Não acredito na morte dos blogs. Estou farta dessa conversa. Quando uma coisa nasce outra não tem que morrer. Isto não é um armário cápsula. Aí sim, quando compramos uma peça de roupa devemos desfazer-nos de outra.

Quando apareceu o youtube diziam que os blogs iam morrer. Quando apareceu o instagram anunciou-se a morte do facebook. O digital ia matar os jornais. E a netflix a televisão. Acontece que…até a rádio ainda está de boa saúde e a inventar coisas novas a cada dia com um público fiel. Surgiram podcasts. Apareceu o tik tok e outras tantas redes sociais. Nenhuma das outras coisas morreu. E não tem que ser assim.

Quando passamos a usar mais uma plataforma do que outra não quer dizer que a anterior vá deixar de existir. Custa-me muito que se sacrifique a escrita. Sim, os vídeos dão muito trabalho. É ter a ideia, delinear, gravar e editar. Eu sei. Eu estudei jornalismo. Ainda no outro dia demorei horas a tentar acertar num reals para o instagram. É muito trabalhoso fazer um vídeo com qualidade. Da mesma forma que é muito difícil conseguir uma foto com a luz certa. Um prato com o tempero no ponto. Ou um casaco com as custuras direitas. Mas olhem que escrever um texto para um blog, uma reportagem para impresa ou um livro dá igualmente trabalho. Também é preciso pensar, fazer rascunhos, escrever decentemente e rever.

A escrita como eu a vejo

A mensagem que se passa ao nível da escrita é tão poderosa como uma fotografia ou um vídeo. Não quero com isto dizer que não gosto das outras formas de comunicação. É mentira. Eu adoro gravar e acho que sou muito expressiva até. Falar é muito mais rápido e imediato. Ver alguém a falar connosco é muito importante para a proximidade. Mas adoro ainda mais escrever. E acredito que a escrita pode complementar todas as outras formas de comunicação.

Então, mesmo que eu adore as redes sociais, a partilha que se gera lá e a forma de comunicar imediata que elas nos possibilitam, a escrita é a minha primeira casa. Vou continuar a estar nas redes ,a explorar e a adaptar-me às coisas que surgem pela minha curiosdiade inata e pela capacidade que elas têm de chegar a pessoas. Acho excelente que todos os façam. Mas este blog não morrerá. E não acho que seja uma resistente nem nada. Um bocadinho teimosa talvez. Mas acredito nisto.

Blogs que gosto de ler e que sinto que acreditam na escrita como forma comunicaçao

No instagram partilho muitas vezes as contas que sigo, porque gosto e acho que merecem destaque. Confio que aquela é uma rede social de partilha e inspiração, de educação e entretenimento. Por haver espaço para isto tudo é a minha preferida. Mas os blogs são o lugar onde podemos ter espaço. E para quem gosta de escrever é importante haver lugar para estar à vontade de explicar um ponto de vista com este tamanho gigante de texto.

Hoje vou partilhar aqui também os blogs que leio e que ainda se mantém aqui ativos. São pessoas que eu acho que veem na escrita aquilo que eu vejo. E por isso por mais redes sociais que tenham e apesar do excelente trabalho que lá fazem, também, como eu, acreditam que o blog é o seu espaço que nunca vai desaparecer, mesmo que amanhã surja outra coisa qualquer, o blog fica.

A Sofia World

A Sofia acredita nas palavras (e domina o português). Por isso é que as usa tão bem. No blog dela encontramos muitos desafios de escrita, um convite claro à leitura e reflexões interessantes sobre temas da atualidade. Ela conhece as dificuldades de um escritor e ainda assim é uma das pessoas mais constantes a escrever e que luta para que esta arte nunca acabe.

As gavetas da minha casa encantada

A Andreia é muito versátil nas temáticas das suas publicações. Mas brinda-nos sempre com textos muito bem elaborados, com extrema inteligência e sabedoria no uso no português (que é uma coisa que eu acho que todos deviamos apreciar) independentemente do assunto. Nota-se no seu trabalho que é feito com vontade, gosto e extrema motivação. É um blog já com algum tempo e que ainda se mantém fiel à origem.

Greennland

A Green é um exemplo daquilo que eu acho que resume a essência dos blogs. Vou explicar: Os blogs quando nasceram, há muitos anos atrás, era para partilhar uma roupa que se gostou, um filme que se viu, um lugar que se visitou. Era o típico diário, mas público, para gerar empatia com quem está do outro lado. A Green mantém isso hoje em dia e portanto eu acho maravilhoso. Não sei o nome dela, mas sei que nos deseja boa semana com um post todas as semanas. Percebem o que quero dizer?

Life of Cherry

Tal como a Green a Cherry é um exemplo dos blogues de antes. No espaço dela, ela conta-nos as suas coisas favoritas e faz post sobre Harry Potter, séries, reflexões e até coisas comuns como o mais recente jogo online Among Us. É isto que gosto, porque é muito fácil nos identificarmos e nos relacionarmos.

Bobby Pins

Com uma enorme simpatia, simplicidade e frescura a Inês cativa. Tem uma forma de escrever que eu diria que é única e depois faz sempre com que nos sintamos bem sempre que visitamos o blog dela. Nem sei muito bem explicar mas acho que faz um trabalho muito bonito, com toda a naturalidade possível.

Rita da Nova

Livros, escrita criativa, restaurantes e viagens. Mais uma pessoa que usa o blog para falar das coisas que gosta de forma bem simples. Eu acho mesmo que a Rita escreve para ter um guia das coisas que gosta. Sim, temos que escrever para os outros, mas se não escrevermos para nós mesmos, então não temos nada para dizer aos outros.

Vânia Duarte

A Vânia escreve sobre amor próprio e equilíbrio. É daqueles blogs que podemos ler tendo a certeza que é sincero e autêntico. Porque ela só escreve mesmo quando sente. Que ela é mesmo assim. Além do blog que já escreve há muito anos, a Vânia agrega aqui a sua atual profissão, as aulas de yoga e a thai massage. A Vânia é um caso sério de dedicação e trabalho no online (e fora dele). E aqui falo com conhecimento de causa porque me orgulho de dizer que tenho aqui uma amiga. Somos tão diferentes e entendemo-nso tão bem na nossa dança!

Joan of July

A Catarina, tal como a Vânia, foi uma pessoa que conheci precisamente pelo facto de ter um blog. É giro, tê-las conhecido a ambas depois de seguir os blogs delas. Foi quase como conhecer um famoso! A Catarina usa o blog como um diário, porque ela conta-nos precisamente aspectos da sua vida de forma muito genuina e sem floreados. Foi para isto que os blogs nasceram. É uma das pessoas que mais acredita nos blogs e no seu poder na sociedade. Ou não tivesse ela criado o Bloggers Camp (com a Catarina Costa e a Ana Garcês – do Infinito mais um) e o Blogging for a cause (este em parceria comigo, com a Vânia Duarte, a Joana Clara e a Helena Magalhães)

The Oof Diary

A Cláudia é maravilhosa. Tem um humor fantástico e tão direta nas suas opiniões que me dá gosto lê-la. Apesar de se aventurar nas redes para se desafiar nota-se que é das palavras que ela gosta mais e onde se sente mais à vontade. Preocupa-se em melhorar e em superar-se em tudo o que faz.

E a menina

Comecei por ver o trabalho da Francisca no Instagram e depois fui cuscar o blog. É um caso ao contrário do que costuma acontecer. Mas eu ainda sou dessas que vai procurar o site da pessoa e não se fica na rede social. Ela fala para mulheres e foca-se no segmento mais de 30. Identifico-me tanto com isto. Porque me custou entrar nesta idade. E tudo o que ela escreve me faz muito sentido. Gostava muito que fossem ver e já agora que subscrevessem a newsletter que é das que eu mais gosto.

Cortez com z

A Cortez (é assim que ela gosta de ser chamada) é um exemplo de preserverança aqui nos blogs também. Apesar da presença assídua nas redes sociais ela diz que se cansa de lá estar e tem preferido voltar aqui à base. Eu bem digo que isto, é sempre o sítio onde voltamos. Ela fala sempre sobre tudo o que lhe vem à cabeça de forma muito verdadeira e descontraida. Assim, pensou, assim, disse. Ou escreveu. E não é um gosto enorme quando lemos pessoas que parece que estão a conversar connosco? Claro que é. Não a conheço, mas gostava. E a capacidade que temos de achar que nos identificar com pessoas só pelo que escrevem é um sinal do poder disto!

Pinguim sem asas

O Ricardo encontrou o seu caminho no blogs quando decidiu usar aquilo sobre o que mais sabe para escrever. A cosmética. Muitos blogs começaram por ser espaços onde se mostravam artigos de beleza. Esses depois foram para o youtube ou simplesmente perderam-se. O Ricardo encontrou o seu lugar aqui. Eu bato palmas a pessoas que se reinventam noutras plataformas (e na vida), mas admiro muito quem se transforma dentro da mesma. Bravo!

 

Espero que tenham compreendido o motivo que me levou a falar dos blogs que ainda gosto de ler. É o meu amor à escrita.

Já conheciam estes blogs? Se quiserem podem e devem deixar-me aqui nos comentários mais pessoas que ainda se dedicam a escrever aqui.