trabalho que eu sempre quis consumiu-me. Passou-me por cima e engoliu-me ao ponto de eu não perceber que estava saturada. Quando dei conta tive medo e neguei. Mas após dez anos foi demasiado evidente. Existiam coisas para além do jornalismo que eu gostava e que sabia que era capaz de fazer.
O medo da mudança impediu-me de tomar uma decisão mais cedo mas também fez com que ela fosse tão pensada que acabou por ser certeira. Não me arrependo nem um dia daquele último dia de trabalho. A adaptação a novas rotinas já foi feita e estou perfeitamente em paz com a liberdade que deixar a actividade me deu.
Adaptação a novas rotinas
Despedi-me e depois de uma semana a descansar fui para o meu novo emprego, novamente cheia de medos mas ansiosa por aventuras. Da redação passei para um escritório. De uma empresa grande para uma mais pequena. E o que é isso me trouxe? Muito mais calma. A adaptação a novas rotinas foi feita lentamente. Um novo caminho. Um novo ambiente, novas pessoas, novas tarefas diárias.
No primeiro mês estava numa adrenalina imensa. Queria absorver tudo, Perceber tudo o que era suposto fazer e conhecer toda a gente, integrar-me. Ser eu, divertida, faladora, espontânea. E queria ser profissional, ética, transparente. E ao mesmo tempo queria ser racional e ponderada. Não queria dar logo tudo. Revelar logo tudo. Queria medir até onde podia ir. Eu sou muito assim. Primeiro vejo onde estou e depois ninguém me segura mais.
Calha que tinha uma enorme sorte e adaptei-me super bem ao trabalho, pessoas e ambiente. O que facilitou, sem dúvida, a adaptação a novas rotinas. E hoje passados sete meses do novo emprego reforço o que vos contei nas primeiras impressões. Está tudo bem.
Como lidar e o que ajuda na adaptação a novas rotinas?
- Calma, é preciso ter calma. Eu detesto ter calma. E não sou calma. Mas se há coisa que este emprego me trouxe foi o abrandamento necessário para perceber que as coisas acabam por acontecer.
- Aceitar que os nervos são normais. Aceitar que vamos errar. Aceitar que às vezes não sabemos fazer alguma coisa e ter humildade e vontade de aprender.
- Querer de facto uma mudança. Querer é quase o caminho todo. Se queremos, fazemos.
- Reconhecer que as novas coisas são boas.
- Ter a motivação certa.
- Ah e acreditar. (Muitas vezes não acreditei e por isso não deu certo).
Como os meses de confinamento trouxeram outra vez a adaptação a novas rotinas para perto de mim
Já eu estava habituada ao caminho. A comer na sala dos microondas. A beber café na esplanada. A receber pessoas no escritório. A ir a reuniões. A trabalhar numa secretária nova e num sitio com janelas (que antes na redação não existiam) e veio o confinamento que nos obrigou a todos a trabalhar a partir de casa. E uma nova rotina surgiu. Outra!
Passei a acordar mais tarde, porque não teria uma hora de caminho. Habituei-me a ler de manhã a seguir ao pequeno almoço. E a ler depois de almoçar. Habituei-me a sair às 18h e a ter o sofá mais perto. A fazer exercício em casa. A ter mais tempo para escrever e para ir às redes sociais. E a nível de trabalho desenvolvi novas rotinas também. Trabalhar sozinha é uma coisa completamente nova para mim que sempre trabalhei em equipa ou pelo menos com pessoas ao lado para trocar uma ideia. Isso mudou. E adaptei-me. Adorei e ainda adoro, para ser sincera. Gosto da qualidade de vida que isso me trás. Gosto de trabalhar em casa e sinto-me feliz que isso não afete em nada a minha produtividade.
A adaptação a novas rotinas passou por trabalhar com roupa de casa e sem maquilhagem. E ao mesmo tempo ter perfeita noção que durante oito horas, apesar de estar em casa, não estou a fazer as tarefas da casa nem os meus hobbies. Fico orgulhosa de ter gerido isso muito bem durante os meses da quarentena e ainda o conseguir fazer hoje com gosto.
A adaptação a novas rotinas é mais fácil quando a motivação está bem definida
Trabalhar com gosto e no que gosto foi a minha maior novidade. E isso é válido no escritório à secretária das 9h às 18h (que antes não queria) como é válido em casa, onde não sabia que era tão bom trabalhar (mas que sempre quis experimentar). A motivação é a melhor resposta à adaptação fácil. E disso falarei mais no próximo post.
Assim, os últimos meses têm sido de constante adaptação a novas rotinas. Ou seja, acaba por ser até contraditório dizer que há rotina aqui. E ainda bem. Porque eu prefiro sempre coisas novas à estagnação. Apesar de saber reconhecer que há rotinas necessárias para nos equilibrar e manter sãos.
Hoje o meu trabalho não é igual todos os dias. A essência do que faço está presente sempre (que é a escrita) e é o fio condutor de toda a situação. Portanto, tanto há rotina como há novidade e desafio e é exatamente isso o que me traz segurança e motivação.
Como é que vocês fazem a adaptação a novas rotinas? Mesmo que não gostem delas, como eu, percebem a sua importância ou preferem que cada dia seja uma novidade?
Green
Sem dúvida que quando fazemos aquilo que realmente gostamos, a vida tem logo outro sabor e a motivação é gigante, estejamos nós onde estivermos. Numa coisa sou como tu, gosto da novidade e não tanto da rotina, mas felizmente num dos meus trabalhos todos os dias são bastante diferentes e isso é realmente ótimo.
É bom saber que essa mudança te fez tão bem e que te sentes realizada.
Andreia Moita
Obrigada pelo apoio e por acompanhares! 🙂