Roteiro 7 dias na Albânia
Bem-vindos a um roteiro de 7 dias na Albânia. Fomos em Junho e escolhemos conhecer o sul do país para visitar as bonitas praias. A Albânia foi uma surpresa por ser muito diferente de outros destinos, pois oferece a perfeita simbiose entre cultura, natureza e praia.
Muitos mais dias seriam precisos para a conhecer de norte a sul. As viagens obrigam-nos a fazer escolhas. Sabemos do seu potencial, mas todo o espaço a norte teve de ser “abolido” do nosso roteiro pela Albânia, com muita pena nossa (mas para saberem mais sobre essas regiões sugiro que visitem o Ticket To Take Off) Apesar de aconselhar muito verem os destinos a sul que escolhemos, se tiverem oportunidade de acrescentar mais dois ou três dias, vão às cidades localizadas acima de Tirana.
Estivemos 9 dias em viagem mas como aconteceram escalas para chegar ao país de destino (escala em Bolonha na ida e escala em Pisa na volta) dois dias ficaram perdidos, portanto contem com isso na hora elaborar o plano. Para aproveitar ao máximo, aterramos no aeroporto de Tirana (já de noite), pegamos no carro alugado e seguimos diretamente para o primeiro ponto da viagem (de Tirana a Gjirokaster foram 3 horas) para lá acordamos e aproveitarmos o dia seguinte completo.
Qual é a melhor maneira de fazer um roteiro de 7 dias na Albânia?
De carro, pois claro. No verdadeiro conceito de road trip. A ideia era nunca estar muito tempo no mesmo lugar e saltitar de uma cidade para outra para tirar o máximo partido da cultura, das tradições, da gastronomia, das gentes, das paisagens, sem horas marcadas ou preocupações. Alugamos o nosso carro no cargini car. Éramos quatro pessoas e compensou bastante.
Mas e as estradas? Então, não são incríveis. Mas o pior são os condutores albaneses que apitam e se atravessam sem mais nem menos. Também não é incomum encontrar buracos avantajados ou ovelhas a caminhar e pelas quais temos, pacientemente, que esperar para avançar.
Quais as principais considerações sobre a Albânia?
Olhem, a primeira coisa que me ocorre dizer é que é um país em construção. Só em Tirana estão a ser construídos 10 arranha céus, que vão mudar por completo a paisagem. Nos pontos de praia, começaram agora a perceber o potencial e ao longo da costa estão a nascer novos lugares de hotelaria e restauração. Não vimos muitos turistas (e o que vimos eram portugueses), mas creio que isso vai mudar muito em breve.
A cultura é antiga mas ainda há pedaços de tradição espalhados pelas ruas consideradas património da Unesco que valem muito a pena visitar (Kruje, Gjirokaster e Berat, por exemplo). Há muitos castelos, parques naturais, praias e curiosidades a visitar.
O alojamento e a alimentação fica mais barato do que em Portugal. Para terem uma ideia, sabem o preço que é alugar cadeiras de praia nas nossas praias, não é? Na Albânia, 4 cadeiras de praia custaram 10 euros.
Os albaneses são um povo simpático, atencioso e acolhedor.
Agora que já fiz perguntas a mim própria e em jeito de entrevista dei as respostas (era suposto!) já podemos passar ao roteiro de sete dias pela Albânia que é aquilo que vocês querem efetivamente saber, se ainda aqui estiverem depois desta conversa toda (e depois digo que os posts ficam grandes, porque será?)
DIA 1 GJIROKASTER
O roteiro de 7 dias na Albânia começa aqui. Que terra amorosa! Façam o que fizerem, nem pensem em ir à Albânia sem passar por lá! Para mim é obrigatório. Além de passearem na rua mais característica, que é na zona do Bazar, visitem o castelo, custa apenas 4 euros e é uma zona de muralha com vista para a cidade. A subida é meio íngreme mas é rápida e no final vale a pena.
De caminho para o próximo destino, fizemos 40 minutos de Gjirokaster até ao famoso “Blue Eye”. Trata-se de um “buraco” de cor azul intenso no meio do rio, um fenómeno natural impressionante que dizem ter 50 metros de profundidade.
Alojamento: Guesthouse Mele (Nesta cidade a maioria dos alojamentos que vão encontrar são Guest Houses. Este espaço tinha uma vista única e os donos eram super simpáticos)
Restaurante: Babameto 2
DIA 2 SARANDE
Chegando a Sarande começamos a perceber que a vibe mudou. Mas completamente. Há aqui uma vertente muito mais praia. Senti que não há nada para ver na cidade e tinha muito menos gente do que na cidade anterior. Optámos por ficar nesta zona para dormir e de dia íamos explorando todas as áreas de mar. Para descansar é o melhor.
Recomendo a visita ao Butrint Nacional Parque que é um parque arqueológico parte da lista de património mundial da Unesco.
Alojamento: Hotel Platon (gostei imenso e preço super em conta para a qualidade)
Restaurantes: Manxurane restaurante and wine (super bom!) e a “kantina” (é uma roulote, recomendada pela Daniela do Blog 100 Fronteiras, fica bem perto do hotel e tem comida boa e uma vista para o mar)
DIA 3 KSAMIL
Ksamil é considerada a Riviera Albanesa e tem de fazer parte do vosso roteiro à Albânia. Será, com certeza, no futuro, a nova Grécia e a uma boa alternativa à Croácia. Nunca visitei nenhum destes países mas arrisco-me a dizer que a Albânia vai retirar-lhes algumas pessoas. Fui em Junho, sei que é época baixa, mas ainda não havia muita gente ao contrário do que acontece nos outros mesmo neste mês.
Praias: pulebardha beach, Plazhi paradize e Lori beach
DIA 4 VLORE
A zona de Vlore é muito interessante. Tem paisagens bonitas de montanha a percorrer toda a cidade. Praias enormes, de água transparente e óptima temperatura e um centro histórico pitoresco (old town – óptima zona para beber um copo ao final do dia e jantar – que foi o que aliás fizemos). Gostei mesmo muito. Considerem explorar devidamente!
Alojamento: The Central View Boutique Hotel (bastante central e com um óptimo quarto!)
Visitamos o Mosteiro Santa Maria em Porto palermo (O mosteiro em si, digamos que não tem nadinha para ver. Mas o caminho para lá chegar é bonito) e o Castelo de Porto Palermo que este sim, apesar de manter apenas a estrutura, é giro. O senhor que lá está a receber os poucos euros de entrada conta algumas histórias e a vista lá de cima vale a pena.
Praias: Llamani beach e Borsh beach
Melhor praia: Orikum beach
DIA 5 BERAT
Da zona costeira de Vlore fomos para a interior Berat, conhecida por ser a cidade das mil janelas. De ambos os lados de um rio (um pouco poluído) encontram-se dezenas de casas todas iguais, penduradas nas encostas. Brancas e cheias de janelas. A vista é muito bonita e merece bem a visita. A vila é charmosa e rústica. Há uma boa subida até ao castelo que lá de cima avista tudo isto que acabei de mencionar. Uma terra bem remota e guardada nos confins da Albânia onde apanhamos uma valente chuvada, mas que adorei conhecer. Não deixem de passar por lá.
Restaurante: friendly house (parece a casa da avó, garanto que vão adorar)
Alojamento: Alpeta Agrotourism & Winery – Roshnik (fica a de vinte minutos da cidade- mais ou menos – mas preciso recomendar. Principalmente pelo jantar que nos foi servido. Tudo produtos locais. O quarto era bom também e a vista espetacular. Só o pequeno almoço é que deixou a desejar.)
DIA 6 TIRANA
Tirana ficou para o final do nosso roteiro pela Albânia. Muito provavelmente somos ao contrário das pessoas normais e deixámos a capital para o fim (Mas isso vocês já calculavam!) Chegámos num dia super chuvoso e por isso vimos a cidade debaixo de um chapéu de chuva. Marcamos uma Free Walking Tour que é sempre excelente para conhecer os principais pontos relevantes e ficar a saber algumas histórias interessantes e engraçadas sobre o pais.
Em termos de capital não é das mais movimentadas, nem tem muita coisa para ver (um dia é mais que suficiente) Mas tem uma vibe super positiva e segura e nota-se que tem uma noite forte. Os espaços estão bastante bem arranjados. Gostei especialmente da noite que parece ser muito animada. .
Principais pontos a conhecer em Tirana:
- Bunker art 2: A Albânia tem imensos bunkers. Este dá para entrar e visitar (cerca de 6 euros) Preparem-se para algo surreal. Eu pensava que era minorca e é imenso. Nos enormes corredores e salas estão gravados pedaços de história real que gostamos de conhecer embora nos deixem meio deprimidos.
- Et’hem bey mosque
- Skenderberg Square – Grande praça – monumenti skenderbeut , museu nacional de historia, museu nacional ópera e balet, entre outros
- Fortaleza da Justiça – dentro da muralha e depois à sua volta há um espaço interessante de comercio e restauração
- Estátua da Madre Teresa e igreja – Há várias referências à Madre Teresa na cidade pois é filha de pais albaneses.
- Old bazar – é uma espécie de mercado
- shetitorja mural toptain
- Bunker 1 + pedaço do muro de Berlim
- Pirâmide (antigamente era um museu sob legado comunista e agora é um centro de investigação para jovens)
Hotel: Best western premier ark hotel (a escolha perfeita para entregar o carro e ir a pé para o aeroporto já ficam as três coisas perto umas das outras)
Restaurante: Fresh garden (o verdadeiro bom e barato)
DIA 7 KRUJE e DURRES
Gostei muito de Kruje e é ponto mais a norte que conhecemos, vá. Fica uns quilómetros acima de Tirana. Depois de ter saído de Gjirokaster estava sempre à espera de encontrar uma outra parecida. Foi precisamente no último dia que a achei. Uma manhã chegou para ver as ruas e o castelo, mas fiquei muito encantada. Adoro aqueles tapetes!
Já Durres é uma terra costeira. É zona de praia, mas não adorei. Achei mal cuidada. E foi lá que terminou o roteiro de 7 dias à Albânia. Foi a última terra a ser visitada.
DETALHES QUE PODEM SER IMPORTANTES
- Internet: é necessário comprar um cartão de dados – deixo-vos o site onde o fizemos: https://www.airalo.com/auth/signup?referral=BRUNO9937&referral_name=Bruno (se colocarem o código BRUNO9937 ganham 3 dólares na primeira compra – pareço uma influencer a sério!)
- Dinheiro: Não são aceites pagamentos em cartão em praticamente lado nenhum. Hotéis, restaurantes, lojas… é tudo pago com dinheiro. 100 leks é um pouco menos de um euro. Para levantamentos aconselho as caixas multibanco – credinsbank – por causa das taxas, mesmo com o revolut (consultem sempre no momento do levantamento se tem taxa)
- Praias: são maioritariamente de pedra daquelas fininhas que se enfiam nos dedos dos pés e aleijam. Contudo, são lindas!
- Comidas: A Albânia tem grande influencia italiana (estamos sempre safos!) e grega. De pratos típicos experimentei Qifqi que são bolas fritas com arroz por dentro e não achei especial graça e raki que na verdade é uma bebida alcoólica tradicional que pode ser feita com várias frutas mas que equivale à nossa água ardente!
Espero que tenham gostado de viajar comigo neste roteiro à Albânia. Já sabem se puder ajudar em mais alguma coisa, digam!
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