férias grandes

As férias grandes hoje são um bocadinho mais pequenas do que as férias grandes de antigamente, não é? Mas nem por isso deixo de tentar enfiar em duas semanas as coisas que queria fazer em três meses.

As férias grandes de ontem

Quando as férias grandes tinham três meses eu brincava com as barbies, fingia que era cabeleireira e professora (as duas profissões que achei que queria ser antes de querer ser jornalista).

Além disso, adivinhando o que mais viria a gostar de fazer, passava muito tempo a escrever. Ora no meu diário, ora a inventar histórias ora a copiar receitas das revistas para o meu caderno (eu não tinha intenção de as reproduzir, mas achava muita piada a fazer cópias). Os livros também faziam parte do meu tempo livre (e as novelas, que eu sempre gostei de ver) Também pintava e desenhava e comecei muito cedo a fazer ponto cruz (aposto que esta não faziam ideia, conseguem imaginar?!)

O objetivo nunca era nada mais além do que me entreter. Percebo hoje que acabei por visitar e explorar vários tipos de atividades pois assim a minha curiosidade me mandava. Entendo também que algumas coisas deixaram de fazer parte do meu dia-a-dia mas outras nunca mais se foram embora, como é o caso da escrita à mão, da vontade de escrever histórias e do gosto por lê-las.

Quando não estava em casa ia à praia. Sesimbra foi a minha primeira paixão e mais tarde passei a adolescência na Costa da Caparica e o início da idade adulta no Algarve. Pelo meio passava praticamente um mês na terra, com os meus avós, onde também estava sempre muito ocupada (a criar memórias que hoje muito me satisfazem) e a subir aos montes ou a dançar e cantar nos bailes da aldeia. Sou dessas! E agora que penso nisso, talvez estes anos na terra tenham contribuido para o meu lado mais festeiro.

As férias grandes de hoje

O meu lado criativo poderá muito bem ter nascido do medo que eu sempre tive do aborrecimento, sabem? A leve sensação de não ter um plano ou algo para fazer dá-me agonia. Mas, pelos vistos, a minha capacidade de inventar nunca me deixou morrer de tédio e salvou-me em muitas situações, mas também me complica hoje os dias que deviam ser de descanso… porque nas duas semanas de férias que se avizinham já tenho coisas para fazer que dariam para preencher o dobro do tempo. Afinal as férias grandes de hoje não são do mesmo tamanho que as férias grandes de ontem.