Jane, the virgin: uma série que é uma telenovela
Jane, the virgin é a série que vos vai levar da gargalhado ao choro no mesmo episódio. Bom, estou a exagerar. Eu nem choro. Mas a verdade é que esta é uma série que consegue mexer com todas as emoções. É rainha das reviravoltas e tem os plot twists mais estranhos e maravilhosos de sempre. Quando estamos a pensar que está a ficar previsivel, como uma telenovela, eles vão e pumba! Trocam-nos as voltas. Foi isso que me prendeu sem hesitar durante cinco temporadas. Vocês por amor de deus, vejam.
Jane, the virgin não é uma história nova. É uma série de 2015. Acredito que muitos de vocês já viram. Ainda assim, não vou dar spoilers, que nunca se sabe se não aparece aqui alguém que ainda quer ir ver estes 100 excelentes episódios de 45 minutos cada. Eu acho que valem totalmente a pena.
Resumo da situação: Jane quer manter-se virgem até ao casamento. Um belo dia é inseminada ACIDENTALMENTE. É isso mesmo que vocês estão a pensar. Como explicar ao namorado, que esperava pela sua noite, há dois anos, que engravidou? E bom também vos posso já dizer que o filho é do ricaço giro que por acaso é o seu patrão. Pronto, não vou dizer mais nada. Acho que isto é suficiente.
Estou a gozar. Vou dizer mais algumas coisas…
A nossa Jane
A Jane é uma comédia. A sua forma de falar, de se expressar e de agir de acordo com o moral e os bons costumes. É uma mulher ativa, apegada à família, com valores irreprensíveis, maníaca por planeamento e cheia de vida e energia. Não há ninguém que não goste da Jane. Isto já por si diz-me muito de uma pessoa para o bom e o para o mau. A Jane não pisa o risco. É o tipo de pessoa que agradece e pede desculpa porque reconhece quando erra. A dada altura podemos achar que falta um bocadinho de sal a esta protagonista, mas eis que depois ela é uma grande maluca. Capaz das coisas mais irreverentes e fora da caixa.
A Jane chora. ri. A Jane é filha e neta. É a melhor amiga. É a namorada. É a trabalhadora. É escritora. É acima de tudo sonhadora. É a personagem principal mais divertida que vão encontrar.
A família Villanueva
O motor da série é sempre a família de Jane. As três mulheres Villanueva representam diferentes gerações e a sua interação é a coisa mais maravilhosa. A avó, Alba é uma emigrante católica representante do moral e dos bons costumes (mas num estilo crescente que vocês não vão acreditar no bom que é) a mãe Xiomara é solteira e muito para frente, uma verdadeira doida cheia de coragem, contrariando toda a educação conservadora que Alba lhe deu.
Jane foi criada entre a tradição que lhe passa a avó e a liberdade que lhe dá a mãe. Já podem perceber a comédia que é a casa onde vivem estas três sendo geralmente este o ponto de partida para quase todos os episódios. É uma delicia a dinâmica desta família.
A escolha de Jane: Mickael ou Rafael?
A história gira em torno da vida amorosa de Jane, the virgin (mas grávida…não esquecer este pormenor) que se divide entre o amor do noivo Mickael e do pai do filho, Rafael (e isto é o máximo de spoiler que vos posso dar! Eu por mim dizia já tudoooo, mas vou-me conter).
Mickael é doce e compreensívo. É um companheiro de vida. Vive uma vida modesta e é polícia. Rafael é aventureiro e encantador. É rico. empresário, e tem uma forte história de vida por trás da fortaleza que aparenta ser. Um é loiro outro é moreno, mas além disso são o oposto um do outro na personalidade, estilo e vida. Não há aqui o bom e o vilão. Ambos têm os seus pontos fortes e fracos, mas nenhum é o bad guy, não é disso que se trata aqui.
Os fãs dividem-se entre team Mickael e team Rafael. A família de Jane também. Enfim, toda a gente. E ela mesma! Este é um dos grandes debates da série. Absolutamente o Mickael tem mais a ver com a Jane. Mas eu acho que ela precisa de um Rafael na sua vida. Portanto, não escondo, e faço até questão de afirmar que durante toda a série, do primerio ao último episódio, e até hoje, que vos escrevo, sou orgulhosamente team Rafael.
Petra, Rogelio e o narrador
Eu pessoalmente gosto muito da personagem Petra. Ela é a melhor vilã. Os vilões têm a mesma importância dos protagonistas. Têm que ser, talvez, ainda melhores. Mais convincentes. Mas ser uma vilã cómica e fazer um brilharete não é para todos. É parte inteiramente necessária na série e no seu desenvolvimento e tem uma evolução como personagem e pessoa que é das mais brilhantes de sempre. A Petra é a melhor contracena. E fica cada vez melhor. Nas últimas temporadas a relação entre a vilã e a protagonista adensa-se e passa a ser muito o motor desta história.
O Rogelio é a personagem mais hilariante da história. Ele é o pai da Jane e é actor de telenovelas. A ironia. Vai rechear a série de humor com o seu egocentrismo e manias de vedeta. Não, não. Isto não é mau. Isto é tudo feito de uma forma muito engraçada e fora da caixa.
O narrador é o máximo. A sério, só vendo. Porque este narrador é interventivo. Ele torce pelas personagens e não se limita a contar a história delas. O narrador é o responsável por muita da piada desta série. Tem expressões e personalidade própria. Ele mesmo é uma personagem importante porque nos conduz para o lado que ele quer. É a ele que cabe muita da emoção desta série porque nos diz como todos se sentem (e como ele mesmo se sente) e o que vai acontecer a seguir. Estão a ver aquelas pessoas que já viram o filme e estão ao vosso lado a dizer “vocês não estão bem a ver o que vai acontecer agora!!!” É ele.
A minha opinião sobre Jane, the virgin
Muitas vezes dei por mim a gritar a dizer para não fazerem isto e aquilo. Lá está, como fazemos nas telenovelas. Eu bem vos digo. Passava dias a pensar que se acontecesse determinada coisa eu nunca mais via Jane, the virgin. Tal era a maneira que estava envolvida nisto. Claro que a determinada altura a ação esmorece, como em todas as séries (isso e normal!) e principalmente nas telenovelas, mas no final queremos sempre saber o que vai acontecer.
Já deu para perceber que eu fiquei absolutamente fã e rendida a esta série. É totalmente diferente daquilo que eu vejo geralmente. Sentimos ligação às personagens facilmente e como tem tantos episódios acabamos por nos sentir mesmo próximos porque temos tempo para formar opinão e ficar chateados, encantados, aborrecidos, felizes e tristes com eles e por eles. Todos nós formamos os nossos teams. E isso é viver uma série na sua plenitude. Não se esqueçam se querem uma série para se envolverem: Jane, the virgin!
Já viram? Ficaram curiosos? Contem-me tudo.
Green
Nunca tinha ouvido falar desta série, mas vou levar a sugestão 🙂
Andreia Moita
Leva e diverte-te! 🙂