A minha primeira vez em Paris foi em 2008. Também foi a primeira vez que sai de Portugal. Não me perguntem porquê, Paris era a cidade que eu mais queria ver. Este ano queria fazer uma viagem de natal. Escolhi Colmar, em França. E fez de novo sentido fazer um roteiro em Paris, edição especial de natal, porque nesta altura ganha uma luz ainda mais especial.

Quantos dias são ideais para visitar Paris?

Este roteiro de Paris tem três dias completos. Se preferirem andar mais devagar, entrar em museus, por exemplo, ou ir a cafés e restaurantes com tempo, é melhor optarem por quatro dias. Acrescentem mais um se quiserem visitar Colmar (fica a uma hora de comboio e em Dezembro mais do que aconselho!). E outro ainda para ir à Disney (em qualquer época do ano). Claro que a Disney merece mais. Se esse for o vosso propósito, considerem pernoitar por lá e aproveitar mais o parque.

Este roteiro de Paris contempla apenas os principais pontos turísticos. Exceto a Disney onde não fomos desta vez.

Dia 1: Torre Eifflel, Ponte Alexandre III, Campos Elísios e Arco do Triunfo

É incontornável começar o roteiro em Paris pela Torre Eiffel. Para muitos, já sei, um simples monumento de ferro. Para mim o símbolo que sempre quis ver. E mesmo já tendo lá estado continua a fascinar-me tantos anos depois. Cada um com a sua mania!

Torre Eiffel

Saindo na estação de metro Trocadero, comecem por apreciar a vista dos Jardins do Trocadero e vão descendo até à Ponte d’Iéna sobre o rio Sena. Todos os ângulos são admiráveis. E não se esqueçam de lá voltar à noite.

Para quem quiser subir à torre há preços diferentes para o segundo e terceiro andar e pelo elevador ou pelas escadas (marcar com antecedência pode ser uma boa opção) Ah, claro! Já me esquecia! Também podem cumprir os clichés todos e pedir champanhe lá em cima. (Há também os passeios de barco no Sena. Alguns com jantar pelo que sei. Não fiz. Mas quem fez adora).

Rue Cler

Passamos pelos Champs de Mars. E fomos em direção à Rue Cler que é tão, mas tão gira. Parece um mercado pois tem tudo o que um parisiense quer. Aqui encontramos toda a gastronomia e produtos artesanais da cidade. Padarias e pastelarias (Foi lá que, na La Durée, comi os melhores macarrons de sempre e olhem que eu nem ligava muito) Cafés, restaurantes, lojas de queijos, floristas. Enfim, esplanadas repletas de vida. Vão descobrir aqui, de certeza, alguma coisa de que gostam.

Campos Elísios

Sempre fazendo o percurso a pé, com algum frio, devo dizer, passamos na Residência Nacional dos Inválidos e no Museu Rodin, pela Ponte Alexandre III que tem uma vista très belle sobre a cidade e chegámos por fim aos famosos Campos Elísios. Demorem-se por aqui. Todo o comércio nesta rua larga esmera-se muito nas decorações na altura do Natal. É lindo de ver. Deixem-me contar-vos: vi uma decoração que parecia a casa de Hansel and Gratel, aquela feita de doces. Como pensei que fosse um museu ou exposição dada a decoração da fachada, atravessei a estrada de propósito para lá ir. Era só a Swarowski. Percebam o investimento na decoração das fachadas!

Nos Campos Elísios há filas para tudo até para tirar fotos com o Arco do Triunfo por trás. Há uns anos atrás não me lembro de ver as coisas assim. Mas o influencing está a ultrapassar as marcas e há um espaço no meio da estrada onde as pessoas forma uma fila para o efeito.

Arco do Triunfo

Subir ao Arco do Triunfo foi uma dica que vi nos reels ou no tik tok, já nem sei. São 13 euros para os comuns mortais (abaixo dos 26 anos não se paga quase monumento nenhum em Paris – fica a dica – até vou meter a negrito!) e muitos degraus (isto é a sério, são tantos degraus em caracol que no final até meteram um assento – no qual fiquei uns bons minutos). Chegámos lá a cima e digo-vos que é fantástico, vale todas as dores nas articulações! Todas as artérias de Paris convergem na direção desta enorme rotunda e é isso mesmo que vemos lá de cima. Além disso, ter a vista de Paris onde a Torre Eiffel se inclui na linha do horizonte, ali toda esplendorosa, é muito mais bonito do que ver a vista de cima da própria da torre, faço-me entender?

Jardins de Tuileries (e o mercado de natal)

Os jardins de Tuileries já fariam parte do roteiro normalmente mas em época de natal é incontornável. É um mercado de natal enorme, com banquinhas de artesanato para todos os gostos, chocolate e vinho quente, maçãs do amor e bombocas, muito queijo e diversões. Foi por lá que decidimos fazer um jantar barato e a seguir aventuramo-nos na patinagem no gelo. Recomendo que este mercado não vos escape quando desenharem o vosso roteiro de Paris em Dezembro.

Dia 2: Ópera, Galerias Lafayette e zona de Montmartre

Começamos o dia a passear pelas ruas de Paris com destino à Ópera. Eu adoro a vibe da cidade e o estilo dos prédios com aqueles telhados meio acinzentados e cheios de janelas com portadas. Nesta zona, para quem gosta destas coisas, vão encontrar um dos maiores e mais bonitos starbucks. (Tanto li isto que depois esperava mais!)

Entrámos nas Galerias Lafayette que não são mais do que um El corte Ingles com decorações natalícias exorbitantes. Dá para subir ao topo e ver a vista que é igual à do filme Ratatouille. Pelo menos foi o que me fez lembrar.

Moulin Rouge

Apanhamos o metro para ir para a região de Montmartre uma das mais movimentadas e boémias de Paris. Dá para notar muito bem a diferença desta zona. É aqui que fica o Moulin Rouge. Adoraria ter entrado e quem sabe assistir a um dos famosos espetáculos mas ainda não foi desta.

Sacré Coeur

Fui antes ver mais um mercado de natal e segui para o muro do amor onde está escrito Amo-te em todas as línguas. Divirtam-se a procurar em português.

Depois temos o incontornável Sacré Coeur. A basílica no alto da colina está sempre cheia de gente e é palco de várias cenas românticas. Atenção aos carteiristas, no meio de tanta gente, é preciso estar alerta. Há também muitos esquemas nos quais vos tentar “oferecer” pulseiras.

Notre Dame

Nesta tarde interrompemos o plano do roteiro para ver o trágico jogo de Portugal no Mundial em que perdemos contra Marrocos. Foi assim que fiquei a saber da enorme comunidade marroquina que reside em Paris. Fiquei impressionada.
Ainda houve tempo para passar na Notre Dame, ao início da noite. Está em obras, após o incêndio de há uns anos. Eu sempre gostei muito deste monumento (por causa do Corcunda, admito!) e nunca lá subi a cima para ver as gárgulas.

Dia 3: Museu do Louvre, Ponte das Artes e cafés famosos

O nosso dia começou deliciosamente na Angelina’s, onde bebemos o melhor chocolate quente de todo o sempre em Paris. Este café é muito antigo e reconhecido. Fui claramente influenciada pelas redes sociais e depois paguei o preço. que não é lá muito barato! Vão cedo para apanhar lugar e usem a desculpa do pobre quando gasta dinheiro: isto é só uma vez na vida, é uma experiência.

Museu do Louvre

Já de barriga repleta de açúcar (bom para energia, né?) rumámos ao Museu do Louvre. Adoro esta zona da cidade (Estou-me a repetir, adoro tudo, não é?) Para entrarem no Museu o bilhete é grátis para toda a gente menos para adultos que custa 17 euros. Até podia estar a brincar mas não. Vejam aqui. Este museu é muito amado por quem gosta de cultura e artes. Não só pelo quadro (minúsculo) da Mona Lisa. Há uma série de outras coisas para ver. E nunca, pensem nisto, verão tudo num só dia.

Ponte das Artes

A ponte das Artes é mais uma referência e tem aparecido em séries como a Emily in Paris. Tem uma vista fenomenal sobre a cidade e uma história gira: Antigamente tinha tantos cadeados dos namorados pendurados nas suas margens que a Câmara foi obrigada a retirá-los com medo de a ponte ruir com o peso. Agora existe vidro nos rebordos mas as pessoas insistem em colocar os cadeados junto aos candeeiros.

Uma das coisas que acho mais fascinante são as esplanadas e o ritmo que se vive. Parece que aquele glamour parisiense de pessoas com boinas coloridas dos filmes existe mesmo. Por isso mesmo fui até à zona do Café de fleurs e Café deux magot que era frequentado por ilustres como Picasso por exemplo.

Passamos ainda na Abadia Saint Germain e nos Jardins do Luxemburgo, no Panteão e na Livraria Shakespeare para terminar o nosso roteiro em Paris.

Melhores locais para ver a Torre Eiffel?

• Trocadero
• Ponte L’iéna
• Rue de l’université
• Topo do Arco do Triunfo
• Topo das galerias Lafayette

Mercados de natal de Paris

• Jardins de Tuilleries (o meu preferido)
• Champ de Mars (mesmo junto à Torre Eiffel. Fui no início de Dezembro e ainda não estava aberto)
• Mercado de Natal de Notre Dame
• Saint-Germain-des-Prés
• Montmartre, o mercado Place des Abbesses

Dicas úteis para Paris

• Metro: Apesar de Paris ser uma cidade que se faz bem a pé, o metro é preciso para distâncias mais longas, para quando está frio e quando já nos doem as pernas também. É relativamente fácil entender as linhas e há bilhetes diários e de conjuntos de dias.
• Infelizmente há muitos relatos de abordagens que resultam em assaltos. Não aceitem aquelas pulseiras que vos querem oferecer e atentem às malas e coisas de valor e tudo correrá bem.
• As entradas nas principais atrações podem ter filas intermináveis, vejam a possibilidade de comprar e marcar online.

Espero que tenham gostado deste roteiro de Paris. Esta é uma edição especial de Natal, mas não se esqueçam que Paris é sempre uma boa ideia, em qualquer altura do ano.