Este texto não foi escrito pelo Chat GPT
A tecnologia faz coisas maravilhosas. O caminho para a evolução passará sempre pelos avanços da tecnologia em várias áreas. Até aqui tudo certo. E bem. Porém, a tecnologia tem as suas zonas sombra. O desenvolvimento da inteligência artificial (de forma tão rápida) é ao mesmo tempo fascinante e assustador. Pelo menos para mim. Filha do papel, entro sempre muito receosa no que é digital e depois acabo por me adaptar, gostar e não viver sem, muito devido às facilidades que proporciona. Recentemente surgiu (mais) uma novidade. Chama-se Chat GPT e tem como propósito dar respostas às nossas necessidades através da criação de textos. E por isso me chamou a atenção. Cética como sou nem sequer liguei nenhuma ao início mas estando isto a ser falado em todo o lado a minha veia curiosa ganhou e lá fui saber do que se tratava.
O que é o Chat GPT ?
Através da inteligência artificial e com recurso à informação disponível no sem fim de conteúdos na internet, o Chat GPT é uma
ferramenta capaz de produzir textos criativos de acordo com o pedido do utilizador. Assim, ele pode oferecer-nos histórias, criar slogans,
escrever poesias, letras de músicas, dar-nos receitas, fazer códigos de programação apenas com uma voz de comando (que
neste caso é escrita) tal qual como fazemos quando pedimos algo à Alexa ou à Siri, mas de forma muito mais desenvolvida.
No outro dia vi um tik tok em que um cantor pediu ao Chap GTP para criar uma letra de música com a palavra “azeitonas”. Ele fez. Cá em casa já testamos e pedimos um roteiro completo de Edimburgo. Ele deu-nos. Podemos fazer-lhe perguntas específicas, afunilar as nossas pretensões e obter resultados direcionados. Podemos, por exemplo pedir para excluir ou incluir determinada coisa no roteiro e dizer-lhe quantos dias temos para conhecer a cidade.
Há uma vertente ou linha de pensamento que dirá que a inteligência artificial não irá substituir tarefas mas sim facilitá-las, sendo essencial que todos os criadores de conteúdo adaptem as sugestões do Chat GPT para ao seu estilo. Por outro lado, quando a ferramenta me deu um roteiro completo em poucos segundos, senti-me um bocado substituída.
O Chat GPT será um facilitador ou um facilitismo?
Esta ferramenta pode bem ser vista com um facilitador. Ajuda-nos com respostas rápidas para trabalhos que nos iam demorar muito tempo a fazer. A sua grande vantagem relativamente a nós humanos é que ele não tem bloqueios criativos nem falhas na inspiração. Certamente, a máquina não tem dias maus. O Chat GPT pode ser sim um auxiliar, uma vantagem no nosso trabalho. Pode sim dar-nos indicações, diretrizes, tópicos, ideias. E até ai tudo excelente. Tudo o que seja para melhorar é bem-vindo.
Já imaginaram poder obter soluções que nunca se lembraram? Poder deslindar um nó que têm no cérebro? Finalmente dar continuidade a uma ideia, descobrir um caminho, solucionar um problema ou poupar tempo. Seria incrível. Se for assim.
Mas também pode ser visto como um facilitismo. Na medida em que não vamos ser propriamente nós a fazer as coisas de raíz.
Escritores, letristas, guionistas, copywriters, jornalistas, tradutores, programadores, designers podem ter o seu trabalho facilitado, no que respeita à procura de inspiração pelo menos, mas também podem ficar condicionados ao competir com uma máquina.
Onde fica a nossa criatividade? O nosso reconhecimento por termos feito algo incrível que saiu da nossa cabeça? Parece-me um pouco perigoso ter que entrar no caminho de provar que fomos efetivamente nós que nos lembramos de alguma ideia. Será que agora vamos ter que lidar sempre com a dúvida se fomos nós ou um qualquer robot mais inteligente que fez tal coisa pela qual nos estão a ser dados créditos? Será válido?
No futuro, como fica a nossa capacidade de escrita, reflexão, argumentação e pesquisa?
Usar ou não usar e em que condições?
Tentei dar aqui os dois lados da questão porque eu própria estou entre opiniões. Dai que veja este texto (que não foi escrito pelo Chat GPT) mais como uma reflexão do que uma opinião fechada.
Eu acho que nunca poderemos ser substituídos no lado emocional. É aqui que ganhamos. Podemos tirar proveito da rapidez e infinitude de ideias das máquinas para nos auxiliar os trabalhos, MAS nunca abandonar o nosso lado crítico, criatividade e capacidade de expressar emoções e vivências. Ou seja, usar o ChatGPT como auxiliar e de forma inspiracional, parece-me ok, mas não deixemos de lado a capacidade de discernir até onde onde ele nos ajuda e nos invade.
A humanização dos conteúdos continua a ser importante. Nós temos o poder de criar as verdadeiras histórias que conectam pessoas, pois temos os valores, sentimentos, sentidos e experiências. Afinal, ainda somos humanos a falar para humanos.
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