Slow living. Sou só eu que não sei viver devagar?
Muito se fala em slow living, em deixar rolar e em ver o que acontece. Muito se fala em acordar de manhã devagar, fazer uma skin care, uma meditação ou um ioga. Fala-se em colocar uma intenção, em viver com propósito. Em escrever journals ou diários de gratidão. Muito se fala em mindfulness, em viver o momento presente.
Acho tudo isso espetacular. Acho mesmo. Leio sobre isso, conheço pessoas que vivem assim. E adoro a filosofia e o poder dessa forma de viver. Mas (preparem-se que vem aí um grande MAS) e a pressa que eu tenho de fazer tudo? O que é que eu faço com a ânsia de querer chegar a todo o lado? E a sensação que não vai dar tempo experimentar todas coisas?
- Este post não é sobre rituais de bem estar
- Formas de meditar
- O ioga não é para mim
- Filosofias de vida
O que é o slow living?
O slow living é um conceito que define a qualidade de vida para muitas pessoas. É uma forma de viver desacelerada que permite ter tempo para nós mesmos, para os outros e para as coisas que mais gostamos aproveitando cada momento em consciência e, claro está, mais devagar. Não necessariamente de forma pachorrenta, apenas de modo a desfrutar.
Toda a gente sabe que o ritmo acelerado da sociedade moderna influência os altos níveis de stress que todos temos. Para combater uma vida demasiado assoberbada o conceito de slow living dita que vivamos de maneira consciente do que estamos a fazer aproveitando e apreciando as coisas calmamente. Esta ideia está muito relacionada com o bem estar que cada um alcança ao prestar mais atenção a coisas que na correria dos dias nem se nota.
Mas eu tenho pressa
Tenho horror à ideia de não fazer nada e por isso parece que tenho que fazer muitas coisas, e as vezes várias ao mesmo tempo. Lindo, não é? Lido mal com as coisas que a minha cabeça acha que é “fazer nada”. Tenho medo de perder tempo. E isto é já por si muitas coisas: desafiante e entusiasmaste porque gosto de estar em constante atividade (não confundir com atividade física, que essa dispenso bem!), mas também muito stressante para digerir e é sobretudo cansativo ter de estar sempre a fazer alguma coisa.
Às vezes as pessoas só querem estar sossegadas e eu quero estar a fazer qualquer coisa, tipo aquela criança irrequieta. Mas se ao mesmo tempo sou impossível, também rapidamente me ocupo a fazer coisas sozinha. No fundo eu tenho a sensação de que preciso de estar sempre entretida com alguma coisa que eu mesma invente. Desde pequena que invento as minhas brincadeiras.
A nossa personalidade acaba por definir se somos ou não feitos para o slow living. Depois haverá outros factores, certamente: o lugar onde vivemos, as pessoas à nossa volta. aquilo que precisamos para ser felizes (dinheiro, casas, viagens, pessoas, livros, o que seja), situações que nos vão acontecendo na vida e a forma como as aceitamos, entre outras coisas.
O slow living é bonito, mas não é (para já) a minha forma de viver
Gosto muito de estar deitada a apanhar sol ou a ver uma série. Sim, gosto de tomar o pequeno almoço calmamente. Também tenho os meus momentos mas eu tenho pressa. Tenho ânsias de fazer as coisas. De ler todos os livros da estante. De conhecer todas as praias do destino de férias que escolhi. De ver todas as coisas que há para ver. De escrever mais, de aprender mais, de viver mais. E é por isso que é tão empolgante e ao mesmo tempo exaustivo ser Andreia Moita.
Eu costumo dizer que é difícil ser eu. Essencialmente, tenho pressa e por isso não sou, para já, uma pessoa de slow living. Eu reconheço-lhe a importância e os benefícios, mas não é a minha forma de viver. Acho importante vir para aqui refletir porque assim percebo melhor que aceitar a forma como nos sentimos melhor é meio caminho andado precisamente para nos sentirmos melhor.
Vocês também se debatem com esta espécie de dilemas? Que tipo de pessoas são vocês?
Green
Talvez seja um pouco mais “calma” e até mais “preguiçosa” do que tu, no entanto também não tenho uma slow living. Ainda assim, gostava e acho que seria bem mais tranquilo.