Sobre o nosso corpo
Porque é que tudo o que é sobre o nosso corpo é sempre tão difícil?
O livro “De olho nela”
Para mim um dos momentos chave deste livro foi quando começam a sair nas revistas artigos de opinião que dizem que o facto de Bea (uma modelo XL) ser a personagem principal de um programa na TV (para encontrar um marido) vai normalizar o facto de se ter excesso de peso e com isso a apelar a um estilo de vida pouco saudável.
O livro em si é bastante leve apesar de tocar em alguns pontos bastante importantes e urgentes de serem debatidos como a noção corporal e o amor. Este post não é tanto sobre o livro em si (que recomendo e podem ver a minha opinião detalhada no Goodreads) mas sobre os assuntos sobre os quais ele me fez refletir ( é o poder dos livros)
Ora isto é um tema:
Porque uma pessoa ter uns quilos “a mais” não significa que coma só hambúrgueres e gelados, até pode ser bastante saudável. Quantas pessoas “magras” têm colesterol?
Porque o peso de Bea não é (ou não devia ser) um obstáculo para alguém se apaixonar por ela. Nem para nada! (Nem por ser gorda nem por ser magra.) O obstáculo aqui é condicionarmos a nossa visão de nós mesmos por causa da forma como as pessoas nos veem ou como nós achamos que veem.
Sobre o nosso corpo
Costumamos dizer que não queremos emagrecer para os outros, mas sim para nos sentirmos bem connosco próprios. Eu digo isto muitas vezes. Mas fico furiosa quando a minha barriga saliente faz com que um vestido não me fique bem e já comprei bikinis que escondem a barriga. Esconder de quem? De mim?
Detesto fazer exercício. Mas sinto-me culpada quando não faço (tou a gozar, prefiro mil ficar no sofá a fazer uma corrida como se alguém viesse atrás de mim um pau!)
Enquanto lia este livro na piscina umas raparigas tiravam fotos e pediam uma à outra para não apanhar a barriga. E eu pensei. Caraças, eu estou sempre a dizer isto!
Afinal a sociedade condiciona ou não a forma como vemos o nosso corpo? Porque se eu disser a alguém que estou “gorda”/“magra” a outra pessoa não vai dizer “pois estás” vai dizer “aí, não filha, então que dirás de mim?!” No final do dia talvez estejamos todos mais preocupados connosco mesmos. Às tantas a nossa medida não é a mesma para nós e para os outros. Afinal, o estereótipo de gordura/magreza está na nossa cabeça mediante o que achamos de nós ou de acordo com o que a sociedade dita?
E quando não quero mostrar a minha barriga é porque eu não me sinto bem ou porque não quero que os outros vejam? Será ambos? Quando achamos que estamos “gordos” ou “magros” é em comparação com alguém? Ou com aquilo que já fomos?
Há dias em que está tudo bem e outros em que não está
Há dias em que prático a aceitação e o lema todos os corpos são bonitos. Há dias em que não. Há dias em que está tudo bem e outros em que não está. Há dias em que como gelados há outros em que como saladas. E há dias em que faço desporto (ou algo parecido com isso) e outros em que fico no sofá. Isto é normal, certo?
Escrever sobre o nosso corpo ou mais especificamente sobre o meu foi muito difícil. Escrevi e apaguei dezenas de vezes. Porque será? O que vos faz estar bem convosco próprios?
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