doce

Estive a ver a série “Doce” que está disponível na RTP Play e foi “bem bom”. Desculpem, esta tentativa de ser engraçadinha. Não correu bem. É daquelas fáceis. Mas, ao contrário desta minha inabilidade, a série foi excelente. Recomendo vivamente.

Eu adoro séries, filmes e livros que falem sobre música. Sobre bandas e artistas. Sobre as suas vidas. Sobre as alegrias e as adversidades da fama. A ascensão e, infelizmente, em alguns casos, a queda. É um mundo que me fascina muito. Os bastidores também me captam a curiosidade. Porque, quando não existiam redes sociais, não sabíamos nada do que se passava antes da cortina levantar, sabem? E mesmo hoje, creio que, não sabemos quase nada. Não será isso também parte da magia?

Também dou a por mim a gostar de ver coisas passadas nos anos 80. Nasci no final da década portanto a minha infância foi passada nos 90, mas sinto-me de alguma forma ligada ao estilo dos oitentas, que é quando esta série belíssima se passa!

Motivos para ver a série “Doce”

Há um realismo bruto na forma como a história da Fá, da Lena, da Teresa e da Laura nos é contada. Há autenticidade e realismo. E por isso quero destacar vários factos.

A filmagem

Está super bem gravada esta série. A imagem “queimada”. As cores. As passagens. Os tempos. Tomara eu perceber mais de cinema e coisas do género para vos enumerar coisas boas desta filmagem.

Indumentária e cabelos

A equipa do guarda roupa está de parabéns por me fazer voltar atrás no tempo retratando na perfeição os vestidos da minha mãe (com que eu gozei a vida inteira).

Decoração

E as casas? Os cafés de bairro? Os carros? Há pormenores que fazem toda a diferença. Dos telefones de rodinha à “telefonia” passando pelo aspeto do papel de parede, está lá tudo como era antigamente.

Mulheres

A representação do papel da mulher está bem entregue às quatro protagonistas, mas não só. A Cristina, a secretária da Poligram é uma personagem que nos dá uma valente e inesperada lição.

Fama

A fama não é o mais interessante, pois nunca se percebeu ainda se é boa ou má. O melhor é o que acontece até lá chegar. E aquilo com que se tem de lidar durante o processo: o dia-a-dia, os bastidores e as consequências.

Relações

As relações de amizade, amorosas, familiares e profissionais tocam-se muito. As Doce eram colegas, mas nem sempre foram amigas. Nem sempre se compreenderam. Mas sempre se defenderam.

Atores

Brilhantes. Caraças. É do melhor. As interpretações estão muito boas. As falas e a expressão corporal. Está um trabalho cru, duro, despido de pruridos, mas sempre sem perder a dignidade e a autenticidade, sobretudo.

Músicas

As músicas das Doce marcaram uma época e uma geração. Na altura tinham a missão de entreter, contudo tinham um propósito e uma mensagem. A minha preferida passou a ser uma das que não é muito conhecida: “Café com sal”

Outros objetos de arte na mesma onda para quem gostou da série “Doce”

As Doce contribuíram para pôr Portugal no mapa. A música, a televisão, o cinema a cultura no geral merecem muito mais reconhecimento. Vejam esta série.