viajar em grupo

Já viajei muitas vezes em grupo. Já fomos quatro. Já fomos cinco. Já fomos sete. Já fomos dez ou onze. Já dormimos muitos dentro da mesma casa. (Tantos que tivemos de usar todas as divisões – sim, todas!) e já dormimos todos no mesmo quarto. Já viajei com grupos de amigos e com a família, para dentro e para fora de Portugal. Só faltava viajar em grupo com desconhecidos. Apanhar boleia já tinha apanhado mas viajar ainda não. Até hoje.

Viajar com grupos de amigos

Viajar com amigos é maravilhoso. Criam-se memórias em conjunto que vão servir essencialmente para gozarmos uns com os outros para a eternidade. 

Perguntam-me muitas vezes se não nos chateamos em viagem. Ora, se vamos para lá amigos, convém que voltemos da mesma forma. Digo eu!  Desde que as coisas sejam planeadas previamente e haja abertura para cada um fazer o que lhe apetecer sem obrigar outros a fazer o que não querem, eu acho que pode correr bem. Eu já fui com amigos e nem no mesmo hotel ficámos. Às vezes as vontades não são as mesmas ou os budgets de cada são diferentes. 

Sobre viajar em grupo com desconhecidos

Agora sobre viajar em grupo com desconhecidos tenho que vos dizer que é outra coisa. É que com os nossos amigos já sabemos todos ao que vamos e o que a casa gasta. Viajar em grupo com pessoas que não conhecemos é um nível à frente na auto confiança. É que vamos na fé que podemos fazer uma piada mais parva ou que podemos dançar na rua que eles vão achar normal… e depois vai-se a ver… e eles não só acham que é “ok” como se juntam! 

Viagem de grupo para a Lapónia

A minha primeira viagem de grupo com desconhecidos foi a Rovaniemi, na Lapónia. Juntei-me ao grupo de viagem organizado pela Daniela do blog 100 fronteiras. É assim, aconselho vivamente. É praticamente obrigatório quem gosta de viajar passar por esta experiência com ela. Porque há organização, dedicação e diversão garantidas. Senti mesmo que tive oportunidades que de outra forma não teria.

Nesta viagem estávamos todos na mesma onda, genuinamente. E portanto, todos rapidamente nos demos bem, desde cedo.  Tive a maior das sortes. Conheci pessoas incríveis. Muitas vezes o que acontece é que as pessoas acabam por criar mais afinidades e ter mais empatia por uns do que pelos outros. É absolutamente normal. Mas aqui tentávamos ir falando com todos sem lugares marcados.

Penso que além de estarmos a desfrutar das experiências que a viagem à Lapónia nos estava a dar também queríamos todos aproveitar a experiência que era estar uns com os outros e conhecermo-nos. Como se esta fosse a experiência dentro da experiência.

Então, imaginem, para terem noção, existia um plano delineado para os 4 dias que passamos juntos. E quando a líder dizia “agora temos um tempo livre e cada um pode fazer o que quiser”… não nos separávamos. Seguíamos juntos. 21 pessoas nas ruas da Lapónia a andar a pé. 21 pessoas a escolher almoçar no mesmo restaurante. 21 pessoas a escorregar em trenós de neve. 21 pessoas a entrar num bar. 

Viajar em grupo é criar memórias conjuntas

O facto de não sermos um grupo demasiado extenso (havia mais renas do que portugueses. Bem, na verdade há mais renas do que pessoas na Lapónia, mas adiante) terá ajudado. Mas acredito que foi um encontro feliz de pessoas muito parecidas entre si e cheias de humor, ao ponto de termos criado as nossas próprias piadas. As nossas nossas memórias conjuntas. É muito importante encontrarmos pessoas bem dispostas, inspiradoras e felizes. Porque transformam a forma como vivemos a viagem e como a vamos recordar depois! Vivi coisas muito bonitas, muito divertidas e muito loucas (as loucas são as melhores!) em todos os sentidos que possam imaginar. 

Pagamos para ver auroras boreais? Pagámos. Entramos num bar ou discoteca (ou lá o que era aquilo) vestidos com roupa de neve? Entrámos, sim senhora! Fomos confundidos com russos várias vezes? Também. Cantámos a música do Salvador Sobral num karaoke finlandês? Pois foi. Fotos com o pai natal? Temos. Encontrámos trenós abandonados e “adquirimos” para escorregar no meio rua? Sim, sem medos! Pescámos no gelo? Ahh, pois era suposto, nós tentámos. Salvámos uma camioneta que se enterrou na neve? Sim. Todos a empurrar. (Menos eu, porque…bom, estava a filmar.)

Vivemos fora da realidade durante estes dias. Fora da nossa idade até. Na Lapónia somos crianças. E podemos tudo, percebem? Foi uma espécie de bolha boa e feliz, onde não me lembrei das notícias que vinham do mundo e onde não se usava máscara. Diverti-me muito. Ainda me divirto quando me lembro. E eu que não acredito em energias nem em cenas cósmicas (mas no pai natal acredito!) lá tive que concordar que estava tudo alinhado para esta viagem ser épica. 21 portugueses foram felizes na Lapónia. E como diz a Daniela, vamos com desconhecidos mas voltamos com amigos! (Obrigada, Daniela – adquiri a tua frase!)

Se estão com vontade de acrescentar experiências e coisas novas à vossa vida… peguem numa malinha e só vão

Esta foi uma nova forma de viajar para mim. Tenho a certeza que se vai tornar um marco importante nas minhas experiências de viagem. Agradeço a todos eles por me terem proporcionado isto #momentoóscares

Portanto, vocês que estão para aí refasteladões no sofá a ler blogs, sem aventuras e querem conhecer pessoas novas assumam o vosso espirito aberto e só vão. Nunca se sabe o que está à vossa espera. A Daniela tem mais viagens de grupo agendadas, a próxima é em Maio a Cabo Verde – vão estando atentos ao blog e ao instagram dela plamordedeus! Só não vos posso prometer que o grupo seja tão fixe como o meu!!!