Paciência no geral e no particular: Não tenho.
Eu não tenho paciência no geral e tenho ainda menos para determinadas situações em particular. É dessas que vos venho falar hoje pois têm muito mais graça.
Quando o criador distribuiu a paciência eu não estava na fila. Não aguento filas. É umas das coisas para as quais não espero. Porque não tenho paciência para esperar no geral. E tenho menos paciência para esperar pela minha vez em filas, para esperar que esteja bom tempo para fazer alguma coisa, para esperar que o jantar chegue (que tenho fome). Ou seja tudo o que implique esperar em qualquer situação nunca vai ser bom para mim.
Uma vez, há muito tempo, escrevi um post sobre as coisas que deixavam a bufar de impaciência.“. Incluia estacionar o carro, coisas a cair, tecnologias, pessoas (sim, sim há pessoas que enfim…) e também esperar. Mas hoje decidi aprofundar este tema porque vejam bem: Imaginem, se houver fila par ao restaurante já quero ir a outro. E já digo aos meus amigos o jantar é as 17h30 para ver se às 20h já cá estão.
Mas a situação é mais densa do que SÓ isso. Eu não tenho paciência para esperar por coisas para as quais não há outro remédio, percebem? E neste caso a pior coisa que me podem dizer é “isso com o tempo vai lá”. Pois, tempo implica esperar. E isso consome-me os nervos.
Por exemplo, comecei um desafio de 3o dias a fazer exercício (10 minutos por dia, não pensem já que enlouqueci). Ora cá está uma bela porcaria que fui fazer. Primeiro porque não gosto de fazer exercício, como já toda a gente sabe, e depois porque atentem agora… tenho que esperar 30 dias para estar impecável! Como assim? Eu sou daquelas que vai ao espelho ver se a barriga encolheu ao fim de 15 abdominias (porque não consigo muito mais do que isso também). E agora tenho que esperar 30 dias? Fiquei desolada quando ao fim dos primeiros 10 minutos de exercício não vi alterações no meu corpo. Pensei “vou esperar pelo dia seguinte que talvez isto se note amanhã ao acordar”. Pois nada! Por estas e por outras é que eu desisto do desporto. Não há paciência para esperar 30 dias. Vocês percebem, certo?
Outra coisa é o exemplo de apanhar sol para ficar bronzeada. Eu estive na varanda duas horas no sábado. Como é que não fiquei com uma cor diferente? Isto faz sentido? Agora vou ter que ir todos os dias, querem ver? Não há paciência para esperar que o bronze se apodere deste corpo. Já estamos em Abril, compreendem? E eu até gosto de apanhar sol, não me importo nada de lá passar a eternidade, mas quer dizer uma pessoa precisa de resultados! Andar sempre a verificar se a pigmentação da pele se altera a cada banho de sol que apanho na varanda enquanto bebo café à hora de almoço, sem verificar alterações, tira a paciência a um santo.
É que as coisas demoram muito tempo a acontecer. Esperar é uma grande virtude. Mas a mim tocaram-me as outras todas. Só pode! Porque esta dádiva dos céus não habita em mim. É uma pena. Olhem, é caso para dizer… paciência.
Vocês consideram-se pessoas pacientes? Assim no geral? Para aturar pessoas impossíveis? Atrasos? Esperar na fila do banco?
Green
Eu acho que a paciência é algo que se vai adquirindo durante a vida e consoante as situações por que passas. Por exemplo, eu tenho aprendido a ser mais paciente, primeiro porque trabalho com crianças e isso requer muita paciência, e depois temos os pais, que requerem o dobro ou o triplo. No entanto sou humana e como toda a gente, detesto esperar, principalmente porque chego sempre a tempo, ou antes de tempo, e há pessoas que devem pensar que não tenho vida própria e chegam 10, 15, 20, 30 minutos depois da hora para irem buscar os filhos à explicação, por exemplo. As desculpas costumam ser pérolas do género: “desculpe lá, atrasei-me no trabalho, há pessoas que não sabem respeitar os horários…”, e a minha vontade é mandar essas pessoas à merda, mas temos de controlar essa parte claro, já para não falar dos que se atrasam porque “fui ao supermercado e é mais fácil ir sozinha, mas estava muita gente”, ou então “fui só ali colocar combustível”, ou ainda “encontrei uma pessoa amiga e perdi-me nas horas”. Depois disto, ainda há quem quer ficar a falar sobre o rebento, como se portou, o que fez, se está a evoluir, enfim… todo um vagar que roça a falta de noção, de respeito e de bom senso.
E isto é Portugal e muitas das pessoas que habitam este nosso pequeno país, além de darem um ótimo exemplo aos seus filhos. Podia ir embora e deixar lá os miúdos? Podia, mas seria uma grande irresponsabilidade e depois lá se ia o trabalho, portanto, há que respirar fundo e pensar que há vidas piores.
Andreia Moita
Oh god, fiquei chocada. Não tenho ideia nenhuma desse mundo, mas no teu lugar sentia o mesmo, que falta de tudo! Mas é claro que compreendo a tua atitude, estás a trabalhar e tens de ser cordial com as pessoas. Força!
Marisa Vitoriano
Eu acho que devia estar contigo quando foi a distribuição da paciência, porque também faltei à chamada 😛
Andreia Moita
Estavas comigo, pronto, temos álibi eheh