cesto de roupa suja

Há poucas coisas que eu gosto na vida adulta. Ter de cuidar da minha própria roupa não é uma delas. Por isso, faço hoje uma ode ao cesto de roupa suja vazio porque a sensação de o ver assim só é comparável ao alívio de desapertar o botão das calças depois do almoço de natal.

Ter de passar da fase em que se pede mais uma vez dinheiro aos pais para comprar roupa para a época em que ficamos felizes por já não ter mas roupa (para lavar) é uma evolução difícil de aceitar. Quase ao nível de correr para a estender quando faz sol (que está bom para secar) e quando faz chuva (para apanhar a puta da roupa que já estava seca).

O cesto da roupa suja é talvez o maior flagelo das vidas contemporâneas. Além de acumular roupa de forma completamente despropositada, faz desaparecer meias e tem o dom sem igual de reter dentro dele a roupa que mais queríamos vestir precisamente naquele dia.

E a mesma roupa que nunca é suficiente na hora de vestir torna se demasiada na hora de lavar, estender, apanhar, passar, dobrar e arrumar. Portanto, sim aquelas escassas duas horas em que o cesto se apresenta vazio são de extrema felicidade e entusiasmo.